null Projeto de Inteligência Artificial de pesquisadores da Unifor ajuda no cuidado com a Hipertensão Arterial Sistêmica

Seg, 11 Setembro 2023 16:01

Projeto de Inteligência Artificial de pesquisadores da Unifor ajuda no cuidado com a Hipertensão Arterial Sistêmica

O trabalho contou com o desenvolvimento de dashboards e um assistente virtual para interação com o público


O projeto buscou estimular os pacientes de Hipertensão Arterial Sistêmica a priorizarem a atenção nas aferições (Foto: Getty Images)
O projeto buscou estimular os pacientes de Hipertensão Arterial Sistêmica a priorizarem a atenção nas aferições (Foto: Getty Images)

Desenvolver tecnologias para o bem estar da população é uma dos encargos para muitos profissionais envolvidos com as novas ferramentas de inteligência artificial, que estão se modernizando cada vez mais. Nesse sentido, a realização de inovações e pesquisas voltadas para o campo da saúde mostram-se fundamentais na busca de qualidade de vida para a sociedade.

Seguindo essa linha, um grupo de pesquisadores da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz, produziu o projeto “HASMART - Gestão Inteligente da Hipertensão Arterial Sistêmica na população do Ceará”. A equipe foi composta por professores e alunos dos cursos de Medicina e Ciência da Computação.  

O projeto surgiu devido ao fato de que muitos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) não realizam adequadamente suas aferições. Nesse sentido, a iniciativa busca amenizar esse problema, por meio de um serviço que implanta ações para cobrir a seguinte cadeia de valor: realizar aferições, fazer o monitoramento medicamentoso e monitorar os dados. 

O serviço proposto pelos pesquisadores foi validado em um estudo de caso e contou com o apoio de algumas farmácias e de um posto de saúde da rede de atenção primária localizado nos arredores da Unifor. 

Para o estudo de caso, foi desenvolvido um sistema visando a coleta de dados dos pacientes com HAS que faziam suas aferições nas farmácias, por meio de cartilhas, que serviam como plano de ação para que o enfermo fizesse o número de aferições em farmácias pedidas pelos médicos do posto de saúde. Além disso, um software também foi utilizado para esse mesmo fim. A primeira solução era utilizada por médicos, e a segunda pelos administradores dos projetos.

Aplicações e desenvolvimento 

Com o desenvolvimento do trabalho, foi possível identificar alguns desafios para a aplicação do projeto, observando-se que não bastava apenas ter o serviço e o sistema para coleta de dados. Além disso, era necessário fazer o monitoramento e  aplicar estratégias de motivação, devido à baixa porcentagem de adesão dos pacientes ao trabalho. 

A partir dessa questão, a equipe de pesquisadores implementou maneiras mais dinâmicas para interagir com os usuários do projeto, elaborando dashboards e também um assistente conversacional inteligente, desenvolvido com o framework de machine learning, conhecido como “Rosa”.

Os dashboards permitiram a interação e visualização dos usuários em gráficos, dando assistência para a equipe no acompanhamento da adesão ao trabalho, enquanto a segunda solução conversava sobre as dificuldades do paciente, aconselhamentos de saúde e suas dúvidas para a adoção do projeto, sendo instalada na forma de totem no posto de saúde. 

Os dados coletados por meios dos dashboards foram repassados para a ferramenta Qlik Sense, aplicativo que permite a criação de visualizações, gráficos, comunicações interativas, e demais serviços. Assim, foi possível a geração de cálculos variados, como IMC, distância que os usuários percorriam para realizar a medição, a média delas, entre outros.  

Em relação ao assistente conversacional, a partir das conversas entre os pacientes e a equipe, originou-se os modelos de conversa que a tecnologia teria com as pessoas. Desse modo, levou-se em consideração a forma que elas falavam, o vocabulário e a maneira como enxergavam a assistência dada pelo posto e a farmácia.


“O histórico de saúde de um paciente e o seu comportamento de utilização dos recursos/serviços (software, equipamentos) disponibilizados pode aumentar o seu engajamento no autocuidado. No entanto, faz-se necessário o planejamento e uso dos recursos/serviços pelos profissionais de saúde”Maria Elizabeth Furtado, professora do curso de Ciência da Computação e do Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada (PPGIA) da Unifor e uma das pesquisadoras do projeto

Para mais, a utilização da assistente virtual contribui para as medições de pressão arterial e glicemia, assim como orientações com o intuito de educar, coletar e monitorar informações relacionadas à doença. 

Frutos do trabalho

Dada a sua importância no auxílio e promoção da saúde, a iniciativa foi selecionada no projeto Centro de Referência em Inteligência Artificial (CEREIA), liderado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e financiado pela Hapvida NotreDame Intermédica. A tecnologia da Unifor fará parte do projeto pelos próximos cinco anos. 

O objetivo desse centro é desenvolver tecnologias voltadas para a área da saúde, bem como capacitar profissionais para lidarem com o uso das inteligências artificiais.

O equipamento foca em seis âmbitos de aplicação, sendo eles: predição de doenças crônicas; apoio à avaliação de exames radiológicos; engajamento de pacientes em programas de promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas; sistema inteligente para monitoramento remoto de paciente; anamnese assistida por inteligência artificial e interfaces com alta qualidade para ciência de dados na saúde.