null Universidade de Fortaleza coordena projeto de prevenção à Obesidade Infantil

Seg, 22 Fevereiro 2021 19:00

Universidade de Fortaleza coordena projeto de prevenção à Obesidade Infantil

Programa de Formação Tecnológica da Unifor está coordenando, na capital cearense, o projeto piloto de iniciativa com foco na saúde de crianças.


Cerca de 224 milhões de crianças em idade escolar são afetadas pela Obesidade Infantil. (Foto: William Voon/EYEEM/Getty Images)
Cerca de 224 milhões de crianças em idade escolar são afetadas pela Obesidade Infantil. (Foto: William Voon/EYEEM/Getty Images)

A Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, assumiu a função de executar no Brasil o projeto  OCARIoT (Smart Childhood Obesity Caring Solution Using IoT Potential, ou “Solução Inteligente de Enfrentamento da Obesidade Infantil Utilizando o Potencial da IoT” em tradução literal). Trata-se de uma iniciativa internacional iniciada em 2017 que, por meio de um aplicativo gamificado que registra dados, auxilia no combate à Obesidade Infantil, promovendo, junto às crianças, atitudes como alimentação saudável, prática de esportes e hábitos benéficos em geral.

As atividades do OCARIoT podem ser realizadas tanto de forma individual como coletiva; por meio do mapeamento de hábitos, a aplicação leva uma mentoria personalizada à criança, utilizando uma linguagem em que ela se sinta confortável ao usar a ferramenta, assim, melhorando suas práticas.

O monitoramento de dados é realizado por meio de wearables (dispositivos vestíveis, como relógios e pulseiras inteligentes) e sensores ambientais, sem a necessidade de uma ação direta. Essa tecnologia é denominada “internet das coisas”, ou IoT, sigla em inglês. Para validar a ferramenta em desenvolvimento, foram selecionadas crianças em idade escolar de 9 a 12 anos no Brasil (Fortaleza), Espanha e Grécia.


Fernando Ferreira Neto coordena o programa
responsável pela OCARIoT na Unifor. (Foto: Acervo pessoal)

"O papel da Unifor neste projeto é atuar na coordenação geral dos parceiros brasileiros, em colaboração com a Tecnalia, que é a empresa coordenadora do lado Europeu. A Universidade também é responsável pela modelagem de parâmetros associados à obesidade e a execução do piloto brasileiro aqui em Fortaleza", explica Fernando Ferreira Neto, coordenador do Programa de Formação Tecnológica do Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação (NATI) da Unifor, iniciativa responsável pela ação e por promover a formação de alunos da área de tecnologia e comunicação por meio da participação em projetos de pesquisa e desenvolvimento.

Em virtude das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, o projeto piloto foi adaptado para ocorrer de forma 100% remota. Participam atualmente, no Brasil, 42 crianças distribuídas nos grupos “controle” (20) e “intervenção” (22). No grupo “controle”, os participantes não recebem o kit do projeto (smartphone + smartband), apenas preenchem um questionário de baseline (linha de base) sobre hábitos alimentares, atividade física, costumes saudáveis e dados socioeconômicos. Já no grupo “intervenção”, os participantes recebem o kit em casa e respondem, também, ao mesmo questionário de baseline.

Após a fase de coleta de dados com as crianças selecionadas, todas as informações combinadas com padrões médicos permitirão que o OCARIoT forneça um plano personalizado de treinamento em obesidade, permitindo que as crianças permaneçam ativas e engajadas em seu bem-estar e gerenciamento de hábitos saudáveis.

A solução proposta permitirá que as crianças, além da equipe educacional e das famílias, assumam o controle de sua saúde, coletando informações em tempo real sobre atividade física e interconectando médicos e crianças para se adaptarem ao plano individual de prevenção à obesidade.

Obesidade Infantil

De acordo com a pesquisa apresentada pelo Institute of Health Metrics and Evaluation (2016), existe obesidade infantil em algum grau em quase todos os países do mundo, afetando cerca de 224 milhões de crianças em idade escolar, sendo uma a cada três crianças no Brasil, na Grécia e na Espanha, tornando-se a principal preocupação de saúde pública pediátrica.

Somente no Brasil, desde a década de 1980, houve um aumento de 600% de crianças obesas ou, pelo menos, em estado de sobrepeso. Além dos problemas físicos de saúde, a obesidade na infância acarreta problemas de socialização e auto estima a longo prazo. Sua prevalência triplicou em muitos países europeus desde 1980, aumentando em um ritmo alarmante.