null TEC Unifor: polo irradiador de inovação

Ter, 10 Maio 2022 10:20

TEC Unifor: polo irradiador de inovação

No Parque Tecnológico da Universidade de Fortaleza, a tecnologia é sinônimo de criatividade para alunos e berço da inovação


Edson Holanda é concludente de Engenharia da Computação e já conquistou oportunidades no mercado de trabalho por meio do TEC Unifor (Foto: Ares Soares)
Edson Holanda é concludente de Engenharia da Computação e já conquistou oportunidades no mercado de trabalho por meio do TEC Unifor (Foto: Ares Soares)

Cálculos, códigos, equações. Todos os algoritmos que são a base da Ciência da Computação convergem para o Parque Tecnológico da Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz. Mais conhecido como TEC Unifor, o complexo planejado de desenvolvimento tecnológico e empresarial é um case de sucesso desde o seu nascimento, há exatos cinco anos. Ele reúne no mesmo ambiente acadêmico laboratórios de inovação tecnológica (Lapin, LEC, LCDIA, Lapig, Nupem, Nubex), o Espaço de Desenvolvimento de Empresas de Tecnologia (EDETEC-Hub) e as mais diversas corporações empresariais locais, nacionais e internacionais.

Com 5.640 m² destinados à instalação das empresas-âncoras, incubadora, lounge para o acolhimento de quem circula pelo Parque Tecnológico, além de laboratórios de inovação compartilhados, não é à toa que o ecossistema voltado à cultura tecnológica e ao empreendedorismo agita o Bloco M da Universidade de Fortaleza. Incentivado pelo programa de Apoio a Parques Tecnológicos e Criativos da Prefeitura de Fortaleza (PARQFOR), o TEC Unifor não cansa de dar cria, além de abraçar e aperfeiçoar projetos de pesquisa nascidos no campus que tanto podem estar em fase inicial de desenvolvimento ou já ter sido incorporados ao mercado. 


Coordenador de inovação da Vice-Reitoria de Pesquisa, Naiderson Lucena ressalta a criatividade das pesquisas realizadas no TEC Unifor (Foto: Ares Soares)

Coordenador de inovação ligado à Vice-Reitoria de Pesquisa da Unifor, o professor Naiderson Lucena puxa o fio da memória high-tech: “na área de inovação de base tecnológica, uma das primeiras iniciativas da Fundação Edson Queiroz foi o convênio entre a Unifor e a IBM para a instalação de um laboratório de estudos em inteligência artificial. Em 2010, criou-se o Espaço de Desenvolvimento de Empresas de Tecnologia – EDETEC, para a incubação de empresas. Com a inauguração do Parque Tecnológico, em 2017, o EDETEC passa a integrar a infraestrutura do TEC Unifor, podendo com isso hoje incubar até 20 empresas. Vale ainda destacar a incorporação de laboratórios como o Laboratório de Pesquisas e Inovação em Cidades (LAPIN), que tem no portfólio desde o gelágua inteligente até a criação colaborativa do capacete Elmo, equipamento de respiração não-invasivo que salvou milhares de vidas durante a pandemia do Covid-19, ambas em parceria com a empresa Esmaltec”.

Sob o guarda-chuva do TEC Unifor, o EDETEC foi e é imã para muitos dos “inquilinos” de destaque: startups fundadas por alunos e egressos da Unifor, como a empresa Totalcross, que usou inteligência artificial com a implementação de rede neural para otimizar o desenvolvimento de aplicativos móveis; empresas vinculadas à Fundação Edson Queiroz, como a Nacional Gás, que atua nacionalmente no ramo de energia e desenvolve pesquisas em conjunto com o Núcleo de Tecnologia de Combustão (NTC); empresas multinacionais como a indiana Wipro, fábrica de software e líder mundial no segmento de desenvolvimento de soluções tecnológicas. 


Ricardo Colares coordena o Espaço de Desenvolvimento de Empresas de Tecnologia (EDETEC) da Unifor (Foto: Ares Soares)

“Ano a após ano, esse número aumenta e as empresas atraídas para o campus vêm se diversificando. Temos desde aquelas da área da saúde, como a Unimed-Ceará, até as da logística, como a KPMG, multinacional especializada nas áreas de auditoria e consultoria. São 12 empresas sediadas hoje no TEC Unifor, sem contar as startups que estão surgindo por meio do EDETEC”, contabiliza o coordenador do EDTEC, Ricardo Colares.

