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Seg, 23 Dezembro 2019 10:11

Entrevista Nota 10: Beatriz Rosa e o século dos profissionais disruptivos

Professora Beatriz Rosa (Foto: Ares Soares)
Professora Beatriz Rosa (Foto: Ares Soares)

Capacidade de negociar, interesse pela proposição de soluções, facilidade para estabelecer bons relacionamentos interpessoais. Essas são algumas das habilidades exigidas dos profissionais que vivenciam o mercado de trabalho ao longo do século XXI. Diferente de décadas anteriores, quando eram exigidos apenas conhecimentos específicos e até mesmo burocráticos, os profissionais da atualidade estão vivenciando novas exigências e a necessidade de competências diferenciadas.

Para conseguir se manter em consonância com o mercado, explica Beatriz Rosa, chefe da Divisão de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Continuada da Universidade de Fortaleza, a receita é que o profissional consiga “aprender a aprender” sempre. Apenas dessa forma, ele poderá captar as novas urgências do mercado assim que elas surgem. 

Ao mesmo passo, as empresas e as universidades também estão se atualizando para receber esse profissional – mais dinâmico, mais criativo, mais plural e com necessidade de ser ouvido. Postos de trabalho estão morrendo, a inteligência artificial deixou de ser um sonho cinematográfico e se tornou realidade, profissões inimagináveis antes tornaram-se realidade.

No ensino superior, além dos cursos estruturados, há centenas de possibilidades de formação que atendem as novas demandas e os novos empregos. Na entrevista a seguir, Beatriz Rosa traça as estratégias para que o profissional do século XXI consiga ser relevante e saudável dentro do mercado de trabalho.

Unifor - Como foi sua trajetória na Unifor e como chegou ao posto de chefe da Divisão de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Continuada?

Beatriz Rosa - Eu ingressei na Universidade como professora do curso de Direito em 2006, ainda como professora substituta. No ano seguinte, eu fiz uma seleção, sendo efetivada como professora do quadro docente do curso. Depois disso, surgiram algumas oportunidades em cargos administrativos tanto dentro da instituição, como fora. Inicialmente, na qualidade de coordenadora de um curso em outra IES, e depois como assessora pedagógica já aqui na Unifor, no curso de Direito. Em sequência, fui convidada para assumir uma assessoria da Divisão de Pós-Graduação Stricto Sensu e também para trabalhar na equipe do vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação à época. Depois disso, pude compor a equipe do vice-reitor de Graduação na qualidade também de assessora e, em 2015, eu recebi o convite para assumir a escola de Direito da Pós-Graduação. No ano seguinte, veio, então, um convite para assumir a chefia da Divisão de Pós-Graduação Lato Sensu e Educação Continuada. 

Unifor - Quais são as habilidades básicas e mais necessárias para os profissionais do século XXI?

Beatriz Rosa - O primeiro ponto que a gente deve destacar são as pesquisas realizadas por grandes consultorias que trabalham diretamente com o mercado, e elas têm apontado, nos últimos anos, algumas habilidades e competências consideradas de extrema importância para os profissionais no contexto da contemporaneidade. Resolução de problemas complexos é algo que está sendo buscado muito pelos empregadores, pelo mercado de uma forma geral. O pensamento crítico, a gestão de pessoas, a criatividade, a questão dos ambientes de trabalho, relacionamento interpessoal, a inteligência emocional, a capacidade de gestão de conflitos, são algumas das características que eu posso apontar como necessárias e importantes aos profissionais. Outra que tem se destacado muito é a flexibilidade cognitiva, ou seja, aquelas pessoas mais habituadas a aprender a aprender. Essa flexibilidade aponta-se como uma das competências que serão bem necessárias nesses próximos anos.

Unifor - Como nós conseguimos desenvolver essas habilidades? As escolas e as universidades atuais estão formando alunos com essas habilidades?

