null Pesquisa de doutorado estuda a relação entre o crescimento da população e a criminalidade

Qui, 20 Maio 2021 16:19

Pesquisa de doutorado estuda a relação entre o crescimento da população e a criminalidade

Realizada pelo professor Carlos de Oliveira Caminha, tese buscou entender essa relação e incentivar a implementação de políticas públicas 


A maioria da população concentrada nas grandes cidades potencializa a ocorrência de crimes (Foto: Dmytro Varavin/Getty Images)
A maioria da população concentrada nas grandes cidades potencializa a ocorrência de crimes (Foto: Dmytro Varavin/Getty Images)

A relação entre população e criminalidade nas metrópoles é um tema bastante discutido e estudado no mundo. Neste contexto, o professor do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz, Carlos de Oliveira Caminha Neto, decidiu estudar essa relação em micro-escala no Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada da Unifor.

Os estudos existentes apontam que há uma relação de crescimento desproporcional do número de crimes em função do crescimento populacional de grandes cidades, em outras palavras, se o número de pessoas de uma cidade dobra, espera-se que a quantidade de crimes mais do que dobre nessa cidade. Contudo, essa análise em macroescala dificulta a implementação efetiva de políticas públicas. 

Qual o objetivo da pesquisa?  

Compreender a dinâmica do crime dentro de uma cidade. Foi investigada a incidência de crimes contra o patrimônio, tanto em função de população residente quanto em função de população flutuante, em aglomerados de população dentro de uma grande metrópole brasileira 

Por que é importante saber?  

A humanidade atravessou um marco importante em sua história com a constatação de que a maioria da sua população agora se concentra nas grandes cidades. Essa concentração populacional é capaz de potencializar o crescimento de indicadores positivos como inovação, produção de novas patentes e empregos supercriativos, porém potencializa a propagação de doenças e a ocorrência de crimes.

Quais foram as conclusões? 

Foi encontrada uma relevante relação alométrica, mas que só pôde ser observada entre o crimes contra o patrimônio e população flutuante. Mais precisamente, a evidência de um comportamento alométrico super linear indica que um número desproporcional de crimes ocorre em regiões onde o fluxo de pessoas é maior. Também foi descoberto que o número de chamadas à polícia por perturbação de sossego alheio é correlacionado, também de forma super linear, com a população residente. 


Carlos Caminha é professor do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade de Fortaleza (Foto: Ares Soares)

Carlos de Oliveira Caminha Neto é Doutor em Informática Aplicada pela Universidade de Fortaleza (2017). Atua como professor do curso de Ciência da Computação e coordena o laboratório de pesquisa de Engenharia do Conhecimento na mesma universidade. Tem experiência na área de Inteligência Artificial com ênfase em Mineração de Dados, atuando principalmente nos seguintes temas: Redes Complexas, Mineração em Grafos e Aprendizado de Máquina. 

Orientador: Prof. Dr. João José Vasco Peixoto Furtado.