null Projeto desenvolvido por alunos de Medicina utiliza o crochê como prática artística

Sex, 29 Maio 2020 14:25

Projeto desenvolvido por alunos de Medicina utiliza o crochê como prática artística

O projeto Licrô objetiva utilizar a atividade manual para aprimorar o foco e o equilíbrio emocional.


Para Jean Evangelista, aluno do 5° semestre do curso de Medicina da Unifor, a experiência em fazer crochê tem sido nova e inesperada. (Foto: divulgação)
Para Jean Evangelista, aluno do 5° semestre do curso de Medicina da Unifor, a experiência em fazer crochê tem sido nova e inesperada. (Foto: divulgação)

A habilidade manual em produzir crochê aprimora o foco, o equilíbrio e a disciplina. Esses são os pilares que compõem o projeto Licrô, uma iniciativa realizada por alunos do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz. A prática traz benefícios para a saúde mental e psíquica, aspectos frequentemente prejudicados durante o atual período de isolamento social ocasionado pela pandemia de Covid-19. 

O crochê melhora as habilidades manuais, bem como serve de válvula de escape para aliviar o medo e a ansiedade. Nesses tempos críticos de pandemia, é imprescindível ocupar a mente para não ceder ao desespero. Ao aprender ou construir coisas novas, sente-se um prazer e orgulho indescritíveis da arte feita por si próprio. Isso é o que a Licrô almeja, tornar essa arte, o crochê, acessível a todos aqueles que necessitam”, enfatiza Angelina Medeiros, professora do curso de Medicina e orientadora do projeto

O Licrô iniciou em 2019. “Casualmente comentei com os alunos do meu grupo tutorial (GT) que eu praticava crochê e mostrei algumas peças produzidas por mim. O GT consiste em um modelo de ensino com grupos pequenos de alunos que se discute conteúdos contemplados na matriz curricular. Os alunos gostaram bastante e se interessaram em aprender. A partir disso, outros alunos do curso de Medicina interessados começaram a me procurar e demos início ao Licrô. Nosso projeto propõe não apenas aprender a fazer crochê, como também compartilhar esse momento”, destaca a professora Angelina.

Atualmente, dezenove alunos participam do projeto, que por meio do Instagram, disponibiliza vídeos tutoriais ao público em geral. “Divulgamos vídeos ensinando a fazer crochê. Desde o básico até o avançado, além de desafios, artes e muito mais. Nosso grupo é formado por entusiastas da arte e acreditamos que o crochê não deve ter estereótipos de idade ou gênero. É uma arte que envolve e abraça todos aqueles dispostos a aceitar”, destaca Angelina.  

Fernanda Tiraboschi, graduanda em Medicina e representante da equipe que compõe o projeto, relata que fazer crochê em seu tempo livre tem sido um alívio para a rotina corrida da faculdade. “A prática também tem sido essencial nesse período da quarentena, para manter a mente sã. Em minha infância nunca tive muito contato com crochê, apesar de ter sido uma arte praticada pelas minhas avós. Quando descobri que existiam reuniões de crochê na faculdade, logo me interessei para participar e me surpreendi com a quantidade de benefícios que o crochê me trouxe. Sempre quis contribuir de algum modo para a sociedade e fazer parte de um grupo como esse me dá a oportunidade de deixar uma marca em várias pessoas”, destaca a aluna.

Já para o aluno Jean Evangelista, a experiência em fazer crochê tem sido nova e inesperada. “Quando falavam nesse tema, automaticamente eu pensava em uma figura do sexo feminina e idosa, crochetando. Porém, ao ver um grupo de jovens composto tanto por homens e mulheres, que são alunos também da Medicina, foi uma grande quebra de paradigma. Em uma semana participando do projeto consegui aprender o necessário, fiquei empolgado e no grupo tive acesso a várias receitas de crochê. A sensação ao terminar foi muito prazerosa, ver que eu consegui fazer arte com minhas mãos aumentou a minha autoestima e minha autoconfiança, a ponto de tentar aprender até outras coisas como cozinhar, pintar ou desenhar”, enfatiza o graduando em Medicina