Durante o período de isolamento social, a arte se mostra uma ferramenta poderosa para expressão de sentimentos, o exercício da criatividade e a canalização de energias. Cortar, colar, escrever, desenhar, montar e pintar - além de outras muitas ações do campo artístico - são atividades que proporcionam momentos de prazer e enriquecimento pessoal.

Como um estímulo a isso, o Espaço Cultural Unifor da Universidade de Fortaleza, uma instituição da Fundação Edson Queiroz, surge com a iniciativa de oferecer oficinas em vídeo, voltadas para a criação de arte com objetos da realidade doméstica. 

Atividades de arte-educação, como colagens, pinturas, recriações de obras de arte, desenhos, entre outras, são sugeridas nas oficinas. Os vídeos possuem curta duração e são feitos pelos mediadores do Espaço Cultural, que constroem um diálogo entre as ações e as obras da exposição “Terra Brasilis à Aldeia Global”. 

E convidamos você para abstrair imagens, seja da sua vista da janela, sua casa, ou obras da exposição Da Terra Brasilis à Aldeia Global, a partir de materiais como cola, tesoura e jornais! Vamos criar? O Ateliê de Arte-Educação do Espaço Cultural Unifor vai até você!

 

Modo de Fazer

Vamos aprender a fazer carimbos? Alfredo Volpi é um dos grandes nomes da arte brasileira e ficou mais conhecido pelas suas bandeirinhas de São João. 

Materiais:

  • papel EVA grosso;
  • almofada de carimbo (se não tem em casa, sem problema, você pode usar qualquer tinta para molhar o carimbo);
  • cola branca; 
  • tesoura; 
  • 1 bloquinho de madeira (ou algo mais grosso para servir de base para o carimbo). 

Modo de fazer:

Corte o papel EVA do formato que deseja o carimbo, cole no bloco de madeira, espere secar e pronto! Se não tiver almofada para carimbo, use qualquer tipo de tinta para molhar o papel EVA e pode sair brincando com seu novo carimbo.

Nesta atividade, vamos abstrair as imagens figurativas começando com a obra de Eliseu Visconti (1866-1944), que tem como título "L'adieu", de referência impressionista. E convidamos você para abstrair imagens, seja da sua vista da janela, sua casa, ou obras da exposição Da Terra Brasilis à Aldeia Global, a partir de materiais como cola, tesoura e jornais! Vamos criar? 

A inspiração é a obra “Candangos”, 1960, do artista Bruno Giorgi, que remete à história dos nordestinos que contribuíram com a construção de Brasília na década de 1950.

Agora é nossa vez de nos inspirar por essa produção artística e experimentar! Basta imaginar algum cenário que você queira recriar, colher os objetos necessários e mãos à obra!

Artista e Obra: Bruno Giorgi (1905-1993) - Candangos, 1960.

Materiais: Qualquer objeto encontrado na sua casa, lençol branco ou cartolina branca e celular com câmera ou máquina fotográfica. 

Modo de fazer:

  • Imagine uma cena ou imagem que queira recriar; 
  • Estenda um lençol (de uma só cor) ou uma cartolina em uma mesa grande ou no chão; 
  • Separe vários objetos que tenham formas, cores e tamanhos diferentes; 
  • Coloque os objetos na sua “tela” e comece a experimentar, organize-os como quiser, até ficar satisfeito;

*Se quiser, pode desenhar em um pequeno papel antes uma ideia do que você irá fazer para ajudar na hora de montar sua grande instalação!

Tarsila do Amaral foi uma artista brasileira muito importante para a cena artística nacional do século XX, sendo uma das principais artistas do movimento modernista brasileiro. Carregando o modernismo em seus traços, formas e técnicas, Tarsila pintou obras relacionadas à política, causas sociais, trabalho, sertão, entre outros temas. Em Religião Brasileira IV, percebemos a representação de inúmeras religiões existentes no Brasil. A partir do quadro, vamos preparar uma oficina?

