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Unifor inaugura Cordelteca Maria das Neves Baptista Pimentel

O evento de lançamento terá debate, apresentação de cordéis e rodas de leitura.


Cordelista paraibana, Maria das Neves Baptista Pimentel nasceu em agosto de 1913, filha do poeta e editor de cordel Francisco das Chagas Baptista (Foto: Reprodução)
Cordelista paraibana, Maria das Neves Baptista Pimentel nasceu em agosto de 1913, filha do poeta e editor de cordel Francisco das Chagas Baptista (Foto: Reprodução)

Na próxima terça-feira (20), será inaugurada a Cordelteca Maria das Neves Baptista Pimentel, da Universidade de Fortaleza, espaço dedicado às produções histórico-culturais em formato de cordel. O lançamento acontecerá no Auditório da Biblioteca e faz parte da programação especial da Unifor para a XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará. A Cordelteca da Unifor homenageia a primeira mulher a publicar um folheto de cordel, em 1938.

O lançamento da Cordelteca contará com rodas de leitura, discussões sobre o cordel e exposições de cordel. O escritor e compositor paraibano Bráulio Tavares, o cordelista e jornalista Crispiniano Neto, secretário de Cultura do Rio Grande do Norte, a cantora, compositora e poetisa paraibana Renata Arruda e a professora Paola Tôrres já estão confirmados para o evento de inauguração.

O vice-reitor de Extensão da Unifor, professor Randal Pompeu, destaca que o novo equipamento disponibilizará a literatura de cordel não apenas para apreciadores desse gênero de literatura popular, mas também para professores como recurso pedagógico a fim de debater temas relacionados à educação.

A Cordelteca Unifor será a primeira dentro de uma instituição de ensino superior em Fortaleza a catalogar, indexar e organizar com cuidados especiais os folhetos de cordéis, que são frágeis por suas características físicas, objetivando a sua maior preservação. O acervo soma 1.200 títulos, com um total 2.230 exemplares, localizados na Biblioteca Central e disponíveis para consultas locais pela comunidade em geral.

Em 2018, a literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Ceará é um grande precursor dessa arte e o berço de grandes cordelistas, como Cego Aderaldo, Patativa do Ceará e Arievaldo Viana Lima. A Cordelteca é mais uma das ações promovidas pela Instituição para impulsionar a cultura nordestina.

“Medicina, cordel e cantoria”

O espaço dedicado ao cordel dentro da Universidade era um sonho antigo de Paola Tôrres, professora do curso de Medicina da Unifor, escritora e cordelista. A abertura artística na Unifor fez a docente incentivar a presença de um espaço cultural dedicado ao cordel. “Eu queria muito que essa organização do cordel, que ocorressem discussões acadêmicas, propiciando crianças, jovens e pesquisadores a terem a oportunidade de ver, manusear, discutir e o cordel, além de conhecer os cordelistas”, conta.

A professora combina suas paixões por Medicina e cordel, dentro e fora da sala de aula. Paola ensina temáticas da área médica para estudantes e a comunidade a partir da poesia de cordel. A linguagem simples encanta a professora, que já teve contato com grandes nomes da literatura, como Ariano Suassuna.

Durante o evento de inauguração também será lançado cordel feito pela professora, escritora e cordelista Paola Tôrres. A obra trata sobre Maria das Neves Baptista Pimentel, homenageada pela Unifor por ser a primeira mulher a publicar literatura de cordel no Brasil. Além de contar a história de Maria das Neves, o cordel também fala sobre a presença feminina na literatura e a Cordelteca da Unifor.

Sobre a homenageada

Paraibana e cordelista, Maria das Neves Baptista Pimentel foi a primeira mulher a publicar um folheto de cordel. Seu amor pela literatura de cordel foi herdada de seu pai, que era poeta e editor de uma livraria e uma tipografia. “O violino do diabo ou o valor da honestidade” foi o título de sua primeira obra, publicada e vendida na livraria de seu pai, em 1938.

A cordelista teve que usar o pseudônimo Altino Alagoano, formado pelo nome de seu falecido marido e o estado onde ele havia nascido. A época patriarcal não era favorável às mulheres, que enfrentaram preconceitos de gênero. Somente nos anos 1970 foi possível a publicação de folhetos de cordelistas mulheres.

Serviço

Evento de lançamento da Cordelteca Maria das Neves Baptista Pimentel
Data: 20 de agosto de 2019
Horário: 9h
Local: Auditório da Biblioteca Central da Unifor

A Unifor disponibilizará micro-ônibus dia 20/08 aos visitantes da Bienal do Livro que queiram conhecer a Cordelteca Maria das Neves Baptista Pimentel. O micro-ônibus fará o percurso Centro de Eventos/Unifor/Centro de Eventos das 13h às 18h. Ponto de encontro para formação de grupos: Estande da Unifor na Bienal do Livro (próximo ao Café Literário)

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