null O que a casa significa para você após o período de isolamento social?

Qua, 19 Agosto 2020 16:53

O que a casa significa para você após o período de isolamento social?

Conheça qual o lugar da casa na vida de alunos e professores da Universidade de Fortaleza


Ana Paula Farias, professora do curso de Jornalismo da Unifor, destaca como a pandemia tem mudado sua relação com a casa (Foto: Arquivo pessoal)
Ana Paula Farias, professora do curso de Jornalismo da Unifor, destaca como a pandemia tem mudado sua relação com a casa (Foto: Arquivo pessoal)

Tudo o que um dia foi realizado fora, agora acontece dentro. O isolamento social ocasionado pela Covid-19 incentivou que a casa passasse a ser um espaço propício para o constante inventar e reinventar. Reformas, mudanças na decoração e até mesmo renovar a pintura já gasta pelo efeitos naturais do tempo: tudo é válido para a sensação de conforto em seu espaço.

A monotonia existente durante a quarentena e a quase imposição em olhar para dentro de si, desencadeou mudanças em diversas pessoas sobre a concepção do seu lar. Tais mudanças internas ultrapassam modificações físicas e alteraram a percepção da casa na vida de toda a sociedade. Confira a seguir, alguns depoimentos de estudantes e professoras da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz

Ana Paula Farias, professora do curso de Jornalismo

Ana Paula Farias relembra que a sua relação com a casa era bastante diferente antes do período de isolamento social e trabalho remoto. “Antes, saía de manhã para trabalhar e só retornava no início da noite. O quarto era meu aposento preferido, abrigo para o meu cansaço, onde concentrava a maior parte do que havia para ser feito. De março até o momento atual, tenho aproveitado muito cada canto da minha morada e isso tem me proporcionado várias descobertas sobre mim. Minha casa ganhou novos contornos e significados. A minha varanda substituiu a função do campus. Quem me conhece sabe o quanto gosto e desfruto do campus da Universidade de Fortaleza. Minhas orientações, conversas, descanso acontecem nele, sempre, observando a posição do sol que orienta a vida ao ar livre”, declara.

Para a professora de Jornalismo da Universidade de Fortaleza, a varanda se tornou um espaço para pensar na vida entre uma atividade e outra. “Busco minha varanda para respirar mais fundo enquanto olho o movimento da rua, o céu, o limite entre a Catedral de Fortaleza e o mar, que assim como o céu, me encanta com sua variação de tons e cores. Lá também observo o crescimento e floração de Lygia e Clarice - minhas rosas do deserto- na companhia de Bel, meu cachorro. Bel (Bel de Belchior)”, relata.

A sala, a cozinha e os espaços da casa ganharam novos significados e perspectivas. “A cozinha, antes vista apenas como lugar de matar a fome, agora me acolhe para um café enquanto escuto rádio. Cozinho e me alimento aprendendo com o tempo o que cada uma dessas coisas pede. A sala da qual desfrutava, na maioria das vezes, apenas nos finais de semana, me recebe toda noite enquanto organizo o pensamento, falo ao telefone ou leio na cadeira de balanço.  Meu quarto,  reduto da minha máxima intimidade e privacidade e para onde sempre volto, está ainda mais preservado e acolhedor depois que passei a me relacionar de outra forma com o restante da casa. O lugar onde permaneço por mais tempo é meu escritório. É de lá que trabalho. Mas também é lá que fico na companhia dos meus livros. É lá que está minha coleção de rádios, que estão meus discos, minhas fotografias, onde faço minhas aulas de flauta e apresento o projeto FALA, lives que realizo todas as terças, às 22h. Uma forma de encontrar com gente que gosto e admiro apostando na arte da entrevista. Um novo jeito de receber as pessoas. Minha varanda e meu escritório ficam nos dois extremos no meu apartamento. Penso que deve haver um simbolismo nisso.  Em comum, os dois lugares têm vista para o mar, me acenam com o horizonte”, descreve a professora.

Yane Soares, aluna do curso de Psicologia

Yane conta que após o período de isolamento, passou a olhar para a sua casa com mais amor. “Já que eu não podia sair, resolvi olhar para o lado positivo da situação, mas claro que não foi tão fácil, pois sair de casa era algo comum na minha rotina e existiram momentos em que a saudade apertou. Porém, comecei a ser mais grata pelas coisas da minha casa, valorizando e explorando o que ela tem e passei a fazer atividades que antes da pandemia eu não fazia ou fazia raramente, tais como meditar, dançar, aprender receitas novas e pintar. Com esses novos hobbies, pude descobrir mais sobre mim, melhorando a minha saúde física e mental, e está sendo uma experiência incrível. Logo, minha casa, que pra mim sempre foi um lugar de descanso, estudos e interação com a família, agora passou a ser também um lugar de autoconhecimento, pelo qual sou muito grata por ter”.

Selene Facó, aluna do curso de Jornalismo

Para Selene, sua casa sempre foi o seu local preferido de estar. “Sempre fui uma pessoa muito caseira. No Início da pandemia eu não via problema algum em passar tanto tempo em casa, minha única saudade era e continua sendo encontrar minha família e amigos. No decorrer do semestre, a vontade de sair e ‘respirar outros ares’ se intensificou e eu já não aguentava mais ficar em casa. Entretanto, no decorrer do tempo, acho que fui me acostumando com o fato de ter que ficar em casa. Hoje, com certeza, afirmo que mesmo com a pandemia, minha casa ainda é o meu lugar preferido”.

Grace Troccoli, professora do curso de Psicologia

Múltiplos sentimentos se intercruzaram e se intercruzam ainda acerca da sua casa. Assim relembra Grace Troccoli, professora do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza. “O lugar da casa na minha vida foi se reinventando a cada dia, durante o distanciamento social. Lugar de segurança, de trabalho, de estar junto com os meus. Mas também, lugar que não tinha mais lugar para estar só, de esgarçamento do espaço privado, de aprendizagem cotidiana, do cuidar e ser cuidada. Lugar que toda manhã agradecia de ter e de poder ficar com saúde. Em uma palavra, lugar em que pratico a gratidão”. 

Estude na Unifor 

Conheça as novas possibilidades de estudar na Universidade de Fortaleza no semestre 2020.2 e prepare-se para o futuro. Confira mais aqui

Caso você estude em outra instituição de ensino, venha para a melhor! Conheça as vantagens da transferência simplificada. Clique aqui e saiba mais.