Yoga em casa: entenda como a prática influencia na saúde física e mental

Docente da Universidade de Fortaleza fala sobre os princípios do Yoga e orienta como realizar a prática em casa

“O Yoga tem a vantagem de não requerer muito espaço. O seu 'tapetinho' cabe em quase todo local”, afirma a professora Diana Ribeiro. (Foto: Creative Commons)

O primeiro passo para vivenciar o Yoga é conhecê-lo, uma vez que sua prática vai além dos alongamentos e exercícios físicos, transcendendo à uma esfera mental, psíquica, espiritual e energética. É o que destaca Diana Ribeiro, docente do curso de Educação Física da Universidade de Fortaleza ‒ instituição da Fundação Edson Queiroz ‒ e professora do módulo de Atividades Corporais Holísticas.

Para iniciar a prática do Yoga em casa, é necessário entender primeiro a ideologia que o rege. “O Yoga é um sistema filosófico que surgiu na Índia há mais de cinco mil anos. A palavra yoga deriva do radical sânscrito ‘yuj’ que significa unir-se, juntar-se, integrar-se consigo mesmo, com o outro e com o cosmo. Para vários praticantes, o Yoga passa a ser a sua forma de viver, o seu estilo de vida”, explica a professora.

Para quem está começando, Diana frisa a importância de atentar-se a aspectos como limpeza do ambiente, ausência de poluição, roupas leves e respeito com o próprio corpo. “O praticante deve procurar não se alimentar antes da prática, pois algumas posturas exigem compressão abdominal ou são invertidas. É aconselhável realizar a prática ao amanhecer, para iniciar o dia mais desperto e consciente. Além disso, é necessário utilizar um tapete antiderrapante para a realização das posturas e procurar ser disciplinado para obter os benefícios da práticas”, pontua.

Diana Ribeiro, docente do curso de Educação Física e praticante de Yoga.

Apesar das recomendações existentes, Diana ressalta a ausência de uma padronização, sobretudo em relação à hora e ao lugar específicos da atividade. “Há uma orientação: tanto a prática das posturas (asanas), quanto a prática da meditação devem ocorrer, preferencialmente, pela manhã e à noite. Mas, como na pós-modernidade o tempo é raro, aconselha-se realizá-las em um desses momentos. É indispensável a existência de um profissional para orientar a prática, pois há alguns exercícios respiratórios (pranayamas) estimulantes que não podem ser executados à noite, pois prejudicam o sono”, enfatiza ela.

Quanto à escolha do espaço para a prática, é aconselhável priorizar um local tranquilo, higienizado e sem estímulos externos, para que o praticante possa dedicar a sua concentração às próprias sensações corporais. “O Yoga tem a vantagem de não requerer muito espaço. O seu 'tapetinho' cabe em quase todo local”, completa a professora.

Benefícios que vão além do físico

Segundo a professora, são inúmeros os benefícios adquiridos com a prática do Yoga, como:

Melhoramento das capacidades físicas. Força, flexibilidade e equilíbrio;
Reaprendizagem da respiração completa. Com o Yoga, a respiração passa a ser profunda e completa, utilizando desde a base do pulmão até o seu ápice. Além dos benefícios fisiológicos, a respiração é o canal que liga o corpo físico aos outros estados: mental, psicológico, emocional e espiritual. Estes estados se harmonizam por meio do controle da respiração;
Administração do estresse. O praticante passa a ter uma postura diferenciada diante das situações cotidianas;
Fortalecimento do sistema imunológico. Os exercícios respiratórios, o relaxamento e a meditação aumentam a resistência do organismo contra bactérias, vírus e até células cancerígenas;
Qualidade de vida. Proporciona uma maior longevidade;
Concentração. Consequentemente, melhor aprendizagem;
Trabalha o autoconhecimento;
Reduz a pressão arterial, glicemia, cefaleias. Pesquisas demonstram que o Yoga diminui os sintomas de várias doenças;
Melhora os relacionamentos. A prática torna a pessoa mais tolerante, paciente, com maior aceitação do outro. Tudo isso leva o praticante a ter suas relações intra e interpessoais mais saudáveis;
Desenvolve a espiritualidade. O Yoga ajuda a desenvolver a espiritualidade, virtudes como compaixão, amor, respeito ao próximo e compreensão com o seu semelhante.

Para obter bons resultados, a prática deve ser realizada diariamente ou em média três vezes por semana. “É interessante intercalar sua prática com outros exercícios físicos como caminhada, pilates, dança. Ou qualquer exercício que dê prazer ao praticante e leve uma maior consciência corporal e bem-estar”, comenta a professora.

Além das recomendações citadas, Diana salienta sobre a importância da orientação profissional. “A maioria das pessoas não têm conhecimentos sobre anatomia, fisiologia e biodinâmica do corpo humano. O profissional vai orientar as posturas, corrigi-las e acompanhar a evolução do aluno”, destaca a professora. Ela ainda pontua que, mesmo sendo profissional de Educação Física, também treina todos os dias em casa sob orientação de um profissional da área e reforça a necessidade de realizar qualquer atividade física sob supervisão de um especialista.