Beatriz Rosa - Nós fomos habituados a um modelo de ensino, que eu vou chamar aqui como modelo conservador, que é aquele estabelecido por disciplinas. Nele, em cada uma das disciplinas, você aprende um determinado conteúdo e isso acontece desde a educação básica até a educação superior de uma forma geral. No entanto, algumas instituições mais inovadoras, mais vanguardistas, têm observado nesse contexto da revolução 4.0, como eu vou chamar aqui, utilizando a denominação trazida por alguns autores. Essas instituições já estão percebendo a necessidade - de algum tempo - de revisitar esse tipo de educação tradicional, tendo em vista que realmente sempre foi muito focada no conteúdo, não se preocupando no desenvolvimento de competências e habilidades. Percebe-se que instituições no mundo inteiro têm dado um passo adiante no sentido de trabalhar em seus alunos o desenvolvimento de competências - abandonando um pouco essa educação formal que era baseada exclusivamente em disciplinas e em conteúdos. E isso tem sido uma tendência. Nós temos já bons exemplos de instituições - tanto na educação básica como na educação superior - que apontam quais são as inovações pedagógicas que vão realmente ser trabalhadas nesse século XXI.

Unifor - E como a Universidade de Fortaleza tem trabalhado nesse sentido?

Beatriz Rosa – A Unifor é muito preocupada com a educação de qualidade. Isso é uma marca registrada da instituição - que já tem mais de 45 anos. E eu tenho percebido que os currículos estão sendo revisitados e atualizados. Nós observamos currículos baseados em competências, currículos integrados e uma preocupação realmente com a prática. Então, aliando essas duas questões, percebemos uma educação bem vanguardista no nosso estado. A Universidade de Fortaleza - tanto na sua graduação como na pós-graduação - tem direcionado os seus currículos para realmente um trabalho voltado ao desenvolvimento das competências necessárias ao século XXI.

Unifor - Há dez anos, nós não imaginávamos que haveriam postos de trabalho como digital influencer, produtor de conteúdo ou gerente de mídias sociais. Há vinte anos, entretanto, havia a profissão de ascensorista - a pessoa responsável por operar os elevadores em prédios. Novas profissões surgem e outras morrem ao longo do tempo. As gerações futuras terão postos de trabalho inimagináveis para nós? Será que nossos filhos verão os mesmos postos de trabalho?

Beatriz Rosa – Estamos passando pela revolução mais disruptiva que nós já tivemos no contexto de mudanças na humanidade. É a revolução mais rápida, a revolução que está acontecendo de forma muito inusitada, a revolução muito periódica. Enfim, passamos realmente por um momento no qual as mudanças acontecem em larga escala, de forma muito célere e, às vezes, ficamos nos questionado se conseguiremos acompanhar tantas mudanças. Então, sempre que eu me questiono sobre essa questão dos postos de trabalho, eu tenho feito algumas pesquisas que apontam em uma direção: alguns postos de trabalho realmente vão deixar de existir da forma como eles se apresentam hoje, sobretudo aquelas funções meramente repetitivas. Por exemplo, apertar um botão para uma pessoa subir e descer de elevador. Isso já foi superado. Essa necessidade deixou de existir, porque as pessoas naturalmente conseguiram realizá-la. Ou mesmo as próprias máquinas conseguem realizá-las. Os elevadores, por exemplo, já são “inteligentes” e fazem as paradas nos andares necessários. Em contrapartida, sim, outros postos de trabalho surgirão. Eu tenho visto algumas reportagens e pesquisas que apontam notícias ruins, que falam “o robô vai tomar tal função, as pessoas vão ficar desempregadas”. Isso é um fato, é uma realidade e não podemos ficar alheios a essa informação. Mas ao passo que alguns postos de trabalho de fato deixarão de existir, outros novos surgirão como nós estamos presenciando com essas novas funções. Então, eu penso que, de fato, algumas profissões como elas se apresentam na atualidade não estarão da mesma forma daqui a alguns anos. Estamos começando a ver, por exemplo, na minha área que é o Direito, aquele advogado que ficava horas minutando uma petição, agora, ele tem a inteligência artificial que pode ser utilizada a seu favor para produzir uma peça processual com muito mais celeridade - por que busca as informações, faz uma análise de dados. Esse software consegue mapear dados de jurisprudência, consegue mapear julgados favoráveis. “Ah, mas o advogado vai deixar de existir?”. Eu creio que não! Eu creio que ele não vai mais fazer esse papel e, em contrapartida, a inteligência humana será cada vez mais solicitada. Então, o advogado vai trabalhar, por exemplo, como conselheiro das grandes empresas, vai ser aquela pessoa que vai auxiliar na tomada de decisões, e ele ganhará um papel muito mais significativo, muito mais relevante do que fazer petição. 