O céu é o limite, já que, segundo Colares, todas as partes envolvidas ganham com a aglomeração inovadora. “É um toma lá, dá cá: empresas incubadas no Parque desenvolvem e aperfeiçoam novos produtos, têm acesso a tecnologias de ponta e competências humanas referenciais, podendo ainda contar com mão de obra de qualidade, representada por nosso corpo docente e nossos alunos de mestrado e doutorado que participam dos projetos. Aliás, não é à toa que talentos em formação acabam sendo comumente contratados pelas empresas incubadas. Por outro lado, esse ecossistema serve ainda como estímulo para despertar a vocação empreendedora nos estudantes. Temos egressos que incubaram empresas no TEC Unifor e ao saírem para o mercado tiveram sucesso e agora retornam à Universidade na condição de uma empresa mais madura para abrigá-la no campus. Isso demonstra o resultado positivo dessa iniciativa”, enfatiza o coordenador do EDETEC.

Retroalimentação a olhos vistos. Segundo o coordenador do Parque Tecnológico da Unifor, Luiz Stephany, a rede de transferência de conhecimentos também pode se dar entre as empresas afins ou mesmo de diferentes ramos.


 De acordo com Luiz Stephany, projetos criados no TEC Unifor podem trazer um retorno futuro à instituição por meio de patentes (Foto: Ares Soares)
 

 “Naquele ecossistema de inovação que agrega Universidade, empresas e também governos, com seus programas de incentivo fiscais e recursos públicos voltados a ideias inovadoras, um simples encontro para almoçar ou aquele convite para assistir conjuntamente a uma palestra no campus pode gerar trocas de ideias e informações capazes de revolucionar o mercado através dos insights de diferentes agentes, que por sua vez geram novos conhecimentos”.
Luiz Stephany, coordenador do Parque Tecnológico da Unifor

Luiz vibra com a guinada pós-pandemia em que relações presenciais são retomadas e mais empresas podem se agregar ao TEC Unifor, como as recém-chegadas Klever, Tecla T e G4Flex. Segundo o coordenador, mais de 20 empresas já passaram pelo TEC Unifor, cabendo a elas um investimento anual em pesquisa e inovação para ter assento no campus. A rigor, o valor investido se reverte em bolsas de pesquisas para alunos de graduação ou pós-graduação da Unifor ou pode ser utilizado na compra de equipamentos para os laboratórios. Na outra ponta, também há incentivo: as empresas que se instalam em Parques Tecnológicos têm um desconto de até 60% no ISS, através do Programa Parque For da Prefeitura de Fortaleza. 

“Para a Universidade, outro ganho é que algumas dessas pesquisas podem gerar patentes, como aconteceu com o capacete Elmo de respiração não-invasiva, fruto de uma parceria envolvendo a empresa Esmaltec, a Unifor, outras universidades, Senai e Governo do Estado. Assim, toda vez que o Elmo é vendido, a Unifor recebe royalties”, revela o coordenador do TEC Unifor, comemorando ainda o prazo estendido de cinco anos que hoje vigora nos contratos entre a Universidade e as empresas incubadas, o que garante solidez e vida longa aos projetos de inovação.

Em relacionamento sério com o bloco M

Aos 22 anos, Edson Holanda Teixeira Júnior ainda nem pôs a mão no canudo e já é na pele de engenheiro de firmware da Klever, empresa multinacional de soluções e serviços digitais no universo das Blockchains e Criptomoedas, que ele se instala profissionalmente no Parque Tecnológico da Unifor, ambiente mais do que familiar para quem escolheu graduar-se sob a chancela do Centro de Ciências Tecnológicas. 

“Entrei na Unifor com 17 anos para cursar Engenharia Elétrica, mas logo nos primeiros semestres me apaixonei por disciplinas ligadas à área da computação. E foi pelo desempenho que obtive nas aulas de programação que os próprios professores me apoiaram quando decidi mudar a graduação para Engenharia da Computação”, recorda o concludente.

