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Seg, 11 Setembro 2023 12:04

Campeões no ensino e no esporte

O Parque Desportivo da Universidade de Fortaleza reúne ensino, pesquisa e extensão em seus 5 mil m² e mais de 15 modalidades esportivas


Um dos maiores da América Latina, o parque esportivo da Unifor cresceu ajudando a realizar sonhos de atletas e a formar profissionais (Foto: Ares Soares)
Um dos maiores da América Latina, o parque esportivo da Unifor cresceu ajudando a realizar sonhos de atletas e a formar profissionais (Foto: Ares Soares)

A história de Joyce Dantas com o esporte acontece em um mundo de poucas possibilidades de lazer. Ela conta que começou a jogar futsal porque não tinha muito o que fazer em Pindoretama, município interiorano do Ceará, onde vivia. Mas logo entrou no time da cidade e começou a competir.

Foi acompanhando os torneios pelo noticiário que ela conheceu — à distância — o Parque Desportivo e o time da Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz. “No interior, a gente tinha a Unifor quase como a Seleção Brasileira. Parecia algo inalcançável”, conta Joyce.

Anos depois, já morando na capital cearense, conheceu uma menina da equipe da Universidade e soube que estavam buscando uma goleira. “Achei que não passaria, mas resolvi tentar e eles me aceitaram na equipe”, recorda a atleta.

A sensação foi de encantamento quando ela foi pela primeira vez até o Parque Desportivo da Unifor. “Parecia que eu estava na Disney do Esporte”, ri. “Fiquei: é aqui que eu vou jogar? É uma coisa que impressiona. É bem único esse espaço”.


São 5 mil m² com pista de atletismo, piscina semiolímpica, quadras de futebol, tênis, beach tennis e muito mais (Foto: Ares Soares)

O Parque Desportivo da Unifor é um dos maiores da América Latina. Com quadras devidamente reconhecidas pelas federações de várias modalidades esportivas, piscina semiolímpica e estádio de atletismo entre seus equipamentos, pode receber competições nacionais e internacionais.

São 5 mil m² de uma estrutura em constante processo de melhorias para quem quer aprender, se exercitar e sonhar. Lá, tanto a comunidade acadêmica quanto a sociedade dispõem de mais de 15 modalidades de esportes e vários projetos de ensino, pesquisa e extensão.

O sonho de se tornar educadora física em um "laboratório" de ponta

Selecionada para a equipe sub20 da Universidade de Fortaleza, Joyce aproveitou o quanto pôde tudo o que lhe foi oferecido. E viu aquele lugar destravar um outro sonho: o de se formar em Educação Física, curso que iniciou em 2015 graças a uma bolsa de estudos integral que viabilizou a conclusão tanto do bacharelado quanto da licenciatura.

“Há um processo de mérito que você consegue ir crescendo na equipe. Recebi toda a estrutura e apoio, como bolsa de 100%, plano de saúde e ajuda de custo. Recebi todo o suporte pela extensão universitária”, recorda.

Aquele parque de esportes que lhe encantou à primeira vista foi, para Joyce, lugar de treino, laboratório de formação profissional e um espaço para realizar sonhos e mudar de vida. Hoje, aos 27 anos, a egressa é personal trainer e influencer digital, com mais de 11 mil seguidores no Instagram (@joycedant). Começou a produzir conteúdos voltados para as redes sociais durante o isolamento social da pandemia e, agora, prepara uma mentoria para ajudar outros profissionais a obterem êxito como personal trainer.


“A Unifor e o complexo esportivo mudaram não só a minha vida como também da minha família, que hoje consigo ajudar. Tenho uma vida que eu sabia que queria ter, mas não sabia que poderia alcançar tão rápido. Muito do que sou hoje vem da mentalidade de atleta que construí junto à comissão técnica da Unifor. Estudar na Universidade abriu a minha cabeça, mostrou que o mundo era muito mais do que eu imaginava”
Joyce Dantas, egressa do curso de Educação Física da Unifor e goleira de futsal

Da teoria à prática em um único lugar

O vultoso complexo esportivo, apto a sediar competições internacionais e que já recebeu até mesmo seleções estrangeiras de futebol durante a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014, é também um grande laboratório prático para o curso de Educação Física da Unifor. “Essa infraestrutura de qualidade possibilita aos alunos vivenciarem na prática todas as modalidades esportivas”, explica a coordenadora da graduação, Diane Nocrato.

Isso porque o Parque dá toda a estrutura e equipe necessária para a prática de diversas modalidades. Há, por exemplo, campos de futebol oficial e society, academia, estádio de atletismo e uma sala multifuncional para diversos tipos de lutas.

Para se ter uma ideia da qualidade e modernização da infraestrutura, as quadras poliesportivas têm um piso flutuante de madeira que absorve impactos e reduz riscos de lesão durante a prática esportiva. Uma novidade recente é a recém-lançada arena de beach tennis, um espaço com seis quadras de areia também disponível para a prática de vôlei de praia e futevôlei.

