null Anvisa autoriza produção do capacete Elmo em escala industrial

Seg, 9 Novembro 2020 14:18

Anvisa autoriza produção do capacete Elmo em escala industrial

Com a eficácia comprovada, o aval foi concedido à Esmaltec, empresa do Grupo Edson Queiroz, que vai fabricá-lo e comercializá-lo


Uma das vantagens do capacete Elmo é que ele pode ser desinfectado e reutilizado, além do custo inferior em relação aos respiradores mecânicos (Foto: divulgação)
Uma das vantagens do capacete Elmo é que ele pode ser desinfectado e reutilizado, além do custo inferior em relação aos respiradores mecânicos (Foto: divulgação)

Os resultados dos testes clínicos com o capacete Elmo - considerados bem-sucedidos - levam o equipamento a uma nova etapa: produção em escala industrial. Os testes em pacientes, procedimento autorizado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), faziam parte dos requisitos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para permitir a produção do equipamento.

Com a eficácia comprovada, o aval foi concedido no dia 29 de outubro à Esmaltec, empresa do Grupo Edson Queiroz, que vai fabricá-lo e comercializá-lo. Já a patente do dispositivo foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em julho.

O projeto foi uma iniciativa conjunta entre a Universidade de Fortaleza (Unifor), Universidade Federal do Ceará (UFC), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará), Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e Escola de Saúde Pública do Ceará. O capacete Elmo também contou com o apoio da Esmaltec e Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

Sobre os testes

As pessoas tratadas com o Elmo para fins da pesquisa tinham entre 37 e 76 anos e possuíam comorbidades. O estudo para avaliação dos pacientes ocorreu nos últimos cinco meses no Hospital Leonardo da Vinci (HLV).

Ao utilizar um mecanismo de respiração artificial não invasivo, o Elmo foi fundamental para evitar a intubação de pacientes, reduzindo em 60% a necessidade de internações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O dispositivo trata quadro clínico moderado e também auxilia casos em início de gravidade.

Com os testes, foi possível validar as funcionalidades e usabilidade do capacete, bem como sua eficácia no tratamento de insuficiência respiratória causada pelo coronavírus.

Como funciona

Acomodado ao pescoço do paciente, o Elmo permite oferecer oxigênio a uma pressão definida ao redor da face, sem necessidade de intubação do paciente. Dessa forma, a pessoa consegue respirar com auxílio da pressurização e oferta de oxigênio. Dessa maneira, o sistema permite a melhora na respiração e pode ser utilizado fora de leitos de UTI. 

O capacete também pode ser desinfectado e reutilizado. Outro benefício é o custo inferior em relação aos respiradores mecânicos e a maior segurança para os profissionais de saúde, já que, por ser vedado, não permite a proliferação de partículas de vírus.