Pesquisadores da Unifor criam projeto para auxiliar tratamento de crianças com paralisia cerebral

ter, 4 junho 2019 17:11

Pesquisadores da Unifor criam projeto para auxiliar tratamento de crianças com paralisia cerebral

Projeto é desenvolvido pelo professor Victor Hugo Albuquerque e pela aluna Juliana Oliveira, ambos do Programa de Pós-graduação em Informática Aplicada


O projeto tem como objetivo desenvolver sistemas computacionais interativos para auxiliar no tratamento de crianças com paralisia cerebral. Foto: Ares Soares.
O projeto tem como objetivo desenvolver sistemas computacionais interativos para auxiliar no tratamento de crianças com paralisia cerebral. Foto: Ares Soares.

Victor Hugo de Albuquerque, professor do Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada da Unifor (PPGIA), e a aluna Juliana Oliveira, doutoranda do PPGIA, desenvolvem um projeto que tem como objetivo desenvolver sistemas computacionais interativos para auxiliar no tratamento de crianças com paralisia cerebral. 

Idealizado a partir da tese de mestrado de Juliana, o artigo intitulado ‘REHAB FUN: an assistive technology in neurological motor disorders rehabilitation of children with cerebral palsy’, com a tradução para o português ‘Tecnologia Assistiva para reabilitação de deficiências audiomotoras e cognitivas aplicadas em crianças com paralisia cerebral’. 

Recentemente o estudo foi foi publicado na revista internacional Neural Computing and Applications, relevante veículo científico na área de Informática, com fator de impacto 4,2, principal métrica utilizada para avaliar as revistas científicas por todo o mundo ao contabilizar as citações recebidas. 

Como o projeto funciona

“Nós desenvolvemos um ambiente virtual composto por vários cenários, em que a criança deverá identificar objetos, cores, e os colocar em seus devidos lugares. Através da ferramenta leap motion, sensor de movimentos da mão, permite que a criança mova o objeto com movimentos da mão sobre o tensor”, explica o professor.

Victor Hugo destaca ainda que com essa atividade, é possível trabalhar a parte cognitiva cerebral através da distinção de cores e a parte motora, pois a criança muitas vezes tem dificuldades de fechar a mão, devido ao enrijecimento muscular.

Todo o tratamento é acompanhado por fisioterapeutas. A primeira aplicação ocorreu no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), pertencente à Unifor. “Antes de desenvolvermos esse sistema de jogos, tivemos reuniões com especialistas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e neurologistas. É importante ressaltar que todo trabalho feito na computação, não vai excluir um especialista. Essa ferramenta é uma alternativa complementar aos tratamentos convencionais realizados no NAMI”, esclarece Victor. 

O professor destaca que sua maior realização no projeto, é poder desenvolver uma alternativa que possa contribuir para a sociedade. “Para nós o ambiente é um material de pesquisa, para o especialista é tratamento, para as crianças diversão e para os pais é uma realização ver a criança motivada em seguir o tratamento. A maioria das crianças vêm de famílias carentes e demandam esforço para chegar ao hospital. Não é simplesmente desenvolver um trabalho. Foi tão gratificante que pretendemos continuar no doutorado de Juliana”, afirma 

Todo o desenvolvimento do projeto foi realizado nos laboratórios de informática da própria Unifor, e sua continuação é prevista durante o doutorado da aluna. Houve também a parceria com a Universidade Valparaíso, localizada no Chile, em que profissionais da área da computação e da saúde auxiliaram com sugestões para a melhor condução do projeto.