Seja como for, das quadras aos gramados e areias, há uma vasta gama de possibilidades não só para a formação dos estudantes de Educação Física, mas também para atividades de outros cursos da saúde, como as práticas de reabilitações motoras.


“A diversidade e a qualidade da infraestrutura [do Parque Desportivo] refletem na qualidade de formação. Os alunos conseguem ter uma experiência mais direcionada e assertiva. Eles experimentam aqui e saem com uma bagagem já formada para o mercado de trabalho”Diane Nocrato, coordenadora do curso de Educação Física da Unifor

O complexo pode ser usado por toda a comunidade acadêmica, que pode optar pelas assessorias esportivas para usufruir dos espaços em horários estabelecidos. Basta fazer a carteirinha e assinar um termo de responsabilização na Divisão de Atividades Desportivas (DAD) ou se informar no número (85) 3477-3143. Já a sociedade tem acesso ao Parque Desportivo por meio de aluguel dos espaços ou mesmo pelos projetos de extensão desenvolvidos no equipamento.

Na extensão universitária, o esporte transforma vidas

Influenciada por um tio atleta, Letícia Evelin Ferreira se aventurou desde criança nos esportes. Começou praticando ballet e ginástica, mas logo perdeu o interesse. Quando descobriu o atletismo, se apaixonou pelo esporte. “Virou um vício praticar todos os dias. É uma coisa que amo fazer. Amo participar de competições importantes”, conta.

Moradora do bairro Edson Queiroz, bem perto da Unifor, Letícia encontrou o equipamento perfeito para construir seu futuro: o Parque Desportivo. Foi no Estádio de Atletismo que ela viu se desenvolver uma carreira que já dura anos.

"Fiquei impressionada na primeira vez que vi a pista, não sabia nem quantos metros tinha de tão grande que parecia. Hoje, quando começo a correr, sei que ela é grande mesmo, mas agora eu [a] conheço muito bem”, diz.


Letícia começou a se aventurar no atletismo ainda quando criança na Unifor (Foto: Arquivo pessoal)

A porta de entrada se abriu por volta dos 10 anos, quando conseguiu uma vaga na Escola de Esportes, um projeto da Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária (Virex) que atende anualmente centenas de jovens entre 10 e 17 anos. 

“É um projeto social gigantesco. Crianças e adolescentes praticam o esporte com materiais de primeira qualidade e com professores de renome, de forma gratuita”, pontua Ralciney Barbosa, gestor da Divisão de Assuntos Desportivos (DAD), setor que desenvolve o projeto. 

Já o Reitor da Unifor, Dr. Randal Pompeu, ressalta a importância do projeto de extensão, em funcionamento desde 2006, que envolve alunos e docentes dos cursos da área de saúde na formação de jovens atletas.


“A Unifor é uma universidade de excelência também no âmbito esportivo, em razão de seu Parque Desportivo de ponta e de seus projetos na área do esporte, que beneficiam não apenas a comunidade acadêmica da Unifor — sobretudo do curso de Educação Física —, mas todos que buscam um estilo de vida saudável”
Randal Pompeu, Reitor da Universidade de Fortaleza

Na Escola, Letícia então passou a treinar mais seriamente e a competir. Hoje, aos 16 anos, ela coleciona muitas medalhas enquanto se dedica ao segundo ano do ensino médio. Na última semana, estava em São Paulo em mais uma competição nacional.

Enquanto acumula bons desempenhos, a atleta espera seguir se dedicando e construindo sua carreira no atletismo com a ajuda da treinadora Sônia Ficagna, professora do curso de Educação Física da Unifor, que a acompanha há pelo menos seis anos, desde que entrou na Escola de Esportes.


“A Escola de Esportes significa muito pra mim. Mudou a minha vida porque me permitiu me dedicar a uma coisa que realmente gosto de fazer e não pretendo parar. O Parque Desportivo é onde posso treinar e me desenvolver. Minha técnica, Sônia, me treina desde pequenininha lá e me incentivou desde sempre. Eu agradeço muito à Unifor por ter me dado este espaço para praticar”
Letícia Evelin Ferreira, atleta que começou sua carreira na Escola de Esportes da Unifor

Projetos para beneficiar atletas e promover o bem-estar

Além da Escola de Esportes, o Parque Desportivo recebe outros projetos para beneficiar atletas, estimular a prática de atividades físicas e promover o bem-estar. O incentivo ao esporte, por exemplo, contempla oito equipes oficiais. Eventos como a Corrida de Rua e os Jogos Internos também contam com a participação de milhares de pessoas da comunidade acadêmica e da sociedade. Há ainda projetos voltados para a terceira idade e para a igualdade de gênero no futebol.