Unifor - E como é possível preparar os novos profissionais para postos de trabalho que ainda não sabemos ao certo como se desenham?

Beatriz Rosa – Se a pessoa é preparada para aprender a aprender, ela vai ter uma capacidade de adaptabilidade incrível. Então, a cada momento no qual será citada uma necessidade de mudança, o profissional se adapta. E o conhecimento e a flexibilidade cognitiva vão se moldar para aquela necessidade, porque ele é capaz de aprender a aprender. No passado, nós tínhamos a ideia daquilo que nós iriamos fazer. Teríamos uma formação e, depois disso, nós faríamos cursos espaçados e tudo bem. Seguiríamos a nossa vida profissional. Essa não é a realidade do século XXI. Nós vamos ter a nossa formação e ela é importantíssima. Mas, depois disso, nós vamos continuar nos formando, por isso que a educação contínua e continuada é necessária. Porque nós vamos estar a cada dia sendo demandados com novas perspectivas e a gente precisa se adaptar. Aprender a aprender é o caminho.

Unifor - Considerando esse contexto de aprender a aprender, como analisamos a migração que profissionais realizam entre áreas ao longo da vida?

Beatriz Rosa – Cada vez mais há a clara migração entre áreas. A palavra da hora é a interdisciplinaridade. O profissional que consegue passear entre áreas é um profissional que se coloca e se projeta para o mercado de uma maneira muito mais atrativa. Então, se você é de uma determinada área, mas busca saberes de outras áreas, que pode ter, ou não, uma conexão com a sua, e você consegue passear entre essas áreas, que a priori não tinham uma relação muito próxima, você vai apresentar um diferencial para o mercado. Então, isso se torna muito mais atrativo, por exemplo, um advogado que sabe realizar programação de software. Ninguém nunca tinha imaginado e hoje é uma realidade. Um médico que vai operar através de inteligência artificial, então, é a tecnologia sendo utilizado pela medicina. E isso demonstra o quanto é necessário que todos nós sejamos profissionais interdisciplinares.

Unifor - A senhora imagina que, no futuro, ainda teremos os escritórios e as pessoas “batendo ponto”? A tendência é realizar trabalhos em home office? Como imagina a atuação física desses novos profissionais?

Beatriz Rosa – Nós analisamos algumas tendências que não são certezas, não passam a ser verdade absoluta. Mas observamos, por exemplo, a região do Vale do Silício. As empresas elas são cada vez mais dinâmicas na sua configuração. Observamos que há uma flexibilidade de horário. As pessoas, inclusive, podem até trabalhar “home office”, podem dedicar um tempo na sua carga horária para trabalho voluntário e isso parece ser uma tendência. Eu não sei se todas as corporações serão capazes de se adaptar a essa realidade, mas é uma tendência bem forte. A tendência geral é que esse profissional vai estar muito vinculado ao resultado que ele apresenta.

Unifor - Uma tendência mundial bastante forte é a automação. Processos que antes necessitavam de dezenas pessoas, atualmente, são feitos por máquinas. Como a inteligência artificial influencia a mudança de hábitos?

Beatriz Rosa – Eu sempre digo que a inteligência artificial deve ser encarada como uma grande aliada para o nosso trabalho. Porque aquilo que demandava muito tempo, muita análise de dados e muitos trabalhos repetitivos poderá ser substituído. E a inteligência humana é algo que não conseguimos reproduzir completamente. Ela vai ser utilizada para a otimização das metas e dos resultados que aquela empresa venha a ter. Eu penso que a inteligência artificial deve ser utilizada como uma aliada - embora em alguns momentos ela possa vir a causar um certo incômodo porque ela substitui postos de trabalho. Por mais inteligente que seja um robô, ele é criado e ele é ensinado por um ser humano. A inteligência dele é ensinada. Quem é capaz de criar e de apresentar novas perspectivas é o ser humano. E isso é insubstituível.

