null Ceará registra aumento na doação de transplante de órgãos e tecidos em 2018

Qui, 22 Agosto 2019 15:05

Ceará registra aumento na doação de transplante de órgãos e tecidos em 2018

Foto: Ares Soares.
Foto: Ares Soares.

O Ceará registrou aumento de 1,1% no número de transplante de órgãos e tecidos em 2018 em relação ao ano anterior. Ano passado, foram realizados 1.536 procedimentos de órgãos e tecidos, sendo 17 transplantes a mais do que em 2017, quando o estado fez 1.519.

No caso, dos transplantes de fígado, o aumento foi ainda maior: 4,9%. Ano passado, o Estado registrou 211 cirurgias de fígado. Outros três tipos de transplantes também se destacaram em 2018: quatro de rim/pâncreas, 31 de coração e 32 alogênicos de medula óssea. Comparado ao ano anterior, o Ceará totalizou 14 transplantes a mais desses órgãos e tecidos.

O Movimento Doe de Coração, movimento de responsabilidade social da Fundação Edson Queiroz de estímulo à doação de órgãos e tecidos no Ceará, tem contribuído anualmente com avanços fundamentais para transplantes de órgãos e tecidos no estado.

Entre os anos 2003 e 2017 houve aumento de 261,19% em transplantes, o que representa a marca de mais de 15 mil no estado desde que teve início a campanha da Fundação Edson Queiroz, segundo dados da Central Estadual de Transplantes do Ceará.

Idealizada pelo chanceler Airton Queiroz, falecido em 2017, a campanha Doe de Coração acontece desde 2003, sempre em setembro, mês já conhecido pelo estímulo à doação em todo o Brasil.

Em parceria com hospitais públicos e particulares, o Movimento Doe de Coração envolve principalmente veiculação de anúncios em jornais, portais de notícias, rádios e emissoras de televisão, além de distribuição de fôlderes, cartazes e camisas para funcionários das empresas do Grupo Edson Queiroz, a fim de mobilizar e solidarizar os colaboradores para a campanha. O objetivo é alcançar e impactar o maior número de pessoas a fim de otimizar a doação de órgãos.

Capacitação

A coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Régia, ressalta o resultado positivo de 2018 e declarou que a meta é ampliar a capacitação de profissionais para viabilizar mais captações de órgãos no interior do Estado.

Até o dia 28 de janeiro de 2019, o Ceará já havia registrado 82 transplantes de órgãos e tecidos. Um deles foi o da maranhense Maria Monteiro de Souza, 32, que mora há 10 anos em Camocim, a 356 km de Fortaleza.

Depois de seis anos de espera, ela ganhou no dia do seu aniversário, 3 de janeiro, o que considera o melhor presente de todos: um novo fígado. Esse foi o primeiro transplante hepático em 2019 no Estado, realizado no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Maria teve alta no último dia 24 de janeiro e tem perspectivas muito positivas para o novo ano.

“Eu quase não acreditei, não sabia se chorava, se agradecia para todos eles da equipe, pois uma vez, eu até cheguei a ser a próxima da fila, mas surgiu uma urgência na minha frente e o órgão teve que ir para essa pessoa. Eu não fico triste, porque tudo é no tempo de Deus, mas eu passei por muitas provações durante esse tempo. Várias internações, idas e vindas ao hospital, mas Deus é muito bom e me presenteou. Tudo isso em ensinou muito”, declara.

Maria foi internada no HGF no dia 31 de dezembro de 2018. Além dela, outras 21 pessoas receberam um novo fígado neste ano. Nos primeiros 28 dias de 2019, o Ceará realizou 12 transplantes de rim, 46 de córnea e dois de coração.