Unifor amplia teleatendimento prestado pelos profissionais do NAMI

ter, 19 maio 2020 10:20

Unifor amplia teleatendimento prestado pelos profissionais do NAMI

Antes restrito às especialidades médicas, o teleatendimento é realizado agora por todos os serviços de saúde do NAMI, apoiados nas resoluções dos respectivos conselhos.


O fonoaudiólogo Tiago Aguiar destaca a importância da experiência, do ponto de vista terapêutico, uma vez que os pacientes não estacionam seus tratamentos. (Foto: divulgação)
O fonoaudiólogo Tiago Aguiar destaca a importância da experiência, do ponto de vista terapêutico, uma vez que os pacientes não estacionam seus tratamentos. (Foto: divulgação)

Diante do contexto de lockdown ocasionado pela pandemia de Covid-19, a Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, ampliou o atendimento a distância para todos os serviços de saúde ofertados no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI). Além dos médicos, os fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas estão entrando em contato com os pacientes, via chamada de voz ou de vídeo, para dar prosseguimento aos tratamentos. 

Para além dos contatos telefônicos, na área de Terapia Ocupacional, alguns profissionais estão utilizando um aplicativo desenvolvido pela equipe de tecnologia da Universidade de Fortaleza para dar assistência às crianças com autismo – o app Interautismo. “E nos casos em que não é possível realizar a terapia a distância, estão sendo feitas orientações de saúde, inclusive a respeito da Covid-19”, destaca a professora Aline Veras, diretora técnica do NAMI

Ela explica que a ampliação do serviço beneficia, sobretudo, pacientes idosos em reabilitação e crianças com necessidades específicas, que não devem ficar por mais de um mês sem atendimento para não prejudicar os avanços nos tratamentos. “Criamos um formulário de registro para monitoramento dos teleatendimentos, que serão anexados aos prontuários dos pacientes. Para os casos mais graves, haverá uma priorização de atendimento quando do retorno das atividades presenciais”, complementa. 

Os teleatendimentos acontecem de segunda a sexta-feira, em turno comercial, da própria casa dos profissionais que integram o NAMI. A fonoaudióloga Talita Parente, que atende pacientes com dificuldade auditiva, conta um pouco sobre a rotina. “Quando ligo para os pacientes pergunto sobre o uso do aparelho auditivo, se está funcionando, oriento onde podem comprar pilha e chamo alguém da família para conversar e orientar na verificação de itens do aparelho auditivo. Também checo se estão cumprindo o isolamento social, oriento sobre o uso da máscara e higiene das mãos. A gente verifica o quanto eles estão precisando de cuidado nesse momento”, relata Talita. 

Boa receptividade 

A terapeuta ocupacional Leliane Soares destaca que a receptividade dos pacientes tem sido muito boa. “Os pais dos pacientes (das crianças) estão muito carentes e estão precisando mesmo de um suporte. Eles perguntam tudo que podem durante o teleatendimento, que dura cerca de 30 a 40 minutos. Fazem os exercícios com os filhos em casa e mandam vídeo para acompanhamento”, comenta. Os idosos também estão bem comprometidos com o teleatendimento e mandam relatos de que estão se sentindo bem melhor depois que o tratamento remoto começou.  

Trabalho humanizado

O fonoaudiólogo Tiago Aguiar destaca a importância da experiência, do ponto de vista terapêutico, uma vez que os pacientes não estacionam seus tratamentos. “Claro que existe dificuldade. Alguns pacientes não possuem internet, então, fazemos ligação. Para outros, chamada de vídeo. Alguns, mandamos áudio”, relata. Tiago conta que os pacientes estão se sentido acolhidos e ficam emocionados com as ligações. “Acabam desabafando e falam da saudade da rotina. A demanda é bem intensa e está sendo incrível”, conta. 

Busca ativa 

Além do teleatendimento em todos os serviços de saúde do NAMI, a Universidade de Fortaleza está elaborando um roteiro para que todos os profissionais da saúde não médicos possam identificar casos suspeitos iniciais de Covid. Diante dos casos encontrados durante o teleatendimento, o paciente será direcionado para o contato com os médicos infectologistas da equipe, para que possa receber orientações direcionadas. A expectativa é que a atividade de busca ativa inicie na próxima semana.