Qui, 20 Agosto 2020 18:27
“Dar à Luz”: Parto é tema de documentário produzido por concludente de Jornalismo
Filme documental produzido pela estudante Jemyma Scarlet dá voz às mulheres ao tratar de assunto inerente à existência humana. Confira ele completo.
Quando uma mulher se torna oficialmente mãe? Quando descobre a gravidez e começa a se preparar, meses antes, para a chegada do seu pequeno? É quando, na sala de parto, os gritos que saem de suas entranhas finalmente se transformam no choro doce de um bebê? Ou é quando, ao colocar o filho pela primeira vez nos braços e ver o seu rosto, o seu mundo inteiro muda de uma vez só?
Para Jemyma Scarlet, graduanda em Jornalismo da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz, o parto, em todas as suas formas, é um ato sacro. Em seu documentário “Dar à Luz: a maior dádiva da mulher”, disponibilizado online hoje (20), esse tema, e os muitos debates que o rodeiam, é trabalhado em uma perspectiva tão sensível quanto visceral; nele, é retratada a relação da mulher com a maternidade em sua forma mais honesta, que percorre os períodos de gestação, parto e puerpério.
Concebido como um Trabalho de Conclusão de Curso, a produção do filme teve início antes mesmo de Jemyma pensar em realizá-lo. A jovem revela que, ainda criança, nutria encanto pelo trabalho de sua mãe, que presta assistência a gestantes em uma clínica e organiza palestras sobre parto e maternidade para mulheres grávidas e mães de primeira viagem.
Por estar próxima ao tema, a concludente falou sobre ele durante toda a graduação: “Minha primeira matéria no curso foi sobre parto humanizado. Depois, na disciplina de Projeto Integrador I, realizamos um minidocumentário sobre o tema com várias colaboradoras da Unifor. Depois, produzi uma série de reportagens que registravam partos para a TV Unifor”, ela conta. Não existiam dúvidas de que esse deveria ser o assunto de seu último projeto na Universidade.
Concebendo diálogos
Um dos principais interesses por trás do filme, que soma aproximadamente 40 minutos, é promover a saúde por meio do jornalismo documental. “A proposta é enriquecer debates sobre as ‘formas do nascer’ em prol da saúde da mulher; investigar e interpretar os fatos com a ideia de impactar as pessoas sobre um assunto que é tão relevante”, declara Jemyma. O resultado, que mescla relatos de diferentes mulheres a opiniões variadas de especialistas, incentiva estudantes de jornalismo a explorar os diferentes campos de estudo da profissão, com ênfase aos da saúde e aos científicos.
Para a docente Mariana Fontenele, que orientou o trabalho, ele apresenta um tema relevante e que “contribui com a disseminação da informação de que toda mulher tem o direito a um parto com dignidade e respeito”. Ela ressalta, ainda, que a conclusão do documentário foi um desafio, principalmente por conta do período de isolamento social, e que só foi possível com o apoio da coordenação do curso de Jornalismo. “Destaco também a importância de estabelecermos, cada vez mais, o diálogo e a interdisciplinaridade entre os campos da comunicação e saúde”, aponta a pesquisadora.
As filmagens para o documentário começaram a ser feitas entre os meses de fevereiro e março deste ano, no Hospital Eugênia Pinheiro, em Fortaleza, e no Hospital Municipal João Elísio de Holanda, em Maracanaú, mas precisaram ser interrompidas devido à pandemia do novo coronavírus. Para que pudesse completar o filme, Jemyma conversou a distância e requisitou imagens produzidas pelos próprios entrevistados. Ao todo, 19 depoimentos foram coletados para a produção.
Ao falar sobre seus próximos passos, a estudante, que já teve o trabalho aprovado pela banca avaliadora, é determinada: “Tenho perspectivas de divulgar ‘Dar à Luz” ao máximo em festivais de filmes e eventos que tenham a ver com a temática. Também espero trabalhar com o jornalismo voltado para a saúde, produzindo matérias para esse campo. Penso também em fazer novos documentários, com meus próprios equipamentos”.
Confira o documentário na íntegra a seguir.