Unifor - Para além das habilidades técnicas e do conhecimento, esse novo profissional também precisa ter inteligência emocional para lidar com os desafios das carreiras. Como as escolas e as universidades pode trabalhar esse aspecto? É possível ensinar inteligência emocional?

Beatriz Rosa – É possível. O ser humano é um ser dotado da possibilidade de aprender. Mas para a gente aprender empatia e inteligência emocional, nós precisamos viver e vivenciar a experiência. Por isso que esse modelo de ensino - que eu costumo chamar de tradicional ou de conservador, com aulas meramente expositivas, no qual se trabalha em disciplinas e conteúdos fragmentados - a tendência é que deixe de existir. Quando você trabalha um método participativo, uma aprendizagem significativa e consegue permear isso em um currículo escolar, o aprendiz vai ter a condição de vivenciar situações que vão treiná-lo e que vão capacitá-lo nesses tipos de habilidades. Então, não dá para simplesmente ensinar. Por exemplo, você vai ensinar a negociar. Você pode até passar algumas informações e você pode até apresentar alguns conceitos, mas se ele não vive situações nas quais ele tenha que negociar, ele não vai aprender e não vai conseguir estar preparado. Então, desde criança e até chegando à fase adulta, os nossos alunos precisam passar por situações nas quais tenham a possibilidade de desenvolver essas competências.

Unifor - Também é bastante falada sobre a existência de um líder nato, de um gestor nato. Isso realmente existe? Lidar com pessoas e liderar pessoas é algo pode ser aprendido ao longo da jornada de um profissional?

Beatriz Rosa – A minha área técnica é Direito. Eu comecei como advogada e me encantei pelo ensino superior. Busquei muitas informações baseadas na educação superior e, sem sombra de dúvidas, precisamos buscar o suporte teórico na área da educação como um todo. E o que eu comecei a perceber? Que nós conseguimos adquirir informações e desenvolver habilidades que nos subsidiam na nossa vida profissional. Eu entendo que algumas pessoas já têm algum tipo de competência. Há pessoas que se apresentam como o profissional que tem capacidade de liderança, que toma a iniciativa, pessoas mais proativas. Mas eu entendo que, sim, é possível trabalhar essas habilidades para que a pessoa se torne um líder melhor, uma pessoa mais adaptável aquele ambiente. E, nem sempre, a pessoa que exerce a liderança, de fato, deve ser o líder. A liderança no contexto atual tem outras capacidades que precisam ser desenvolvidas. Então, é possível realizar uma lapidação. Na medida em que você assume responsabilidades com equipes grandes, você tem que buscar se apropriar desses saberes, desses conceitos e, principalmente, dessa prática para que você possa fazer uma gestão que seja compatível realmente com a liderança do futuro. Que você engaje as pessoas, que você ajude as pessoas a se desenvolverem, que o time cresça todo junto. Acho que isso é mais importante! E, por exemplo, eu não tinha vivenciado nada disso na minha formação inicial. E eu fui vivenciando e crescendo na medida em que eu fui assumindo essas funções.

Unifor - Uma questão muito impactante nos nossos tempos é a mudança de área. Profissionais gabaritados resolvem cursar uma nova graduação e começar uma nova jornada. A senhora encontra muitos alunos e muitas alunas com esse perfil na Unifor?

Beatriz Rosa – Eu vejo que as pessoas estão muito mais conectadas com a perspectiva do propósito. Está todo mundo buscando entender qual é o seu propósito de vida. E, às vezes, aquela primeira opção que você escolheu ou foi influenciado a escolher, não é o ideal. As pessoas começam a se conectar com outras áreas e sentem a necessidade, realmente, de se formar, se graduar e até mesmo de se pós-graduar em outra área - que não é exatamente a sua área de origem - para poder exercer as suas outras funções. Então, sim, nós temos visto, cada vez com mais frequência, pessoas que vem buscar uma segunda graduação para que possam se apropriar realmente daqueles saberes. Observamos muita gente que se graduou em uma determinada área e que tem buscado fazer uma pós-graduação em uma área diferente para uma transição de carreira, por exemplo. Então, isso tem sido bem frequente, sim.

