null Pequenas escolhas, grandes mudanças

Seg, 26 Julho 2021 15:39

Pequenas escolhas, grandes mudanças

Atentos à transformação social, jovens optam pela formação profissional de excelência da Universidade de Fortaleza 
 


Futuro de oportunidades: universitários vislumbram cada vez mais uma atuação profissional aliada à responsabilidade social (Ilustração: Getty Images)
Futuro de oportunidades: universitários vislumbram cada vez mais uma atuação profissional aliada à responsabilidade social (Ilustração: Getty Images)

Não é um lance de dados à toa. Trata-se, ao contrário, do estratégico momento em que a ordem é armar o xeque-mate. Afinal, passado o vestibular, a profissão dos seus sonhos salta imediatamente do mundo idílico das ideias para a terra firme do aprendizado técnico e teórico necessário ao ingresso exitoso no mundo do trabalho. Daí porque há tanta seriedade e consciência plena envolvidas na aparentemente simples escolha pela instituição de ensino superior que irá guiar o estudante universitário numa jornada de conhecimento e capacitação desafiada a responder cada vez mais assertivamente aos complexos problemas e desafios inerentes ao século XXI. 

Sinal dos tempos. Quem escolhe a Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, decidido a vislumbrar e desenhar um futuro de oportunidades em meio a capítulos especiais da história global, busca mais do que expertises técnico-científicas de excelência ou infraestrutura e suporte tecnológico de ponta. Para o administrador de empresas e hoje estudante do curso de Economia da Unifor, Lucas Ramires, o protagonismo desejado também passa pela construção individual e coletiva de valores éticos capazes de inaugurar novas relações de mercado preocupadas não só com o lucro imediato, mas também com o impacto gerado pelas movimentações do capital na qualidade de vida da população. 

“Concluí a primeira graduação em 2018 e logo emendei uma segunda, mas, em ambas, aprendi que pensar em crescimento econômico desvinculado de ações ligadas à responsabilidade social já não faz sentido. Se não estiver atento para o desenvolvimento do ecossistema que me cerca posso até vender, mas a fonte vai secar. É um pensamento econômico diferente de dez anos atrás porque os recursos naturais estão acabando e já não podemos usá-los de forma irresponsável ou desenfreada. Essa via de mão dupla é que orienta e justifica o investimento que fiz na abertura de uma empresa de energia solar, sabendo que um único projeto de instalação de placas fotovoltaicas corresponde à retirada de um carro de circulação por 30 anos. Ou seja, ganho eu e ganha o planeta, com menos CO2 no ar”, defende Lucas.


 

“O diploma não basta. Ou é muito pouco diante de tantas possibilidades que a universidade nos oferece para, desde os primeiros semestres da graduação, aplicar a teoria na prática, levando em conta toda uma cadeia produtiva que pode crescer de forma sustentável e colaborativa em prol da qualidade de vida. É por isso que a Unifor pra mim é mais que referência em ensino e certamente foi a melhor escolha. O que aprendi ali diz respeito a uma visão de mundo que não precisa ser predadora para ser inovadora ou lucrativa” - Lucas Ramires, administrador de empresas e aluno do curso de Economia da Unifor. 

Qualidade de vida, portanto, é meta para o jovem empresário. E isso também está claro em campanhas solidárias e no marketing da empresa Inversion.  A cada compartilhamento da marca nas redes sociais, por exemplo, um quilo de alimento será doado a um abrigo de cães e gatos abandonados localizado no município de Cascavel. Não à toa. “Nasci e fui criado em Cascavel e por isso resolvi abrir a primeira filial da empresa lá. Acho importante investir no lugar de onde eu venho, assim como fez o empresário Edson Queiroz, que também nasceu lá e sempre esteve à frente de seu tempo, investindo tanto no econômico como no social. E não faltam exemplos na própria Unifor, criada por ele: do NAMI ao Escritório de Práticas Jurídicas, das empresas juniores ao Centro de Formação Profissional, tudo está voltado prioritariamente aos que vivem em situação de vulnerabilidade social naquele entorno”, referenda.

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O voluntariado já fazia brilhar os olhos da estudante de Medicina, Gabrielle Benevides, 19, desde o ensino médio. E foi guiada por esse olhar engajado e implicado com a realidade dos que sofrem diretamente o impacto das desigualdades sociais que ela ingressou na Universidade de Fortaleza. Sabia de antemão da existência, no próprio campus, do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), que desde a sua fundação atende prioritariamente à Comunidade do Dendê e hoje está conveniado ao SUS, ampliando seu raio de atendimento público e gratuito à população em geral ao mesmo tempo em que envolve docentes e discentes de diversos cursos e especialidades da área da Saúde em práticas clínicas e atendimentos multidisciplinares.  

“Esse aprendizado de valores humanos, para além dos conteúdos das matrizes curriculares, me faz ter a certeza de que fiz a escolha certa. Não é possível ser um profissional de saúde sem o exercício da empatia” - Gabrielle Benevides, estudante do curso de Medicina da Unifor.

“Saber que o NAMI funciona como um super laboratório para aulas práticas já me pareceu animador, um diferencial da Medicina da Unifor. Mas ao ingressar na universidade descobri mais: as Ligas Acadêmicas e o projeto Jovem Voluntário me atraíram de cara. Quando tivemos as aulas interrompidas pela pandemia não tive dúvida em me engajar como ligante na arrecadação de cestas básicas para as famílias do Dendê, aquelas que a gente já atendia no posto de saúde Mattos Dourado, sob coordenação dos professores. Estou no 6º semestre da graduação e posso dizer que essa experiência me fez entender o valor de uma ação de extensão, algo tão importante quanto o ensino e a pesquisa na nossa formação”, opina. 

