qui, 9 julho 2020 11:21
Ninguém ficou fora do ar
No espírito da experimentação, a TV Unifor continua a missão de difundir conhecimento para a comunidade acadêmica e a sociedade
Mais do que uma janela de transmissão e exibição, uma TV Universitária tem como papel ser espaço para experimentar, “sair da caixa”. Mas é em momentos difíceis, como a crise global da saúde em 2020, que instituições como a TV Unifor mostram que esta missão se concretiza na prática, na cooperação inspirada pela “arte do fazer”. “Esse momento de quarentena nos colocou uma série de limitações quanto à continuidade da ‘programação normal’ da TV Unifor, bem como o desafio de apoiar a instituição na virtualização das atividades letivas. Mas sem perder de vista a nossa missão como TV Universitária, procuramos reinventar nossos processos e adaptar nosso trabalho para esta nova realidade”, afirma o professor Max Eluard, coordenador da TV Unifor.
O coordenador da TV Unifor aponta que o trabalho da emissora sempre se pautou por dois aspectos fundamentais: divulgar a produção de conhecimento da instituição, tanto para a comunidade acadêmica quanto para a sociedade, e atuar na formação prática de alunos. “E isso não apenas em relação aos cursos do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), como Jornalismo, Cinema e Audiovisual, Marketing ou Publicidade e Propaganda. Só para dar um exemplo, temos um trabalho muito interessante com os estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo na direção de arte, produção de cenários para os programas”.
O mundo das lives
Além do auxílio dado ao Núcleo Tecnologias Educacionais (NTE) na produção de tutoriais para os professores familiarizarem com as ferramentas de virtualização das aulas, a coordenação da TV Unifor percebeu o potencial das lives, cuja transmissão ganhou grandes proporções com o isolamento social, para a difusão do conhecimento e a inserção da TV Unifor em outras plataformas. “A live é um formato que permite uma troca e difusão de conhecimento muito interessante, aproveitando o fato de que todo mundo estava em casa. A TV percebeu que poderia trabalhar junto aos professores e os diferentes departamentos da Unifor na produção e sistematização de lives”, recorda.
A primeira live foi realizada no início de abril, dentro do projeto Cine Diálogos Virtuais, com o produtor de cinema Rodrigo Teixeira, da RT Features, responsável pela produção do filme “A Vida Invisível”, do diretor cearense Karim Aïnouz, vencedor do prêmio “Un Certain Regard” no Festival de Cannes. O debate aconteceu na sala virtual da plataforma Google Meet, além de ser transmitida pela própria TV Unifor e pelos canais da TV Universitária no Facebook e YouTube. “A gente percebeu que, com essa associação do sinal da TV Unifor com as ferramentas de transmissão online, a gente conseguiu alcançar um público muito maior do que os alunos da disciplina associada a esse convite. A gente percebeu que poderia aplicar essa mesma sistematização com disciplinas de outras áreas do conhecimento da instituição, para fazer uma conversa como essa”.
Nomes como a atleta Laila Ferrer e Silva, ex-aluna da Unifor, a física Márcia Barbosa e o ativista Ailton Krenak também participaram de lives promovidas pela instituição. A partir daí, foi criada uma equipe dentro da Diretoria de Comunicação e Marketing para a construção de ferramentas e aprimoramento da transmissão das lives. As contingências desse período acenderam o sinal de alerta para a necessidade de estruturar canais da TV Unifor em plataformas como o YouTube, que atualmente está em fase de estruturação e compra de softwares para aprimorar as transmissões a serem feitas daqui em diante.
Música em casa
O próximo desafio da TV Unifor já tem data marcada. Nos dias 12 a 26 de julho, o XXII Festival Eleazar de Carvalho, que tradicionalmente ocorria dentro do campus da Unifor, será totalmente virtualizado. “Toda a programação de aulas e concertos será transmitida pela TV Unifor. Estamos montando uma operação bem estruturada para que professores que se encontram nos Estados Unidos e na Áustria possam dar aulas para alunos de todo o Brasil, além das apresentações de música clássica”. Segundo o professor Max Eluard, todas essas novas atribuições intensificaram o uso da TV como uma ferramenta importante para a educação, sem, contudo, abandonar os outros mandatos da TV, de difusão de conhecimento e espaço de formação dos alunos.
“Em relação a isso, gente teve um primeiro momento muito desestruturante, de entender como iria funcionar, quanto tempo duraria esse isolamento social, não foi fácil pra ninguém. Quando a gente percebeu que essa situação iria se prolongar por um tempo, passamos a trabalhar com os alunos formatos e possibilidades de programas que conseguissem contemplar essa situação. E foi um momento de estimular a criatividade dos alunos, para que eles pudessem pensar e até mesmo criar formatos televisivos nesse contexto de isolamento social. Estamos produzindo coisas muito bacanas, já faz mais de um mês que voltamos a colocar no ar o Unifor Notícias, totalmente gravado da casa dos alunos, realizando entrevistas virtuais e por aí vai”.