qua, 1 abril 2020 11:25
Coronavírus: saiba como organizar suas finanças durante a crise
Economista Allisson Martins, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Unifor, aponta práticas que podem ajudar no orçamento mensal.
O mundo vive um período de alerta constante causado pela contaminação em massa do novo Coronavírus. Em razão de sua fácil propagação, a principal medida preventiva para o vírus ser combativo traz cautela em relação ao contato social, levando populações a entrarem em reclusão.
O fato é que a reclusão social desencadeia uma série de problemas em relação a trabalhos, empresas e, consequentemente, os aspectos financeiros de países e de seus habitantes. O confinamento gerou a paralisação de vários setores, comércios e empreendimentos, causando um forte impacto na economia mundial.
O mercado financeiro constatou enormes instabilidades em suas bolsas desde o início da propagação do vírus. “A volatilidade, incerteza e desconfiança são informações que afetam negativamente a economia. Essas incertezas e desconfianças têm efeitos no consumo, produção, mercado financeiro e em vários outros aspectos. O coronavírus trouxe vários impactos e com certeza vai afetar na economia”, explica o economista e coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade de Fortaleza, Allisson Martins.
A propagação do coronavírus e o reflexo da paralisação e reclusão da população em suas casas é percebido diretamente nos orçamentos familiares. “A gente está em um contexto onde boa parte das famílias estão endividadas. Então, qualquer impacto negativo afeta o orçamento dessas famílias, trazendo para um endividamento ainda maior maior, já que a renda das pessoas está sendo afetada previamente”, explica Allisson.
Os impactos já são visíveis no bolso tanto das pessoas empregadas e que possuem geração de renda, como também naquelas que atuam de forma autônoma. Porém, nas pessoas que se encaixam neste último caso, a tendência é que a crise afete de forma mais incisiva pois há a necessidade de fluxo de pessoas e recursos financeiros para conseguir a geração de renda por parte delas.
Organizando o orçamento...
Durante esse momento de crise financeira e paralisação do mercado, a atitude mais correta para superar os empecilhos é manter a calma e a cautela em relação às finanças. Confira:
Informe-se sobre medidas econômicas locais
“Essa é a hora de verificar quais são as possibilidades que o governo federal, estadual e municipal estão promovendo, como por exemplo a ajuda financeira. Claro, não irá resolver tudo, mas pode, de alguma maneira, amenizar. Neste momento também é necessário ser inteligente de maneira financeira e pensar a possibilidades de gerar recursos adicionais para tentar combater a crise”, explica Allisson Martins.
Defina suas prioridades
Em relação às despesas mensais a serem quitadas também há prioridades na hora de pagá-las, buscando economizar o máximo possível da renda no período de instabilidade e de reclusão. As principais prioridades nesse momento são a alimentação base para os cidadãos e também as conta essenciais como água, luz e gás. Qualquer outra forma de consumo deve ser evitada o máximo possível, de maneira temporária, para que haja um colchão de recursos financeiros que dê tranquilidade para passar esse tempo de distanciamento social.
Seja consciente
“Esse é o momento de ter calma e entender que isso é apenas um aspecto temporário. Quanto mais rápido atendermos as orientações técnicas do setor de saúde, mais rápido irá se resolver a situação. É possível observar que na China o cotidiano está voltando ao normal depois de um tempo confinados. Então, as dicas que podemos dar é ter: cautela, consciência e calma. Esses são três pontos que podemos colocar como fatores essenciais. Calma por saber que é algo temporário. Consciência por entender que este é um fato sem precedentes e que devemos atuar de maneira inteligente, atendendo as recomendações de saúde e cautela para não gastar recursos sem necessidade, pois agora é a hora de priorizar”, finaliza o economista Allisson Martins.