Após viver a experiência como monitor por duas vezes, o convite para estagiar e ter bolsa de estudo vinculada ao TEC Unifor não demorou. “Primeiro colaborei com o projeto de pesquisa da Eletra, voltado a um sistema de teste de medidores de energia. Depois trabalhei para a Mobi e Facti, desenvolvendo um equipamento de medição de consumo energético em determinado ambiente. Participei como programador e também adquiri conhecimento como desenvolvedor de Firmware e Linux embarcado, algo que me tornou apto a assumir a função que exerço hoje na Klever. Por isso foi tão importante o Parque Tecnológico na minha formação: testei e ampliei minhas capacidades, além de fazer um super networking”, destaca, lembrando que veio de lá a indicação para o primeiro emprego na TotalCross, outra empresa então incubada na Unifor. 

E se era antigo o flerte com o bloco M, onde o Parque Tecnológico está fincado, ele não esconde a alegria de poder voltar a trabalhar no ambiente acadêmico que ainda lhe inspira projetos futuros. “No TEC Unifor saí da minha zona de conforto e descobri minha verdadeira vocação. Gostei tanto que pensei inclusive em seguir carreira acadêmica antes de deixar seduzir pelo mercado. Quem sabe agora, retornando à Universidade como profissional, não me reanimo a cursar um mestrado em paralelo? Só sei que já tem sido incrível colher tantos frutos que a Unifor plantou em mim”, conclui Edson.

De calça verde, com dinheiro no bolso

Ciência de dados. Big Data. Inteligência Artificial. Internet das Coisas. Eis o que paira no ar e anima os laboratórios de pesquisa e inovação que integram o TEC Unifor, atraindo corações e mentes instigados a inovar. Egresso do curso de graduação em Ciência da Computação, Geneflides Laureno da Silva, hoje fundador e CEO da G4Flex, empresa de desenvolvimento de software para telecomunicações recém-chegada ao Parque Tecnológico, é o típico caso do “bom filho que à casa torna”.


Geneflides Laureno tem parceria de longa data da Unifor, já tendo atuado como professor do curso de Ciência da Computação, do qual é egresso (Foto: Arquivo Pessoal)


“No início dos anos 2000, prestes a me formar, já trabalhava em uma multinacional quando fui convidado pela Unifor para integrar a equipe de funcionários do Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação (NATI), passando a colaborar com projetos empresariais incubados no campus. Quase que simultaneamente assumi o cargo de analista da empresa Telecom, que fazia parte daquele ecossistema, ao mesmo tempo em que fazia consultoria de forma autônoma e me preparava ali mesmo para ter meu próprio CNPJ. Mergulhado no ambiente de tecnologia aplicada que encontrei na Unifor é que enxerguei a oportunidade de também empreender e entrar para o time de empresas incubadas no campus. E foi como projeto de mestrado que minha empresa nasceu e se consolidou, ao mesmo tempo em que isso me levava à docência. Acabei sendo professor e coordenador do curso em que me formei. Tudo junto e misturado”, ri-se, com orgulho indisfarçável, o empresário que deu aulas até 2018.  

A sala de aula perdeu para os negócios. É que antes mesmo da pandemia da Covid-19 ser anunciada, a empresa G4Flex já não parava de crescer e galgar posições no ranking corporativo local, exigindo dele disponibilidade integral. Falou mais alto o sucesso consolidado no mercado. Mas bastou ser decretado o fim da obrigatoriedade do isolamento social para Geneflides ceder ao desejo de trocar o endereço de seu escritório-sede. “Estou voltando para o TEC Unifor, feliz da vida e sem dúvidas de que será uma parceria de sucesso”, diz Geneflides. 

“Sei dos benefícios que o Parque Tecnológico da Unifor me trará em termos de multidisciplinaridade e expansão de conhecimentos. Ali sempre me senti imerso em uma fonte inesgotável de ideias inovadoras. O contato com professores-doutores, os painéis, palestras e eventos que terei acesso, além da possibilidade de captação de talentos in loco, tudo isso otimiza tempo e se reverte em ganho real, sobretudo levando em conta o fato de que meu quadro de funcionários já 95% oriundo do TEC Unifor. Mais do que nunca, estou em casa, ou melhor, voltei para ela”, anima-se o empresário bem sucedido, que adotou como marca-registrada uma indefectível calça verde, cor alusiva à logomarca do próprio negócio. “Se Steve Jobs adotava o preto como base do próprio figurino e marketing pessoal, por que não posso também? Inclusive vai combinar com o verde exuberante do campus da Unifor”, diverte-se.