A solidariedade praticada entre Gabrielle e outros ligantes do curso de Medicina extrapolou os muros da Unifor, fazendo nascer a ONG Voluntários por Amor, que já beneficiou mais de 300 famílias do Dendê. A futura médica tem como inspiração a iniciativa da professora Paola Tôrres, médica hematologista que fundou o Instituto Roda da Vida para assistir gratuitamente pacientes oncológicos através da prática da Medicina Integrativa.  

Quando escolheu cursar Nutrição na Universidade de Fortaleza, Clara Fontenele, 22, nem imaginava a relação que o valor nutricional dos alimentos pudesse ter com responsabilidade social. Hoje, afirma categoricamente: “comer é um ato político”. No 8º semestre da graduação, a futura nutricionista já entendeu que seu papel vai bem além da preparação de dietas saudáveis para emagrecimento ou trato preventivo de certas doenças. “O direito à alimentação adequada está previsto na constituição, então é preciso defendermos desde já a qualidade do alimento e da água, inclusive como condição para uma atuação profissional responsável”, sustenta.

Nutrição para a promoção da saúde. Educação alimentar como estratégia de intervenção para suprir carências nutricionais. Foi por meio dos estágios obrigatórios vinculados a uma grade curricular baseada em problemas reais que a estudante conheceu de perto modos de vida e hábitos alimentares tão precários quanto desafiadores.

“O diferencial da Unifor é justamente nos fazer entender na prática, desde os primeiros semestres, certos conceitos que só veríamos em sala de aula. Por exemplo, é atuando no NAMI, junto a uma população carente, que passo a entender porque o Brasil voltou para o Mapa da Fome – e como intervir para tentar mudar isso”, Clara Fontenele, estudante do curso de Nutrição da Unifor

Em sala de aula, ela aprende mais: a defesa de práticas sustentáveis para a produção agrícola, a valorização dos insumos regionais e o combate ao desperdício de alimentos ou da água são algumas das estratégias políticas que os futuros nutricionistas tendem a enfrentar em um contexto de falta e pobreza. “Nenhuma outra universidade me proporcionaria esse aprendizado tão próximo à realidade que irei encontrar em postos de saúde ou hospitais públicos. E só na Unifor, ainda enquanto estudantes, nós teríamos a oportunidade de pensar junto com professores um projeto de educação alimentar e nutricional para crianças e adolescentes da Escola de Aplicação Yolanda Queiroz. Fizemos isso e acabamos por também ocupar um espaço ocioso de lá com uma horta, quer dizer, intervimos positivamente ali, ao mesmo tempo em que aprendemos a tornar factíveis ideias vinculadas a demandas reais. Esse tipo de aprendizado não tem preço, porque nos torna singulares”, acredita Clara. 

Foram inúmeros testes de aptidão até optar pelo curso de Engenharia Ambiental e Sanitária na Universidade de Fortaleza. Mas após mergulhar fundo em três projetos de pesquisa e trocar os finais de semana das baladas pelos laboratórios de ponta do campus é que Clara Di Ciero, 23, entendeu que havia sim feito a escolha de sua vida. E acertado em cheio. “O melhor da minha formação foi ter aprendido na prática sobre responsabilidade social. Como estudante e bolsista, conheci de perto comunidades quilombolas e indígenas que buscavam uma solução ambiental para problemas ligados à saneamento básico, água tratada ou descarte de resíduos, como também visitei o sertão de Jaguaribe para entender sobre desertificação  e recuperação de áreas cultiváveis. Foram essas aulas de campo, baseadas em saberes acadêmicos e populares, que me deram a segurança e a empolgação necessárias para seguir na profissão”, garante. 

Clara Di Ciero, egressa do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifor (Foto: Arquivo pessoal)

Como consultora ambiental recém-formada, Clara já encarou o primeiro desafio profissional. Em parceria com a também engenheira ambiental egressa da Unifor, Glenda Ferreira, 24, prestou serviço para uma empresa de coleta seletiva de lixo que atua em municípios de pequeno porte no interior do estado. “O nosso projeto propôs, inclusive, a contratação dos catadores de recicláveis, que precisam deixar de serem avulsos para ter um salário digno. Também reivindicamos EPI e fardamentos adequados para eles. Ou seja, aplicamos na prática o que aprendemos em sala de aula e defendemos como questão central no nosso TCC: o tripé da sustentabilidade, aquele que une social, econômico e ambiental”, afirma.

Glenda Ferreira, também graduada em Engenharia Ambiental pela Unifor (Foto: Arquivo pessoal)

Para Glenda, o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifor, por sua própria natureza, tem ainda a missão de preparar os jovens estudantes para fazer escolhas mais conscientes e gentis. “Nos próximos 20 a 30 anos, seremos obrigados a fazer escolhas singulares sobre o futuro que desejamos ter, os valores a serem ensinados, a produção, o consumo, e o planeta que deixaremos para os nossos descendentes. E esse enfrentamento às crises ecológica e ambiental planetária passa pelas universidades e a formação de um pensamento acadêmico que deve ser inovador e propositivo, mas principalmente comprometido com o social”, sublinha.