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Sobre a partilha do sensível

A arte como elemento catalizador de saberes e fazeres. É acreditando e investindo na partilha do sensível como o mais profícuo caminho para a geração de um conhecimento humanizado, que a Unifor vem desenvolvendo, desde a sua fundação, em 1973, projetos de extensão ligados à arte e à cultura. Vice-reitor de extensão, o professor Randal Pompeu elenca os resultados dessa ousada aposta ao longo de 45 anos e aponta outros saltos de qualidade e excelência porvir.
 

Quarenta e cinco anos de trabalho intelectual e partilha do sensível. Mas como a arte e a cultura passaram a ter centralidade na Unifor diante do desafio original de contribuir com o desenvolvimento social, educacional e cultural do Ceará? Quem responde e ao mesmo tempo contextualiza é o vice-reitor de extensão da instituição, professor Randal Pompeu: “a arte e a cultura fazem parte da atuação da Universidade de Fortaleza desde sua fundação, em 1973, com a primeira edição da mostra Unifor Plástica. Desde então, realizaram-se sucessivas exposições, que ganharam força em 1988 com a criação do Espaço Cultural Unifor e, posteriormente, em 2004, com sua reforma e ampliação, momento em que se começou a apresentar, de forma contínua, grandes exposições”. 

Em paralelo, a Fundação Edson Queiroz ainda constituiu uma das coleções de artes visuais mais importantes do país, hoje reconhecida e exposta nacional e internacionalmente. Mas outras iniciativas culturais merecem destaque e elogios: os Grupos de Arte – Coral, o Grupo Mirante de Teatro, a Companhia de Dança, a Camerata, a Big Band, os grupos infantis de sanfona, flauta, piano e violino, além do Teatro Celina Queiroz, da Biblioteca Acervos Especiais e de eventos já consolidados no calendário cultural do estado, como o Prêmio de Literatura Unifor e o Festival Eleazar de Carvalho. 

Ações casadas a uma política educacional que se quer múltipla e inventiva. Segundo professor Randal Pompeu, por serem realizadas em uma universidade, um centro do saber, tais ações apresentam forte viés educacional, a fim de promover o conhecimento em suas mais amplas dimensões, não só para nossa comunidade acadêmica, mas também para crianças e adolescentes, estudantes de escolas públicas e particulares. Por essa razão, ele enfatiza, trata-se de legítima atuação extensionista, uma vez que alcança os mais distintos públicos, internos e externos à universidade.

Intangível e inestimável, o patrimônio cultural que agrega ética e estética ao cotidiano acadêmico da Unifor ganhou notável impulso a partir de 1982, na gestão do chanceler Airton Queiroz, falecido em julho de 2017 e que, de acordo com o professor Randal, nutria verdadeira paixão pelas artes e fazia as vezes de mecenas, na medida em que apoiava a produção e disseminação da arte em suas variadas modalidades, como música, teatro, dança, literatura e, especialmente, artes visuais. Desde 2017, ele acrescenta, essa missão é levada a cabo pela nova administração superior da Universidade, representada pela presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Queiroz, e pelo chanceler Edson Queiroz Neto. 

“Esse apoio sistemático à arte e à cultura resultou na formação de um capital social consolidado no que tange, sobretudo, ao público impactado positivamente por tais ações, pessoas de todas as idades que não tinham o hábito de se relacionar com as artes e hoje o fazem de forma habitual, pela participação em projetos desenvolvidos pela Fundação”, afirma o vice-reitor.

Internamente, o impacto não é menor. E só cresce. “Para incentivar o engajamento da comunidade acadêmica nos projetos culturais da Universidade atuamos junto a diretores de centro e coordenadores de curso para mobilizar os professores no sentido de aliar o conteúdo visto em sala de aula e as pesquisas às iniciativas de arte e cultura. As exposições, a Biblioteca Acervos Especiais, os grupos de arte e projetos como o Cineclube Unifor e a Quinta Literária, por exemplo, fornecem imensos subsídios a professores e alunos”, acrescenta. 

Para o professor Randal, contando com o também importante apoio da Diretoria de Comunicação e Marketing da Unifor em campanhas voltadas à comunidade acadêmica e sociedade em geral, a Unifor vem buscando assim conjugar ensino, pesquisa e extensão. Em cada projeto, uma promessa. “Relativamente ao campo da arte e da cultura, vislumbramos mais. Queremos seguir expandindo nossa atuação para além dos limites do estado e do país, sobretudo por meio de exposições em museus de importantes centros brasileiros e estrangeiros. No entanto, sem deixar de olhar para dentro, ou seja, para o interior do estado, a exemplo da exposição que realizamos em 2017 na cidade de Sobral”, sublinha. 

Lá fora, em meio à busca contínua por excelência, marcas indeléveis já foram deixadas. “Após o Museu Coleção Berardo, em Lisboa, a exposição da Coleção da Fundação Edson Queiroz irá para a Embaixada do Brasil, em Roma. Diante desse reconhecimento externo e estimulados pela recente outorga de Patrimônio Turístico da Cidade de Fortaleza, concedida pela Prefeitura de Fortaleza ao Espaço Cultural Unifor, também incorporamos a missão de promover nossa cidade como destino turístico cultural, mostrando aos visitantes que aqui não há apenas belas praias, mas também arte e cultura de qualidade”, reitera o vice-reitor. Desafio diário, de modo que cada projeto supere os resultados de projetos anteriores. “Hoje, quando se trata de realizações da Fundação Edson Queiroz em arte e cultura, já existe uma alta expectativa da administração superior e do público”, ressalta.

 

Texto publicado na Revista Unifor | Edição 03 | Março 2018