Qua, 9 Junho 2021 16:53

Sempre Unifor: Conheça a médica Flora Mota e suas contribuições ao combate contra a gordofobia na área da saúde

Egressa do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, Flora presta atendimento especializado a mais de 80 pessoas gordas de todo o Brasil. Ela afirma que olhar “atento e cuidadoso” ao paciente é herança da Unifor.

Você sabe o que é gordofobia? O termo é um neologismo amplamente utilizado para descrever o comportamento de pessoas que inferiorizam e destratam indivíduos por conta de seu peso. Esse tipo de discriminação, alimentado na era digital pela busca utópica ao “corpo perfeito”, faz com que algumas pessoas evitem buscar acompanhamento médico por medo de reprimendas ou desconforto ao expor o próprio corpo para profissionais da sáude. 

Na tentativa de mudar essa realidade e construir um espaço de acolhimento para todos, a médica Flora Mota, egressa do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, participa ativamente da luta contra a gordofobia na área da saúde. Desde que concluiu seus estudos de graduação no final do ano passado, ela presta acompanhamento especializado para cerca de 80 pessoas gordas de todo o Brasil. “Foco no autocuidado e no autoamor em minha abordagem médica, incentivando-as a olharem para si e cuidarem de seu bem estar físico, mental e social”, explica a profissional da saúde.

“A ideia desse acompanhamento realmente é de acolher pessoas [...]. Muitos dos meus pacientes já vivenciaram a gordofobia médica (situação em que o corpo gordo é negligenciado e desrespeitado nos atendimentos) e hoje posso oferecer esse cuidado da melhor forma que fui treinada, com zelo e atenção, fazendo com que tenham confiança na minha abordagem”, conta Flora. Ela completa: “Colocamos em pauta atividades físicas, alimentação, saúde mental, etc. Sempre tento buscar formas de adequar a realidade deles com o que for proposto como terapêutica”.

A médica relata que decidiu se aprofundar na luta social contra a gordofobia quando percebeu a necessidade que pessoas vítimas desse preconceito têm de serem acolhidas com respeito e cuidado por profissionais da medicina. Ela acredita que a abordagem de Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) adotada pela graduação na Universidade de Fortaleza possibilita a discussão em torno de questões socioculturais, levantando reflexões necessárias à formação, que se pauta na empatia e na preocupação com o outro.

Flora iniciou atendimentos em janeiro deste ano e, no contexto da pandemia, conquistou alcance em outros estados por meio da telemedicina. Atualmente, ela presta atendimento em consultório de Fortaleza e segue realizando acompanhamentos à distância. Os interessados a contatam profissionalmente por meio de mensagens em seu perfil na rede social Instagram.

Ainda no ínicio de uma já frutífera trajetória, Flora não esconde afeto pela instituição na qual aprimorou seu olhar para com o outro: “Meu agradecimento à Unifor pela formação do meu olhar atento – um olhar que é além de julgamentos, um olhar que me levou a cuidar de quem há muito tempo não era cuidado. Pretendo voltar logo como professora para contribuir com a formação desse olhar mais humanizado e atento”, encerra a médica.