null Sempre Unifor: 50 anos ecoando pelo mundo

Ter, 7 Março 2023 14:49

Sempre Unifor: 50 anos ecoando pelo mundo

Pelas vozes de milhares de profissionais, a Universidade de Fortaleza rompe fronteiras e se consolida como formadora de carreiras e histórias


Em 23 de março de 2023, a Unifor completa 50 anos de existência (Foto: Ares Soares)
Em 23 de março de 2023, a Unifor completa 50 anos de existência (Foto: Ares Soares)

Imagine algo tão grande que não cabe em 490 mil metros quadrados. Tão imenso que rompe limites, ganha o mundo, adentra novos espaços, permeia lugares e se expande entre gerações. Tão imensurável que, por fim, tenha se tornado patrimônio, identidade e referência. São assim os 50 anos de história da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz.

Em março de 2023, a Unifor completa meio século de existência, cumprindo, dia a dia, a missão de ser pedra fundamental da formação profissional e humana de mais de 100 mil pessoas, entre graduados e pós-graduados. Gente que constrói a vida pelo trabalho, mas, sobretudo, a engrandece pela decência, como aconselhava o fundador Edson Queiroz.

Reflexo vivo desse lema é a economista Izabel Colares, profissional respeitada e reconhecida nacionalmente, cujos professores e aprendizados com que teve contato como estudante da Unifor, ao fim dos anos 1970, seguem pulsantes na memória em cada dia do exercício da profissão.


“Iniciei o curso de Economia em 1979. Antes, comecei a fazer Direito, e mudei. Sempre tive muito orgulho, ‘enchi a boca’, como nós cearenses falamos, ao dizer que me formei em uma das melhores universidades privadas do País” Izabel Colares, egressa da graduação em Economia e da Pós-Unifor em Administração

A aliança perfeita entre teoria e prática sempre foi, segundo a eterna aluna, o grande diferencial da Universidade, trunfo que a capacitou e alçou a importantes posições — como as de auditora e responsável por projetos econômicos no Banco do Nordeste e a de presidente do Conselho Regional de Economia no Ceará.


Primeira turma de Economia da Universidade de Fortaleza, formada em 1987 (Foto: Arquivo pessoal)

"Tive oportunidades e até hoje vivo do conhecimento que adquiri no meu curso de Economia na Unifor. Tenho a honra de dizer que fui aluna de professores exigentes, que mostravam que a gente tinha de tirar boas notas não pelas notas em si, mas para dar o melhor de si”, relembra Izabel — que, aos 70 anos, garante estar pronta para seguir trabalhando até os 85.

Com a mesma empolgação que entrou no campus modesto, situado numa área ainda subdesenvolvida de Fortaleza, em 1979; Izabel planeja voltar a algumas das centenas de salas de aula atuais e concluir os 100 créditos restantes para se formar em Direito. E por que sempre a Unifor? “Acompanhei a evolução dela. Ela tem cultura, música, uma biblioteca ótima, um campus lindo. É um patrimônio para o cearense se orgulhar.”

‘Felizes os filhos que voltam à casa’

Outro destaque entre os cursos pioneiros é a graduação em Direito — no qual Teodoro Silva Santos, atual desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), ingressou em 1984, aos 24 anos, seguindo a vocação e o sonho que nutria desde o ensino médio. Aquela seria, aliás, a primeira de quatro matrículas que faria na Universidade, ao longo da carreira jurídica.


“Após concluir o curso, em 1987, fui aprovado no exame da OAB e nos concursos de Delegado de Polícia Civil de Rondônia e de Promotor de Justiça no Ceará, e exerci todas essas atividades. Em 1997, Deus me legou à oportunidade de retornar à Unifor, para me aprimorar. Fiz especialização, mestrado e doutorado” Teodoro Silva Santos, atual desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) e egresso do curso de Direito da Unifor 

Oriundo de família humilde de Juazeiro do Norte, no interior do Estado, sendo um entre 18 filhos, o jurista ressalta que os “conhecimentos técnicos apreendidos e lapidados em sala de aula, laboratórios, palestras e seminários” na Universidade e as oportunidades de estágio em importantes órgãos jurídicos conveniados à instituição foram degraus incontestáveis para acesso à posição que ocupa hoje.

A notória carreira, titulada na Unifor da graduação ao doutorado, continua se desenhando nas salas de aula do bairro Edson Queiroz. O desembargador é, hoje, professor da Universidade. “Quando do meu retorno à Unifor, lembrei-me do dito popular: ‘felizes são os filhos que retornam à casa dos pais’. Movido pela felicidade e vocação, continuo em sala de aula, norteado pelo lema: ‘ensinando e aprendendo’.”

Sucesso dentro e fora de campo

Profissional brilhante de outra geração, o educador físico Carlos Larocca, 30, técnico das categorias de base do time Fluminense, do Rio de Janeiro, também teve a escolha pela Unifor como divisor de águas. Professor com mais títulos internacionais na base do clube atual, Larocca polvilha as conquistas com gratidão pela Universidade — cujos docentes e a estrutura, ele aponta, foram cruciais para a formação.


