Há 99 anos, acontecia o marco do início do modernismo no Brasil. Um movimento que se tornou referência cultural do século XX: a Semana de Arte Moderna de 1922. 

Também chamada de Semana de 22, a Semana de Arte Moderna ocorreu em São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal da cidade. O ano não foi escolhido por acaso: intuía comemorar o centenário da independência brasileira, e marcar a nova era de independência artística no país. 

A Semana de 22 contou com ilustres artistas que propagaram o modernismo pelas décadas seguintes, como: Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Di Cavalcanti, Manuel Bandeira, Heitor Villa-Lobos, Graça Aranha; que permitiram a mudança no âmbito artístico brasileiro, contribuindo com a produção e espelhamento da cultura do país, manifestando a renovação da linguagem, a experimentação e a maior liberdade no processo de criação, ao romper com conceitos tradicionais de arte, até então amplamente difundidos.

A arte ultrapassa os horizontes, é um meio de aflorar sentimentos e dar voz à sociedade. Portanto, a Semana de Arte Moderna reverbera até hoje na forma como os brasileiros produzem e consomem arte, sendo esta a maior influenciadora de movimentos que marcam nossa cultura, como o Tropicalismo e a Bossa Nova, que dificilmente existiriam da forma como são hoje, senão fosse a grandiosidade da importante semana em fevereiro de 1922.

Curiosidades

Destaca-se como um dos organizadores da Semana de Arte Moderna, o intelectual Rubens Borba de Moraes que, por estar doente à época, não participou do evento. Rubens Borba de Moraes foi um bibliotecário, bibliógrafo, bibliófilo, historiador e pesquisador brasileiro, um dos pioneiros da Biblioteconomia no país.

A Biblioteca Acervos Especiais da Universidade de Fortaleza possui no seu acervo obras relacionadas aos artistas que compõem o modernismo brasileiro. Faz parte da coleção: exemplares assinados, primeiras edições e álbuns com ilustrações originais de Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Cândido Portinari.

Ana Wanessa Bastos - Bibliotecária da Biblioteca Acervos Especiais da Unifor