Enxergando longe

Graduado em Medicina pela Universidade de Fortaleza, o médico oftalmologista Karlos Sancho não desperdiçou o incentivo que teve enquanto estudante para também empreender. Foi como um dos finalistas do Prêmio Santander-Universidades que pela primeira vez ele recorreu ao Parque Tecnológico da Unifor para, com apoio da Funcap, desenvolver a ideia inovadora de um novo tipo de vaso sanitário ecológico, onde a água da pia poderia ser reutilizada para dar descarga.


Egresso do curso de Medicina, Karlos Sancho fundou a empresa Olho Humano, que desenvolve soluções tecnológicas para o ramo da oftalmologia (Foto: Arquivo Pessoal)
 

“Em 2011, incubei minha primeira empresa voltada à inovação de produtos na área médica no EDETEC e após residência e especialização em oftalmologia pude voltar a empreender, buscando novamente apoio no Parque Tecnológico da Unifor. Foi quando desenvolvemos em parceria com a Funcap um novo produto chamado “Eye Patho”, já sob chancela da minha atual empresa, a Olho Humano, que desde então está incubada no TEC Unifor. A ideia foi usar tecnologia de ponta para realizar biopsias frente a suspeitas de câncer ocular. Esse produto gerou o interesse da empresa NaturEye, para quem fiz a transferência de tecnologia”, detalha Sancho.

Pesquisas inovadoras que seguem no TEC Unifor: “estamos agora desenvolvendo uma membrana para cirurgia da superfície ocular e tudo porque contamos com a infraestrutura do Parque Tecnológico e dos laboratórios de inovação da Universidade. Até o curso de Marketing já contribuiu com a divulgação dos nossos projetos, já que o apoio encontrado nesse tipo de ecossistema é de fato multidisciplinar”, sublinha. 

Algumas empresas parceiras do TEC Unifor

  • Mob Telecom
  • Wikinova - Olhos da cidade
  • TotalCross
  • KPMG 
  • Pathfind 
  • Unimed-Ceará 
  • Casa Magalhães 
  • IVIA
  • Wipro 
  • Nacional Gás 
  • G4Flex 

É possível conhecer mais clicando aqui

Conheça os laboratórios de inovação tecnológica da Unifor: 

Lapin - Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades


 

O Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades possui estrutura contendo área maker, área hacker, área de realidade aumentada e virtual, e energias renováveis.

LEC - Laboratório de Engenharia do Conhecimento


 

O Laboratório de Engenharia do Conhecimento é voltado ao desenvolvimento de projetos na área de inteligência artificial, representação do conhecimento e processamento de linguagem.

LCDIA - Laboratório de Ciência de Dados e Inteligência Artificial


 

O Laboratório de Ciência de Dados e Inteligência Artificial (LCDIA) realiza projetos de Pesquisa, de Desenvolvimento e de Inovação com empresas parceiras do Parque Tecnológico aplicando inteligência artificial, modelos matemáticos e estatísticos para a mineiração, análise, a visualização de quantidades massivas de dados.

Lapig - Laboratório de Pesquisa em Inovação e Gestão

O Laboratório de Pesquisa em Inovação e Gestão (LAPIG) projeta e operacionaliza soluções que reconfiguram processos em organizações de diferentes setores e áreas.

Nupem - Núcleo de Pesquisas em Energia e Materiais

Laboratório voltado para desenvolver projetos inovadores desde a sua origem, podendo trabalhar problemas de solução rápida ou de longo prazo. Áreas/Cursos que contempla: todas as graduações de Engenharia: Civil, Elétrica, Mecânica, Urbana e Ambiental, da Computação, de Controle e Automação, Produção e Ambiental e Sanitária.

Nubex - Núcleo de Biologia Experimental


 

O Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) possibilita aos alunos e professores de graduação e pós da Unifor a realização de projetos de pesquisas nas áreas das Ciências da Saúde e Biológicas.