São projetos abertos para a comunidade do entorno da Universidade e que possibilitam um trabalho social dentro da promoção da saúde, incentivando hábitos saudáveis e ativos com forte potencial na prevenção de doenças e estímulo à qualidade de vida.

“Uma das contribuições do Parque Desportivo para a sociedade é que as pessoas tenham a atividade física como uma prática regular. Estimulamos isso e damos oportunidade para que elas possam estar junto conosco na busca por uma vida ativa e saudável”, salienta o professor Ralciney Barbosa.

O gestor lembra que a DAD tem uma responsabilidade social universitária com os projetos de extensão, que desembocam em resultados multifacetados. Da Escola de Esportes, saem atletas que vão conquistando espaço nacional e internacional, assim como estudantes que conseguem bolsas de estudo para crescer profissionalmente. Um exemplo disso é a atleta Laila Ferrer, que descobriu na graduação um talento para o esporte que a levou aos Jogos Olímpicos.

A Unifor, por sua vez, vem figurando há mais de uma década entre as cinco melhores instituições do país em termos de esporte universitário. “Nossas equipes são reconhecidas nacionalmente como equipes fortes, competitivas, e que sempre estão bem colocadas nos eventos esportivos”, acrescenta Ralciney. “A Unifor proporciona a formação acadêmica, mas também garante a muitos atletas uma vida profissional do esporte”.


“O Parque Desportivo da Unifor está aberto a todos os nossos alunos, professores e colaboradores, que podem desfrutá-lo de diversas maneiras, seja em atividades de prática acadêmica dos cursos, em projetos de extensão ou pelo uso no tempo livre, fomentando o esporte como requisito de qualidade de vida”Thiago Braga, coordenador da Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária (Virex) e professor da Unifor

Um complexo em constante expansão e modernização

Vanguarda é a palavra que alimenta o Parque Desportivo, que historicamente cresce junto com a Universidade. Ano após ano, o complexo vai recebendo novos equipamentos e melhorias para se manter atual e moderno em uma área que permanece em constante dinamismo.

“A Unifor não para. Costumamos dizer que ela está na vanguarda em todas as áreas em que atua”, diz Ralciney. É com este pensamento que a divisão esportiva se preocupa em estar antenada a tudo o que acontece na área para incorporar rapidamente as mudanças e novas modalidades que vão se popularizando, como por exemplo o beach tennis, que acaba de ganhar uma arena.

“Observando a dinâmica do beach tennis, do vôlei de praia e do futevôlei, entendemos que não são mais esportes emergentes, são esportes contemporâneos e que precisávamos investir nisso", explica o gestor da DAD.

Essa visão de futuro também foi o que motivou a construção de outros equipamentos anos atrás, como o Estádio de Atletismo. E os projetos não param. Para o futuro, a ideia é uma nova piscina para atender a população idosa e com mobilidade limitada, explorar melhor o spa da Academia e até um equipamento para crossfit.


“A Unifor vai se esmerando em buscar e antecipar novas modalidades esportivas e novas tendências. A gente hoje apoia, por exemplo, o futebol americano, que muito cresce aqui no nosso Estado”Ralciney Barbosa, gestor da Divisão de Assuntos Desportivos

Do Direito às competições de beach tennis

As melhorias no Parque Desportivo beneficiam não apenas o curso de Educação Física, mas as mais de 20 mil pessoas que integram toda a comunidade acadêmica, além da sociedade cearense. Não importa qual curso você faça na Unifor, as portas estão abertas para você. Qual o seu esporte? Topa competir?

Mariana Ary Mota Sanford, de 21 anos, disse sim à última pergunta. Filha de pais tenistas, ela se dedicou ao vôlei durante o colégio e começou a gostar de competir. Mas, anos depois, decidiu mergulhar em um esporte que começava a despontar em Fortaleza: o beach tennis.

Estudante do quinto semestre do curso de Direito na Unifor, ela decidiu entrar na equipe oficial da Universidade e disputar os jogos universitários. No ano passado, sentiu o gosto de ser campeã brasileira. Os resultados dos atletas nesta modalidade e o interesse crescente nos últimos anos levou a Unifor a inaugurar uma nova arena, que Mariana está ansiosa para usufruir.


“Sabemos que o beach tennis é um esporte novo, por isso é uma grande conquista poder treinar agora na Unifor, ter ali a parte física e a parte técnica. Com as novas quadras, que são perfeitas, vai ficar mais fácil ainda. Todos têm falado bem da iluminação, da areia e do ambiente”Mariana Ary, estudante de Direito e atleta de beach tennis

A nova arena de beach tennis é mais um equipamento do Parque Desportivo que Mariana vai utilizar. Ela já treinava na academia e, em breve, iniciará um projeto de treinos com estagiários da graduação em Educação Física. “Sempre fui do esporte minha vida inteira, mas decidi que não ia jogar por jogar. Competir é maravilhoso”, finaliza.