null Carreira em Engenharia da Computação: esclareça 6 dúvidas frequentes

Ter, 4 Setembro 2018 15:17

Carreira em Engenharia da Computação: esclareça 6 dúvidas frequentes

Criatividade e visão empreendedora são aspectos importantes para o novo perfil dos profissionais que entram no mercado.


Coordenadora do curso de Engenharia da Computação, Liádina Camargo. Foto: Ares Soares.
Coordenadora do curso de Engenharia da Computação, Liádina Camargo. Foto: Ares Soares.

Cursar Engenharia da Computação é ideal para quem quer desenvolver soluções de hardware e software que envolvem também as áreas de telecomunicações e automação, além de dispositivos e tecnologias para aquisição, armazenamento e processamento da informação, visando a comunicação, automação e controle.

Avaliado com nota 4 pelo Ministério da Educação (MEC), o curso de Engenharia da Computação da Universidade de Fortaleza (Unifor) capacita o aluno para uma atuação que abrange e integra os conhecimentos da computação e eletrônica. Como profissional, o estudante pode se dedicar inclusive à consultoria e gestão de sistemas industriais e de comunicação, a incluir atividades que vão desde o planejamento das necessidades da organização até a alocação e administração de recursos (pessoal, equipamentos, ferramentas) destinados à implementação de soluções.  

Além desses campos de atuação, o curso de Engenharia de Computação da Unifor o capacita a ganhar o mercado também no âmbito acadêmico, pois prepara o aluno para atuar no ensino e na pesquisa científica por meio do Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada. Na Unifor, o futuro profissional constrói um perfil proativo empreendedor, conhecedor da dinâmica organizacional, para intervir nos processos de mudanças que exigem o conhecimento combinado das engenharias (eletrônica, automação e controle, telecomunicações) e da computação.

A infraestrutura do curso é composta por laboratórios de ponta: circuitos eletrônicos, eletrônica digital e microprocessadores, redes convergentes, sistemas de telecomunicações, aquisição de dados e interface, instrumentação eletrônica, prototipagem de circuitos eletrônicos, sistemas computacionais, desenvolvimento de software, entre muitos outros, com destaque para o Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação (NATI).

Confira entrevista com a professora Liádina Camargo, coordenadora do curso da Unifor:

UNIFOR: Como está o mercado de trabalho?

“O mercado de trabalho para profissionais formados em Engenharia da Computação está em alta e em constante crescimento. O engenheiro da computação é um profissional bastante versátil e atua em vários setores da indústria. Algumas das principais indústrias que contratam engenheiros da computação são: automobilística, informática, farmacêutica e de telecomunicações. Dificilmente se imagina um cenário futuro no qual a computação perderá importância. Pelo contrário. Uma das tendências apontadas é a tecnologia mais presente, porém menos aparente”, afirma a coordenadora.

UNIFOR: Quais são as principais áreas de atuação para recém-formados? E para quem já tem experiência?

Segundo Liádina, são muitas as possibilidades de atuação para quem se forma na área de Engenharia da Computação. “O profissional formado em Engenharia da Computação é capaz de projetar e construir hardware e software. O hardware consiste na parte física do computador, suas estruturas e componentes e seus periféricos (como teclado, mouse e monitor). Nessa área, o engenheiro de computação faz a integração de circuitos eletrônicos da máquina e desenvolve placas de ligação entre o equipamento e seus acessórios. Na área de desenvolvimento de software o engenheiro da computação cria programas de computadores e aplicativos para os mais diversos fins.  Outra área em que um engenheiro da computação pode atuar é o campo da automação industrial e robótica. Ele desenvolve robôs e sistemas digitais para fábricas e indústrias. Também é comum este profissional atuar no suporte e gerenciamento de redes de computadores em empresas de grande porte”, destaca.

A coordenadora acrescenta ainda que seguir carreira acadêmica é uma opção muito interessante para os recém-formados. “A carreira acadêmica é outra opção para um engenheiro da computação, que pode ministrar aulas para cursos técnicos e profissionalizantes. Para os que optam por continuar seus estudos fazendo mestrado e doutorado existe a opção de trabalhar em universidades como professores e pesquisadores. Para exercer a profissão de engenheiro da computação é necessário, além do diploma de bacharel em uma instituição credenciada pelo MEC, obter um registro junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Este profissional encontra boas oportunidades de emprego também em bancos, instituições financeiras, empresas de comércio eletrônico e de consultoria tecnológica. Neste sentido, profissionais mais experientes indicam que o estudante deve, a partir do 5º período, optar por cursos de extensão em formação técnica como automação e motores”, explica.