“Teve uma época que eu passava o dia todo na Unifor. Estagiava numa empresa que alugava o campo da Unifor para as atividades: então tinha aula de manhã, almoçava, já começava a estagiar e à noite tinha jogo da seleção. Eu ficava no campus de 7h até 22h, vivenciei o dia a dia, os vestiários, a academia, o refeitório, toda a estrutura propiciava que a gente usufruísse ao máximo”, Carlos Larocca — técnico das categorias de base do Fluminense e egresso do curso de Educação Física da Unifor 

Antes de ser técnico dos times de base do Fortaleza Esporte Clube por três anos e, depois, do Fluminense, Larocca foi atleta da seleção de futebol de campo da Unifor e atuou como assistente do professor da equipe universitária masculina de futsal. As experiências, ele reconhece, foram decisivas para avançar no ramo. “Os professores que tive oportunidade de conhecer e trabalhar junto viram e indicaram meu trabalho, e isso influenciou”, pontua.

Para ele, a trajetória até aqui prova que a decisão de abrir mão da carreira de jogador profissional para focar nos estudos e prestar o vestibular da Unifor — no qual foi aprovado em 1º lugar — foi a melhor que poderia ter tomado. “Foi difícil, mas avaliei o custo-benefício. Visitei a estrutura da Unifor e me senti pertencente. O ambiente é totalmente propício para quem gosta de trabalhar com esporte. A Unifor me abriu muitas portas para o mercado, me senti em casa desde o primeiro semestre.”


(Foto: Arquivo pessoal)

Unifor: um organismo vivo

Professora, assessora pedagógica, diretora de Centro, aluna, mãe de alunos e, hoje, vice-reitora de Ensino de Graduação e Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza. Assim foi o percurso de Maria Clara Bugarim, cuja biografia já se mescla à da Unifor por 20 anos — décadas em que acompanha a evolução com excelência da instituição que define como “um organismo vivo”.


“Tenho com a Unifor um grande vínculo de afeto e o compromisso de continuar contribuindo para a consolidação de seu sucesso e renovação, valorizando as pessoas que formam a comunidade acadêmica. Penso que os próximos 50 anos serão oportunos para demonstrar a capacidade institucional de aliar a tradição e força da marca com a sua visão de futuro” —  Maria Clara Bugarim, vice-reitora de Ensino de Graduação e Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza 

Na avaliação de Clara Bugarim, a Universidade se sobressai por atentar sempre às tendências e transformações da sociedade e do mundo do trabalho. “A ideia de formar pessoas e profissionais com competências para se destacar num mundo volátil e cheio de incertezas é um compromisso que assumimos deliberadamente diariamente.”

Esse DNA é o que atrai inúmeros estudantes de volta à Unifor — como ocorreu com Clara Bugarim, que, já formada em Ciências Contábeis e Administração em outro estado, ingressou no curso de Direito da Universidade de Fortaleza e, aqui, firmou carreira. 

“A proposta de capacitar pessoas para garantir o desenvolvimento social, científico e cultural de nossa região, idealizada por nosso fundador, Edson Queiroz, foi plenamente concretizada — o que podemos verificar pelo sucesso incontestável de nossos egressos, que têm contribuído, ao longo desses anos, com o progresso não apenas de nosso Estado, mas de nosso País”, ressalta.

Para os próximos anos, ela destaca, a palavra de ordem é a mesma: evoluir. “Trabalhamos na consolidação dos cursos na modalidade a distância, que começaram a ser ofertados em 2021, e têm previsão de incremento de portfólio nos próximos semestres. Estamos também atentos ao desenvolvimento das novas regulamentações sobre ensino híbrido, que devem ditar esses tempos pós-pandêmicos. No mais, estamos preparando todo um ecossistema de aprendizagem na área de tecnologia de informação — um projeto inovador e disruptivo, que certamente marcará e dará a tônica dos próximos 50 anos da Unifor”, finaliza.

Há 50 anos, ensinando e aprendendo

Criada em 1973, dois anos após o surgimento da Fundação Edson Queiroz, a Universidade de Fortaleza é reconhecida em níveis regional, nacional e internacional. Por meio da formação de profissionais, da pesquisa e da extensão, ela se firma como uma das maiores contribuintes para o desenvolvimento do Ceará.

Em cursos de graduação e programas de pós-graduação, a Unifor já formou mais de 100 mil estudantes, que carregam no currículo diplomas de uma instituição reconhecida pelo Conselho Federal de Educação, Ministério da Educação (MEC), desde 1983 — e eleita como a melhor particular do Brasil pelo ranking educacional britânico Times Higher Education (THE).

Instalada num campus de 490 mil metros quadrados, a Unifor se destaca não só pela estrutura, mas pelo pioneirismo, com diversos projetos inovadores da cultura à saúde. Nesta última área, o exemplo mais recente é o capacete Elmo, criado durante a pandemia de Covid-19 e que evitou a intubação de cerca de 70% dos pacientes que o utilizaram.

A megaestrutura disponibilizada aos estudantes e à sociedade, com cerca de 300 salas de aula, 400 laboratórios especializados e diversos equipamentos de prática acadêmica e pesquisa, é só a parte concreta para justificar a excelência. A vice-reitora de Ensino de Graduação e Pós-Graduação, Maria Clara Bugarim, destaca ainda os pilares que transpõem o palpável.

“O grande desafio das instituições no século XXI é compreender a complexidade do cenário de mudanças e vislumbrar as necessidades do mundo em um futuro que agora nos chega de forma mais rápida e menos previsível. Nossas matrizes curriculares, design instrucional e nosso processo de desenvolvimento docente estão focados nesse novo paradigma”, frisa.