Quando falamos de cuidados com a saúde, profissionais da área são unânimes: tudo depende de cada organismo. É por isso que algumas escolhas podem fazer bem a uma pessoa e não ter o mesmo efeito positivo para outra. Se o assunto envolve dieta, isso fica ainda mais evidente!

Por exemplo, todo mundo tem aquele amigo que acorda querendo devorar a mesa de café da manhã; assim como tem aquele que bebe um copo d’água e segue desse jeito até bater a fome.

Escolhas para o café da manhã

“Não há nenhum tipo de alimento que seja contraindicado comer pela manhã. Tudo vai depender do perfil de cada paciente, como acorda, como é a digestão, etc. Mas o que deve ser evitado em grande quantidade são os alimentos que são fonte de gordura, por terem uma digestão muito prolongada”, explica Julia Cunha, egressa do curso de Nutrição da Unifor.

A nutricionista lembra que, pela manhã, é sempre bom termos uma fonte de energia como os carboidratos (uma fruta, por exemplo) juntamente com uma fonte de proteína (pode ser um ovo) e fibra (aveia em cima da fruta). “É interessante ter um pouco de cada um desses grupos alimentares”, orienta.

Biólogo, doutor em Bioquímica e professor do Centro de Ciências da Saúde da Unifor, Ygor Eloy afirma: “no café da manhã, a primeira coisa que coloco no meu estômago é água morna com limão ou água morna com limão e glutamina”.

Segundo o biólogo, eliminar ao máximo a ingestão de carboidrato pela manhã ajuda seu organismo a intensificar a cetose - processo de liberação de corpos cetônicos que acontece em decorrência da lipólise, ou seja, quando se está queimando gordura como combustível.

“Para mim, um bom café da manhã é rico em vitaminas e antioxidantes, como as vitaminas A, C e E. Para manter a produtividade durante a manhã, busco ter um café com baixo teor calórico, mas rico. Pode ter fruta, gorduras poliinsaturadas - como é o caso do abacate. O café, para que eu não fique muito irritado, tomo duas vezes ao dia”, comenta o biólogo.

Passar muito tempo sem comer faz mal?

Em pessoas saudáveis, algumas dietas podem incluir jejum mais prolongado, afirma Julia Cunha, mas o ideal é consultar um nutricionista para saber se é possível ou não seguir com essa prática.

“Se uma pessoa tiver algum tipo de patologia ligada à glicemia, como a diabetes, não seria indicado ter um jejum prolongado porque ela pode vir a ter uma hipoglicemia, causando sintomas como tontura, fraqueza, enjoos, etc”, alerta.

Ygor Eloy lembra que nós seres humanos também temos o nosso perfil cronobiológico. Ele explica: “perfis matutinos e matutinos extremos são aqueles que, logo no começo da madrugada, começam a ter aumento do hormônio chamado cortisol. Portanto essas pessoas estão despertas mais cedo e com certeza com muito mais fome”.

Esses indivíduos, segundo esclarece o biólogo, são diferentes dos perfis intermediários e vespertinos que, ao acordarem, demoram um pouco mais para sentir aquela fome mais avassaladora. “Nesse caso, são perfis que normalmente acumulam um pouco mais de peso”, aponta Eloy.

Tomar água ao acordar faz bem?

Tomar água assim que despertar não é uma regra. O mais importante é avaliar a quantidade ingerida ao longo do dia. Julia Cunha lembra que a água é fundamental para o nosso corpo, pois o líquido realiza o processo de detox, principalmente dos rins e fígado.

“Esse processo é natural do organismo. Bebendo pouca água, isso pode vir a sobrecarregar o fígado e os rins, causando algum tipo de patologia relacionado a eles. Por isso, a saúde vai depender mais da quantidade de líquido ingerido ao longo do dia, não se você está bebendo água sempre ao acordar”, reforça Julia.

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