Uso prolongado de máscara exige atenção especial com as orelhas; saiba como cuidar

Com o uso constante de máscaras, muitas pessoas estão percebendo que suas orelhas estão mais aparentes. Para completar, essa parte do corpo ainda pode receber o peso de óculos, brincos, piercings, fones de ouvidos…

Será que o uso desses apetrechos interfere na anatomia da orelha ou prejudica nossa saúde?

Nós conversamos com o médico otorrino e professor do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, Daniel Chung, para esclarecer as principais dúvidas a esse respeito.

Anatomia da orelha

Antes de saber o que afeta ou não a saúde da nossa orelha, é importante conhecer a sua anatomia. A parte externa é formada pelo pavilhão auricular - aquela porção mais visível - e pelo meato acústico externo, o canal que leva à membrana timpânica.

O pavilhão auricular tem o formato de uma concha, é formado por uma estrutura fibrocartilaginosa na sua maior parte e por um tecido mole na sua porção inferior, chamado de lóbulo. O pavilhão possui ainda uma área muito rica de inervações e alguns músculos resquiciais, mas sem funções relevantes na audição.

Uso de acessórios

Daniel Chung explica que o uso prolongado de máscaras com tiras elásticas que contornam os pavilhões auriculares pode causar irritações cutâneas - tanto pelo atrito como por reações alérgicas -, além de dor local ou cefaleia por conta do bloqueio do fluxo sanguíneo na região.

“O uso de máscaras com tiras elásticas que contornam a cabeça na sua região posterior pode evitar esses problemas”, indica. Ainda segundo o médico, brincos, fones de ouvido e outros apetrechos não aumentam o risco de problemas causados pelas máscaras, mas devem ser higienizados após o uso para evitar contaminações virais por gotículas do ambiente.

Orelhas de abano

Outra preocupação de quem usa máscara é quanto à famosa orelha de abano. Dr. Chung explica que o problema é uma deformidade que vem desde o nascimento, onde se observa o deslocamento para frente do pavilhão auricular, aumentando o ângulo entre essa parte da orelha e o crânio. A incidência de orelha de abano na população geral é de cerca de 5%. 

“O uso constante de máscara com tiras elásticas auriculares pode gerar deformidade do pavilhão auricular (orelha em abano) em crianças menores de 8 anos de idade e por esse motivo devem ser evitados”, alerta o professor.

Cuidados para o uso prolongado de máscaras

1) Escolha tiras que contornem a cabeça ao invés daquelas que envolvem as orelhas;

2) Pacientes diabéticos devem ter cuidado redobrado com irritações e infecções na pele que recobre as orelhas, pois podem desenvolver um quadro infeccioso agressivo causado pela bactéria Pseudomonas aeruginosa;

3) Evite tocar na superfície externa da máscara para não contaminar as mãos;

4) Após o uso guardar a máscara em um recipiente aberto, evite tocar na parte externa, ou lavar após cada dia de uso.

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