UNIFOR: Onde estão as melhores oportunidades (regiões, cidades etc)? Por quê?

“As regiões Sul e Sudeste concentram o maior número de vagas para profissionais desta área. Porém, em qualquer pólo industrial do país existe uma demanda por engenheiros da computação”, destaca Liádina Camargo.

UNIFOR: Quais são as tendências e perspectivas futuras para essa profissão?

“Sistemas embarcados com programas e sistemas embutidos em microprocessadores, que executam tarefas específicas em aparelhos de ar-condicionado, eletrodomésticos e sistemas eletroeletrônicos de automóveis exigem a expertise de um engenheiro da computação que sabe aliar os conhecimentos de programação com as aplicações da eletrônica. No entanto, além da especialização constante devido à velocidade das inovações e atualizações tecnológicas, é preciso estar atento aos rumos da política industrial nacional e dos movimentos do mercado internacional. A profissão de engenheiro da Computação costuma se beneficiar de políticas de incentivo à nacionalização, como também pode se ressentir da política externa do Brasil em relação aos BRICS – sigla para os países emergentes como Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil. É que nos últimos anos a Índia tem despontado como polo de tecnologia e informática. Em parte pelos salários – em média mais baratos do que nas grandes potências como Alemanha e Estados Unidos —, em parte pela facilidade do idioma: muitos indianos têm fluência em inglês. Um afastamento do Brasil, em termos de política externa, do BRICS pode mudar tratados, trocas de tecnologia e desestimular o intercâmbio. Também nos últimos anos, o Governo Federal estimulou a produção nacional, principalmente no segmento petrolífero, o que aumentou o número de contratações em toda a cadeia produtiva, incluindo a área de Engenharia da Computação. Alterações na política energética podem afetar o setor e aumentar a concorrência com outros países, ainda que não se sabe claramente quais as mudanças a serem implementadas pelo presidente Michel Temer”, explica.

UNIFOR: Surgiram novas áreas de atuação?

Segundo a coordenadora, a ascensão da tecnologia abre portas para a criação de novas funções na Engenharia de Computação. “Será cada vez maior, por exemplo, o uso de aparelhos comandados por voz. Com isso é importante estar atento a estudos voltados para a experiência do usuário. Além dos aspectos técnicos, o profissional deve levar em conta a usabilidade e facilidade no manuseio dos futuros aparelhos. É como se o engenheiro 4.0, além dos avanços tecnológicos também precisa ter noções do comportamento humano. Outro ponto de atenção é a indústria automobilística que aponta para dois caminhos: um número cada vez maior de carros elétricos e as pesquisas avançadas na busca do carro autônomo, com Google, Uber, Ford e Honda já com protótipos nas ruas. Ambos os projetos e conceitos exigem tecnologia embarcada de última geração, diretamente ligada à Engenharia da Computação”, salienta.

UNIFOR: No caso do curso, há novidades no currículo? Tem trabalho de conclusão de curso e estágios obrigatórios? Se sim, como funcionam esses estágios (mais detalhes)?

“O curso de Engenharia de Computação passará por uma reformulação curricular que seguirá as novas diretrizes curriculares para os curso de Computação das Instituições de Ensino Superior Brasileiras, juntamente com as recomendações da Sociedade Brasileira de Computação, que definiu um currículo de referência para os cursos de Engenharia de Computação e que está de acordo com o currículo de referência criado pela Association for Computing Machinery (ACM) e com o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE). Este novo conceito na abordagem pedagógica oportuniza que o estudante experimenta e desenvolva soluções de engenharia e computação aliando teoria e prática desde o início do curso. Em paralelo o novo currículo contemplará conteúdos e estratégias metodológicas no processo de ensino e aprendizagem que possibilite ao estudante desenvolver o pensamento computacional, a visão crítica e a análise de problemas do mundo real”, ressalta a Liádina.