qui, 9 julho 2020 10:57
Replicar, ouvir, padronizar
Para ajudar professores a dar continuidade às aulas direto de casa, o Núcleo de Tecnologias Educacionais da Unifor se converteu numa força-tarefa
No “antigo normal”, o trabalho do Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE) era centrado na produção de materiais educacionais a distância, bem como auxiliar a Unifor em projetos e materiais online. Isso incluía, claro, a produção de videoaulas para disciplinas/cursos no formato Educação a Distância (EaD). Mas era um trabalho bem diferente. “O NTE existe há aproximadamente 15 anos. Já tínhamos uma boa experiência em fazer videoaulas, mas isso envolvia planejamento, um trabalho feito com antecedência. Quando iniciou o período de isolamento social por conta da Covid-19, a programação caiu”, conta a professora Andrea Chagas, coordenadora do NTE.
Todo conhecimento de produção de videoaulas precisou ser replicado para que os professores da instituição com pouco ou nenhum conhecimento sobre videoaula pudessem continuar suas atividades de forma remota. “Nossa equipe organizou diversos documentos, tutoriais, dicas, orientações e até uma página no site da Unifor. Como não podíamos ir até o campus para gravar ou editar os materiais, ensinamos o básico para deixar o professor confortável em relação às gravações. Só fazíamos edição em alguns casos específicos, de conteúdos mais complexos, em regime de home office”.
Por mais que tenhamos maior familiaridade com equipamentos audiovisuais, gravar uma videoaula envolve uma série de fatores e conhecimentos. “Em condições usuais, fazer uma videoaula envolveria, por exemplo, orientações de vestimenta, montagem do roteiro, definição de cenário, organização da equipe e dos equipamentos necessários, entre outros fatores”. Segundo a professora Andrea, as primeiras semanas envolveram sensibilidade e escuta para atender as demandas de professores e alunos.
“Entendíamos que era um momento difícil. Além de todas as questões relacionadas ao isolamento, foi preciso desenvolver novas habilidades num prazo muito curto. Muitos professores falavam da angústia por não saber mexer em determinadas ferramentas ou não conseguir gravar um vídeo. Nesse momento, além de orientar, a equipe teve a função de escutar, acalmar. Mas à medida que esse professor foi fazendo as aulas remotas, ele foi adequando o estilo para ter, inclusive, um momento mais ‘humanizado’, deixando o aluno mais confortável com essa transmissão online”, pontua.
Padronização
Como a maior parte das aulas ocorria de forma síncrona, o NTE também priorizou as orientações sobre o uso do Google Meet, indicado pela Universidade para a padronização das aulas remotas. Isso fez com que os professores pudessem aproveitar ao máximo as ferramentas e possibilidades do aplicativo, aumentando a autonomia dos docentes. Nos poucos casos em que foi necessário gravar e editar algum conteúdo, foi mobilizada uma equipe reduzida munida de todos os Equipamentos de Proteção Individual necessários, garantindo assim o distanciamento e a segurança dos funcionários.
Passada a fase mais “corrida”, a coordenação do NTE agora trabalha na padronização dos conteúdos. “Para o semestre 2020.2, estamos produzindo alguns materiais específicos para alunos e professores no que compete às aulas síncronas, aulas híbridas e aulas EaD com direcionamentos, regras de conduta e ferramentas específicas da Universidade para a melhor condução desses momentos. Tanto o NTE como a própria Diretoria de Tecnologia da Informação estão investindo no planejamento e compra de equipamentos, softwares, aplicativos e estruturação de salas específicas para gravação de videoaulas. Dependendo das restrições de circulação daqui em diante, essas aulas poderão ser gravadas ou transmitidas ao vivo. Esperamos permitir ao professor um cenário mais apropriado e profissional”.