null Curso de Cinema e Audiovisual da Unifor realiza Mostra Especial Cinema de Arquivo

Curso de Cinema e Audiovisual da Unifor realiza Mostra Especial Cinema de Arquivo

Os filmes serão exibidos nesta quarta-feira, 9 de dezembro, a partir das 19h, via Google Meet


A iniciativa é resultado de longo processo de pesquisa da disciplina Cine Experiência VII / Montagem e Pós-Produção. (Foto: Getty Images)
A iniciativa é resultado de longo processo de pesquisa da disciplina Cine Experiência VII / Montagem e Pós-Produção. (Foto: Getty Images)

O curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza promove nesta quarta-feira (9) a Mostra Especial Cinema de Arquivo. Com a exibição de oito curtas-metragens pelo Google Meet, a partir de 19h, com sessão seguida de debate com os realizadores. A iniciativa é resultado de longo processo de pesquisa da disciplina Cine Experiência VII (Montagem e Pós-Produção), ministrada pela professora e montadora Lis Paim. 

A mostra foi realizada em regime especial e sobre o tema “Cinema de Arquivo”. Ao longo do semestre, os estudantes participaram de um laboratório criativo, no qual desenvolveram cada um seu próprio projeto de filme a partir de uma investigação dos mais diferentes arquivos audiovisuais existentes, como fotos e filmes antigos de família, bancos de imagens e sons da internet, fragmentos de filmes da cinematografia mundial, conteúdos televisivos, registros antigos de viagens, entre outros. 

Entre os filmes produzidos, há desde relatos de viagem (Lá Fora, de Tiago Araújo), filme-carta (Carta aberta ao meu Avô, de Beatriz Oliveira) e documentário experimental de luta (Um Filme Ali…, de Felipe Saraiva), até filmes construídos a partir da cinematografia de David Lynch (Horror Disco, de Lucas Timbó) e fragmentos de lesbian movies (Ópia, de Vitória Régia), passando por imagens sensacionalistas da televisão (Plantão, de Isanelle Nascimento) e por um cinema extremamente sensorial, construído por uma mixagem de arquivos (Ecstatic, de Vitor Rennan).

“A edição especial de Cine Experiência VII, a partir de um trabalho com cinema de arquivo, foi uma oportunidade única e muito preciosa para que os estudantes pudessem desengavetar desejos e ter a chance de realizar um filme pessoal do início ao fim, trabalhando em todas as etapas de sua construção, já que estes são por excelência filmes de montagem”, destaca a professora Lis Paim.

O percurso e o resultado final das obras refletem uma imersão profunda em questões pessoais, além de desejos artísticos e de pesquisa. “Esses jovens artistas puderam experimentar na prática fazer cinema a partir do vasto material de imagens e sons que podem ser acessados hoje. Mais do que tudo, esse processo foi um exercício de expressão e pensamento, em que a manipulação das imagens, de suas distorções e reinvenções, foi o que construiu e ensinou os alunos a construírem discursos por meio de uma linguagem audiovisual bastante experimental”, acrescenta a professora.

A coordenadora do curso de Cinema da Unifor, professora Bete Jaguaribe, destaca a potência do processo. “No ambiente da pandemia, o processo de experimentação enfrentou o desafio do isolamento e das aulas remotas. A sensibilidade da professora orientadora, Lis Paim, e a potência artística de nossos alunos, construíram uma experiência única, que pode ser acessada a partir desses filmes de arquivo. Um processo que também é um registro do momento contemporâneo, um ato de resistência poética, tão necessária nesses tempos”, destaca. 

Conheça os filmes da mostra

AMOR MARGINAL

Direção e montagem: Davi Santiago
Sinopse: Raí e Lina vivem um amor de verão. No calor do momento, decidem viver uma aventura e viajam de carro cometendo pequenos assaltos. Logo chamam atenção da polícia, iniciando uma perseguição enquanto vivem um intenso romance.

CARTA ABERTA AO MEU AVÔ

Direção e montagem: Beatriz Oliveira
Sinopse: Através de antigas imagens granuladas e manchadas das super-8 de família, mergulho no resgate da memória de meu avô, o qual não conheci, mas que vive em mim, o cineasta Eusélio de Oliveira.

ECSTATIC

Direção e Montagem: Vitor Rennan
Fotografia: Vitória Régia e Vítor Rennan
Sinopse: O não-lugar puxa o não existir. Corações emaranhados no dia em que os planetas se alinharam, 17 de março, a Pandemia. A lua já não é mais nova, ela míngua aos seus próprios caminhos, o desconhecido e o recém-formado, perguntando se algum dia chegará a ser cheia.

HORROR DISCO

Direção e montagem: Lucas Timbó
Sinopse: Ligações de madrugada. Medo. A partir de imagens recolhidas da filmografia de David Lynch, o filme revela uma discoteca do horror.

LÁ FORA

Direção, fotografia e montagem: Tiago Araújo
Sinopse: Um relato de viagem, das descobertas das belezas do mundo aos mais profundos sentimentos de solidão e saudade.

ÓPIA

Direção e montagem: Vitória Régia
Sinopse: A ambígua intensidade posta em uma troca de olhares, sendo ela tanto invasiva quanto vulnerável. A construção de um espaço mental, quase clínico, onde traumas são ativados a partir de fragmentos de filmes lésbicos.

PLANTÃO

Direção e montagem: Isanelle Nascimento
Sinopse: Uma reflexão sobre a naturalização da violência contra o corpo negro nos telejornais. A invasão das mídias sob o pretexto de manter-nos informados.

UM FILME ALI (OU SE VOCÊ FOR, VÁ COM TUDO)

Direção e montagem: Felipe Saraiva
Sinopse: A melhor luta de Muhammad Ali, de acordo com ele mesmo, foi contra seu arquirrival Joe Frazier. Um é poeta, o outro é cantor. O movimento não parou em Manilla, Filipinas, 1975.