null Indígenas da etnia fulni-ô visitarão exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”

Qui, 25 Abril 2019 14:22

Indígenas da etnia fulni-ô visitarão exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”

Os indígenas farão visita guiada pela curadora Denise Mattar, além de apresentação às crianças da Escola de Aplicação Yolanda Queiroz


Exposição reúne 250 obras dos principais artistas brasileiros e de estrangeiros que retrataram o Brasil do século XVI ao século XXI (Foto: Ares Soares)
Exposição reúne 250 obras dos principais artistas brasileiros e de estrangeiros que retrataram o Brasil do século XVI ao século XXI (Foto: Ares Soares)

Quando pensamos no início do Brasil, o que nos vem de imediato à lembrança é o quadro “Primeira Missa no Brasil”, do pintor brasileiro Victor Meireles (1832 – 1903), que retrata uma cerimônia religiosa com a presença de índios e portugueses.

Destaque da exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”, em cartaz no Espaço Cultural Unifor, a tela, inspirada na carta escrita por Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal descrevendo a primeira missa feita no país, servirá de pano de fundo para a visita de indígenas da etnia Fulni-ô, que acontecerá no dia 26 de abril, a partir de 8h30.

Eles farão visita guiada à exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global – Coleção Fundação Edson Queiroz” com a curadora Denise Mattar, especialmente nos núcleos que possuem referências a questões indígenas, como obras de arte que têm relação com a história do Brasil.

A exposição também apresenta livros da Biblioteca Acervos Especiais que contêm representações indígenas, assim como um vídeo e outros elementos da cultura indígena.

De acordo com a curadora Denise Mattar, além da influência indígena na arte brasileira, herdamos deles também os objetos decorados, os entalhes, a cestaria, a cerâmica, a ornamentação corporal, a música, a dança e a gastronomia. “Fico muito feliz em recebê-los na exposição, onde destacamos a rede de dormir, herança que se espalhou pelo mundo e que permanece viva. Além disso, outras obras de arte retratam a contribuição indígena para a história regional e nacional”, ressalta ela.

Outro ponto importante da visita será a apresentação artística que os fulni-ô farão às crianças da Escola de Aplicação Yolanda Queiroz. “Sempre é importante o compartilhamento entre as culturas e há um engrandecimento no aprendizado dos alunos. As crianças aproveitam o momento para tirar as dúvidas e levar o ensinamento de volta para a sala de aula”, comentou a professora Mônica Galeão, diretora da Escola Yolanda Queiroz.

Ao final da visita, os fulni-ô terão a oportunidade de expor e comercializar as peças de artesanato produzidas por eles no Centro de Convivência da Unifor.

O Censo Demográfico 2010 revelou que, das 896 mil pessoas que se declaravam ou se consideravam indígenas, 572 mil ou 63,8 %, viviam na área rural e 517 mil, ou 57,5 %, moravam em Terras Indígenas oficialmente reconhecidas.

Origem da Etnia Fulni-ô

Os fulni-ô, também conhecidos como carnijó e formió, habitam área próxima ao rio Ipanema, no município de Águas Belas, em Pernambuco. Junto com os índios do Maranhão, eles são os únicos povos indígenas da região Nordeste que conseguiram preservar o idioma nativo.

O grupo surgiu a partir de um reagrupamento de diversos povos indígenas que habitavam a região. Documentos indicam que, desde a década de 1700, os indígenas daquela região enfrentam problemas com a invasão de suas terras. A distribuição de terras no Brasil, a partir das capitanias hereditárias, serviu como um mecanismo de dispersão de populações nativas, como ocorreu, por exemplo, nas terras interioranas de Pernambuco.

Da Terra Brasilis à Aldeia Global

Em comemoração aos 45 anos da Unifor, a Fundação Edson Queiroz lançou, em 2018, a exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”, que reúne 250 obras dos principais artistas brasileiros e de estrangeiros que retrataram o Brasil, abrangendo arco temporal que se estende do século XVI ao século XXI, iniciando com o livro America Tertia Pars, publicado na Europa em 1592, e finalizando com obras contemporâneas. Com a curadoria de Denise Mattar, a exposição apresenta parte do acervo da Fundação Edson Queiroz e prossegue aberta ao público, gratuitamente, até julho de 2019, no Espaço Cultural Unifor.

Programação

  • 8h30 às 10h - Visita guiada pela exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”
  • 10h às 10h30 - Apresentação no Ateliê Educativo do Espaço Cultural Unifor às crianças da Escola de Aplicação Yolanda Queiroz
  • 10h30 às 12h - Demonstração das tradições e venda de artesanato indígena no Centro de Convivência Unifor