qui, 14 maio 2020 11:36
Foco na ciência: confira dicas para dar início à carreira de pesquisador
Entenda, de forma básica, como funciona o ramo científico e o que é importante para ingressar nele
Com a pandemia do novo coronavírus, a ciência - e toda a sua importância - tem conquistado maior presença no cotidiano dos brasileiros. Muito se comenta sobre pesquisadores e sua busca constante por descobertas que tragam auxílio no combate à COVID-19. Dentre as profissões tidas como essenciais neste período, a de cientista é presença constante nos noticiários.
Como uma instituição que investe em pesquisa, a Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, participa ativamente da formação de cientistas; em outras palavras, estes são os pesquisadores que se utilizam do método científico para obter e produzir conhecimentos úteis à sociedade. Como se tornar um deles?
Primeiro passo: participe de grupos
“Eu diria que, durante a graduação, são muitas as possibilidades que podem conduzir o aluno ao caminho da ciência, como participar de um grupo de pesquisa. Todos os grupos são coordenados por professores da graduação e da pós-graduação”, orienta a professora Tereza Glaucia, responsável pela divisão Stricto sensu da Pós-Unifor. “Nestes grupos, aprende-se a identificar um problema de pesquisa, definir os objetivos que se almejam alcançar e aplicar um método que possibilite validar o conhecimento produzido”, ela complementa.
Terminei minha pesquisa. Como divulgá-la?
De acordo com a professora, após obter os resultados da pesquisa, o caminho natural a ser seguido é a sua divulgação em eventos acadêmicos ou por meio da publicação de um artigo em revistas e jornais de cunho científico, preferencialmente os que sejam bem avaliados de acordo com os critérios de qualificação ou “fator de impacto”. Periódicos com alto fator de impacto, em geral, são criteriosos quanto à divulgação de um estudo científico.
“A decisão de como se dará a publicização dos resultados deve ser tomada em conjunto com os coordenadores da pesquisa. Vale salientar que os artigos são bem valorados no âmbito acadêmico e científico. Nessa mesma lógica, incluem-se os Trabalhos de Conclusão de Curso, que podem ter seus resultados socializados não só durante a apresentação final, diante de uma banca avaliadora, mas também em outros meios científicos”, esclarece Tereza Glaucia.
O que é um artigo científico?
Após ser identificada uma pergunta que motive a realização de uma pesquisa, esta deve ser redigida em um modelo técnico, no qual são apresentados os motivos para seu desenvolvimento, os métodos adotados, os resultados obtidos e as principais conclusões do estudo.
Esse documento consiste no artigo científico, um trabalho acadêmico voltado para pesquisa, no qual são registrados experimentos e analisados dados, provas e contraprovas que possam confirmar a teoria levantada pelo cientista.
O que é um Currículo Lattes?
No Brasil, a Plataforma Lattes é uma ferramenta padrão estruturada pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para que estudantes e pesquisadores comuniquem todo o seu percurso acadêmico e profissional. Nela, é possível adicionar informações diversas, como detalhes sobre a produção e a publicação de pesquisas, os eventos em que o indivíduo esteve presente e os grupos do qual participa. A página do pesquisador no sistema é denominada Currículo Lattes.
O cadastro nessa ferramenta é fundamental para trazer visibilidade ao cientista, proporcionando interações e mantendo o registro de suas contribuições à comunidade da pesquisa. Portanto, todos que pretendem seguir carreira acadêmica devem ter o Currículo Lattes e mantê-lo atualizado.
Decidi focar na pesquisa e investir em uma pós-graduação. O que são Lato sensu e Stricto sensu? Em qual devo ingressar?
Para aqueles que, após uma graduação, desejam se dedicar a uma carreira no ramo científico, o indicado é ingressar em um curso Stricto sensu - termo que engloba programas de mestrado e doutorado.
Sobre os cursos de mestrado, a professora Tereza Glaucia comenta que “possibilita a preparação para a vida acadêmica, seja atuando como docente ou em projetos, pesquisas. Ao final do curso, que tem a duração de 24 meses, o aluno deverá apresentar uma dissertação, resultado de seus estudos ao longo do curso”.
Em relação ao doutorado, por sua vez, ela conta que “possibilita ao aluno aprofundar o conhecimento sobre determinado assunto. Ao final do curso, é necessário que seja defendida uma tese, na qual, geralmente, deve-se ter sido proposto um estudo inédito”. Diferentemente do mestrado, o curso de doutorado tem duração de 48 meses.
Para os estudantes que buscam fortalecer sua atuação no mercado de trabalho, indicam-se os cursos Lato sensu – especialização e MBA – ou de educação continuada, pois proporcionam maior conhecimento sobre a realidade praticada na esfera corporativa. No primeiro caso, os cursos duram no mínimo 360 horas, e o trabalho final apresentado pelo aluno se propõe a resolver problemas específicos da área de estudo.
“Nos cursos Lato sensu, nós temos o objetivo de que nossos alunos elaborem projetos e produtos de impacto, a fim de torná-los profissionais mais conscientes e que afetem positivamente a sociedade, além de colocar em prática as habilidades mais importantes para o mercado de trabalho do século XXI, de acordo com a nossa metodologia baseada em desenvolver líderes que transformam”, explica Raquel Campos, representante da Pós-Unifor.