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Seg, 25 Setembro 2023 12:28

Pesquisa Unifor: Docente participa da elaboração de cordel sobre artrite reumatoide

Orientado por Carlos Ewerton Maia, professor da Universidade de Fortaleza, o trabalho busca alertar sobre os riscos que a enfermidade pode causar


A publicação em cordel sobre a condição de saúde é parte do trabalho de doutorado da médica reumatologista Christiane Aguiar Nobre (Foto: Divulgação)
A publicação em cordel sobre a condição de saúde é parte do trabalho de doutorado da médica reumatologista Christiane Aguiar Nobre (Foto: Divulgação)

Produzir conhecimento das mais variadas formas, visando o repasse claro e objetivo da informação para a sociedade, é um dos deveres dos pesquisadores. Com isso, apostar em investimentos científicos sobre aspectos da cultura local, como a literatura de cordel, é um dos caminhos para alcançar esse objetivo.

Nesse contexto, Carlos Ewerton Maia, docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (PPGCM) da Universidade de Fortaleza — instituição da Fundação Edson Queiroz —, orientou a produção do cordel “Artrite Reumatoide e Risco Cardiovascular”. O trabalho é uma devolutiva social do doutorado da médica reumatologista Christiane Aguiar Nobre, da Universidade Federal do Ceará (UFC) - campus Sobral.

A iniciativa busca orientar os pacientes com artrite reumatoide acerca dos riscos cardiovasculares dessa doença, a fim de informar sobre prevenção e cuidados. Além disso, pretende retornar à comunidade os investimentos feitos em pesquisa nas áreas de inovação e saúde por meio do acesso facilitado à informação.

O estudo é fruto do projeto de pesquisa “Avaliação de Risco Cardiovascular em pacientes com Artrite Reumatoide: possível associação com atividade da doença, citocinas e a via NRF-2/HO-1”, que foi financiado pelo Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) e reúne pesquisadores da Unifor, da UFC, do Hospital do Coração de Sobral e da Policlínica Bernardo Félix de Oliveira, em Sobral.


“Dedicamos esse trabalho aos que muito pouco sabem como lidar com a dor, mas depositam a sua esperança e saúde no trabalho feito pela ciência médica” —  Carlos Ewerton Maia, docente do PPGCM e orientador da pesquisa

Junto a Ewerton, participaram do estudo Mirna Marque B. Brayner, docente da UFC/Sobral e orientadora do trabalho, e alunos de iniciação científica da UFC/Sobral: Giovanna Sousa, João Gabriel Brayner, Natacha Cavalcante e Thácilla Nascimento. A iniciativa também contou com o apoio da Dra. Paola Tôrres, hematologista, cordelista e professora do curso de Medicina da Unifor.

Sobre o material

Os cordéis são folhetos que normalmente contém poemas populares, com textos escritos em rima e ilustrados com xilogravuras. Esse tipo de literatura ainda busca, de maneira descontraída e informal, abordar questões pertinentes à sociedade.

Produzido pelos pesquisadores, o cordel “Artrite Reumatoide e Risco Cardiovascular” é dividido em quatro partes, sendo elas: “De onde vem essa mulesta?”, “E como ela é ?”, “Como o dotô vai saber o que é ?” e “Bó tratá e prevenir!”.


Trecho do cordel sobre artrite reumatoide (Imagens: Divulgação/UFC)

Seguindo uma linguagem regional com expressões oriundas do Nordeste brasileiro, a produção dos cientistas retrata de forma fidedigna os populares cordéis vendidos na região, passando o conhecimento sobre a artrite reumatoide de forma intuitiva e clara para os leitores. 

O professor Carlos Ewerton comenta sobre a realização da pesquisa por meio do cordel: “A escolha por esse tipo de material se dá pela forma simples e lúdica de passar essa informação, unindo cultura, ciência e informação”.

Além disso, é válido ressaltar que esse estudo permitirá à população entender mais sobre a doença, assim como colaborar para estudos futuros que abordarão o elo entre a artrite reumatoide e os riscos cardiovasculares.

Entenda a artrite reumatoide 

A artrite reumatoide é uma doença crônica das articulações, conhecidas popularmente como “juntas”, sendo uma inflamação provocada por alterações no sistema de defesa do organismo. Segundo Carlos, a doença ainda é mais frequente em pessoas do sexo feminino.

Dentre as complicações da enfermidade, o sistema imune ataca seus próprios tecidos, sobretudo as articulações. Em situações mais graves, ele pode acometer os órgãos internos, como o sistema cardiovascular — fato que levou à produção do estudo dos pesquisadores por meio do cordel.


Além das dores constantes, as complicações da artrite reumatoide podem levar a problemas cardiovasculares (Ilustração: Getty Images)

“Pacientes com artrite reumatoide têm um risco para doenças cardiovasculares maior que a população geral, o conhecimento do paciente dessa condição facilita a implantação de medidas que diminuam sua morbidade e mortalidade", comenta o professor Carlos Ewerton.