Artista e Obra: Tarsila do Amaral (1886-1973) - Religião Brasileira IV (1970), óleo sobre tela, 60cm x 81cm

Materiais:

  • Garrafa pet
  • Tesoura ou estilete
  • Fita ou barbante
  • Cola
  • Tinta de sua preferência ou pincel

Modo de fazer:

  • Pegue a garrafa pet e corte a parte de cima com a tesoura ou o estilete
  • Com a tesoura, corte as pétalas da flor da forma e tamanho que preferir
  • Pinte as pétalas (use a criatividade!)
  • Bote um pouco de cola no local da vedação da garrafa e aplique o barbante
  • Feche a garrafa com a tampa

Alberto da Veiga Guignard era brasileiro, mas foi educado na Alemanha, onde permaneceu dos 11 aos 33 anos, quando retornou ao Brasil. Foi professor, ensinando desenho e gravura. Pintou naturezas mortas, retratos, sendo estes a maior parte de sua produção artística, paisagens, pinturas com temática religiosa e política. Seus quadros carregavam tons poéticos e muitas vezes falavam sobre o cotidiano. Pensando em um lindo quadro de Guignard da exposição Terra Brasilis, vamos construir nossa oficina!

Materiais:

  • Papel A4
  • Cola branca
  • Tesoura
  • Tinta guache
  • Pincel
  • Parte interna do rolo de papel higiênico
  • Algodão

PS: Use a criatividade e substitua qualquer material pelo que achar melhor e tiver em casa.

Modo de fazer:

  • Prepare sua folha, desenhe o cenário do seu buquê de flores.
  • Recorte ao meio a base do seu jarro de rolo de papel higiênico.
  • Pinte seu jarro como quiser.
  • Dobre as pontas laterais do jarro.
  • Cole as pontas do jarro na folha.
  • Desenhe os caules das flores.
  • Cole os algodões no lugar onde ficariam as flores.
  • Pinte ou deixe os algodões na cor original.

Divirta-se!

Que tal expressar sua criatividade utilizando os ingredientes que possui em casa? Vamos abstrair uma obra de maneira divertida e prática fazendo comida?

Com base na exposição Da Terra Brasilis à Aldeia Global, a partir da obra Espantalho (1959), de Candido Portinari, convidamos você a criar seu prato de comida espelhado em uma obra da exposição!

O estado do Ceará é um centro cultural muito rico, aqui foi o berço de inúmeras manifestações artísticas, como o repentismo, o cordel e a xilogravura. A técnica de cravar em madeira não nasceu de fato no Ceará, entretanto vários artistas cearenses se especializaram e aperfeiçoaram a técnica. 

A xilogravura é uma técnica milenar de gravura em uma chapa de madeira, a qual chamamos matriz. Faz-se o entalhe na madeira com algum objeto perfurante, depois é passada a tinta apenas na superfície, que fica em alto relevo para ser carimbada em uma folha ou tecido. 

No ano de 2020 encerramos a XX Unifor Plástica, que contava com obras do artista Francisco de Almeida, um grande nome cearense da xilogravura nordestina. Inspirados na delicadeza de suas obras e admirados pelas histórias por trás das matrizes, dentre elas muito pessoais e reflexos dos momentos em que o artista estava passando, propomos agora a vocês fazer, com o que tiverem em casa, uma xilogravura.

Materiais:

  • Um pedaço de isopor (pode ser o pratinho de queijo fatiado);
  • Um objeto perfurante (lápis, agulha de crochê, palitos);
  • Tinta;
  • Folha ou tecido para fazer a impressão.

Modo de fazer:

Faça na matriz um esboço do seu desenho (lembrando que, ao passar para a folha, o desenho fica do lado contrário), perfure o desenho com o objeto pontiagudo, passe a tinta por cima da matriz apenas no relevo, vire a matriz em cima da superfície que você deseja e pronto, você acaba de imprimir uma xilogravura.