Unifor - E para os profissionais que estão em suas áreas e já passaram dos 50 ou dos 60 anos de idade. Quais conselhos a senhora oferece? 

Beatriz Rosa – As pós-graduações, as especializações e os cursos de MBA têm esse viés de capacitar, de desenvolver habilidades profissionais. Para pessoas que queiram se especializar em uma determinada área ou queiram fazer essa transição de carreira. Nós temos, também, além desses cursos mais longos - porque a especialização tem geralmente 18 meses ou 21 meses de duração - os cursos de formação continuada. Cursos livres, vinculados às instituições, mais vanguardistas e de mais qualidade para que os profissionais possam se apropriar dessas tendências. A educação continuada, dentro daquela perspectiva que eu falei anteriormente do aprender a aprender, é uma tendência mundial. As pessoas têm buscado se apropriar cada vez mais de habilidades ou de informações que não requerem dela o retorno a um curso - por exemplo, de graduação ou de pós-graduação. Então, são cursos geralmente mais curtos, mais direcionados a uma determinada temática e as pessoas de uma forma geral podem realizá-los, com diploma ou sem. Então, cada vez mais, nós temos encontrado pessoas que estão interessadas em fazer, por exemplo, um curso de fotografia por celular, um curso de pintura para crianças, um curso de pintura para iniciantes, um curso de gestão de departamentos jurídicos. Nós temos um portfólio muito repleto com várias temáticas - que as pessoas de uma maneira bem ampla podem se conectar e podem buscar essa informação para adquirir essa expertise. A nossa equipe é muito voltada às tendências. O que a gente faz é pesquisa mesmo. Vamos saber o que está acontecendo no Brasil e no mundo. E que possa gerar essa demanda. Nós, às vezes, temos até que arriscar mesmo e apresentar isso como uma inovação. Eu acho que vem daí a nossa representatividade no Ceará e no Brasil, como uma instituição de qualidade e vanguardista. Então, fazemos essa análise de mercado, fazemos tudo com muito zelo e com muito cuidado. Nós investigamos e, como temos uma parceria e um acompanhamento muito direcionado com o mercado, estamos sempre muito atentos e conseguimos lapidar as boas oportunidades de cursos.

Unifor - Atualmente, para além de um bom salário, os profissionais estão buscando ambientes de trabalho saudáveis e condições de crescimento. Como as empresas estão se adequando para receber esses novos profissionais, que têm questões específicas?

Beatriz Rosa – As empresas têm se mostrado receptivas aos profissionais. Essas pesquisas que eu comentei anteriormente demonstram apenas que elas estão muito mais ansiosas para algumas competências e habilidades, - que, às vezes, não conseguiram ainda desenvolver. Então, ao mesmo passo que eles estão receptivos aos novos profissionais e as novas ideias, também desejam que esse profissional venha com esse valor agregado. É um casamento. Tanto a empresa está aberta quanto o profissional também tem que buscar o desenvolvimento dessas competências - para poder assumir esses postos de trabalho que estão sendo apresentados. Vale dizer também que as empresas têm uma cultura organizacional. Há empresas que são naturalmente mais vanguardista, mais inovadoras. E há empresas que são mais tradicionais. É sempre muito importante ao candidato fazer uma análise e tentar se conectar com o propósito da empresa. Assim fica muito mais fácil para ele ser uma pessoa feliz no seu trabalho. O que temos observado em encontros com empresas e formações é que está todo mundo muito interessados nas mudanças, nas inovações. Uma habilidade importantíssima é a negociação, a gestão de eventualmente algum conflito que venha a existir. Se o profissional tem boa vontade, eu penso que ele vai ter oportunidade de expor as suas ideias e, a depender do objetivo daquela empresa, vai ser contratado ou não. Mas a tendência é que haja sim uma possibilidade de diálogo sobre mudança, sobre implementações inovadoras. Está todo mundo observando o contexto do século XXI e tentando se adequar.