Sex, 11 Dezembro 2020 11:29

Pretende viajar neste fim de ano? Especialistas em saúde compartilham orientações para evitar Covid-19

Pesquisadores da Universidade de Fortaleza contam quais as recomendações para quem está de passagens compradas, mas teme a pandemia.

Quando as festas de fim de ano chegam, a vontade de reunir a família e os amigos logo aparece, bem como as muitas confraternizações para celebrar o ano que se passou e a companhia de todos. O calendário aponta para o recesso de fim de ano e, como de costume, muitos planos são formados; os mais populares incluem viagens para se estar perto dos entes queridos e aproveitar os dias de folga. Em um ano de pandemia, entretanto, esse cenário muda inteiramente: como manter-se seguro quando uma ameaça invisível pode infectar a todos?

“É um momento curioso, pois estamos chegando no final de um ano difícil e complicado, em que as pessoas estiveram separadas e que passamos por coisas muito complicadas. A sociedade tem vontade, claro, de comemorar, de viajar, de ver os seus amigos e se abraçar. Por outro lado, está havendo aumento do número de casos de Covid-19 em outros países e em algumas regiões do Brasil. Estamos preocupados se, nas próximas semanas ou meses, isso vai evoluir para uma segunda onda, que tem sido considerada iminente por especialistas”, comenta o Médico infectologista Kenny Colares, professor do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz.

De acordo com ele, a maior recomendação para se manter em segurança, tanto individual quanto coletiva, é evitar ou adiar os planos de realização de viagens ou de festejos. “Nas festividades, a gente acaba infringindo algumas dessas regras e juntando mais pessoas em um mesmo ambiente, geralmente fechado, e, como há comida e bebida, as pessoas precisam tirar a máscara. As confraternizações têm sido uma das formas principais das pessoas se contaminarem”, comenta Colares.

Mas e se, mesmo assim, eu já estiver de mala pronta e passagens compradas? “Se for viajar, tenha preferência por automóvel próprio, uma forma de transporte com o mínimo de pessoas possível”, destaca o infectologista. Além disso, as medidas fundamentais de biossegurança devem ser seguidas ao máximo. “Nenhuma dessas medidas é 100% efetiva, mas se utilizadas todas em conjunto, reduzem bastante o risco de contaminação da doença”, conta Kenny. Atente-se para elas:

• Se você apresentar sintomas gripais, deve ficar isolado;
• Se você teve contato próximo com alguém que apresentou sintomas, deve se isolar;
• Deve-se utilizar as máscaras de maneira adequada, cobrindo nariz e boca; 
• Deve-se higienizar as mãos frequentemente;
• Deve-se evitar aglomerações e estar em um ambiente com muitas pessoas;
• Se você for fazer alguma festa, reúna-se apenas com pessoas bem próximas;
• Deve-se manter distância entre as pessoas;
• Dê preferência a ambientes abertos e ventilados.

Escolha bem o transporte e o destino

Doutor em Saúde Coletiva e docente do curso de Medicina da Unifor, o professor Antônio Silva Lima Neto, mais conhecido como “Tanta”, é especialista em Medicina Preventiva e Social. Ele atenta para a importância de se ter cautela ao escolher o meio de transporte e o destino da viagem.

“O transporte aéreo tem aparecido como bastante seguro, pois os seus protocolos são bons. Então, se a viagem for por transporte aéreo, ela pode, em tese, ser feita sem maiores riscos, desde que se use as máscaras e se obedeçam todas as regras de distanciamento, entre outros protocolos”, esclarece Antônio. “Em ônibus, o risco é um pouco maior, pois não há purificação de ar. O transporte particular, por sua vez, é evidentemente o mais seguro”.

O pesquisador recomenda que, antes de se prosseguir com os planos de viagem, seja verificado o índice de transmissões no local para onde se pretende ir, independente do período de estadia. “Primeiro, você precisa saber como é que está a transmissão no local, pois é sempre bom evitar destinos que estejam em momento de transmissão acelerada do coronavírus. Mas, mesmo que você esteja em um local com baixos índices, se proteja”, ele alerta.

Por fim, “Tanta” aconselha: “Viaje com segurança, procure entender qual é a situação epidemiológica do local em que você vai e, acima de tudo, esteja sempre usando máscara, se protegendo e evitando eventos que têm aparecido como propensos para a disseminação. Se puder, evite também visitar ambientes fechados - essa é outra dica que se dá para o final de ano”.