null Pesquisadora do Nubex é finalista do Prêmio Mulher ArcelorMittal

Qui, 4 Abril 2024 10:07

Pesquisadora do Nubex é finalista do Prêmio Mulher ArcelorMittal

Egressa do curso de Farmácia da Unifor, Sacha Aubrey desenvolveu trabalho sobre óleo essencial com propriedades de aliviar dores orofaciais


O prêmio é um reconhecimento exclusivo às mulheres que empreendem ações transformadoras nos estados do Ceará, Espírito Santo e Santa Catarina (Foto: Ares Soares)
O prêmio é um reconhecimento exclusivo às mulheres que empreendem ações transformadoras nos estados do Ceará, Espírito Santo e Santa Catarina (Foto: Ares Soares)

A Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, é referência na produção científica e revelação de grandes pesquisadores. Diversos egressos da instituição são destaque em premiações nacionais e internacionais. Exemplo disso é Sacha Aubrey, graduada pelo curso de Farmácia e pesquisadora do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) da Unifor, que é finalista do Prêmio Mulher ArcelorMittal

Ela está concorrendo pela categoria “Academia”, com a pesquisa “Nanocápsulas de citral para o tratamento da dor orofacial”, que investiga a utilização de nanocápsulas para potencializar a eficácia da essência de citral no tratamento natural da dor em tecidos da face e da cavidade bucal. O prêmio, realizado desde 2019 pela siderúrgica ArcelorMittal, visa identificar e reconhecer mulheres que lideram negócios ou iniciativas sociais inovadoras, contribuindo para a transformação positiva na sociedade.

O momento de premiação será realizado simultaneamente nos estados do Ceará, Santa Catarina e Espírito Santo, com o objetivo de fomentar a construção de uma sociedade que seja diversa e inclusiva. A fase de seleção já foi concluída, resultando na escolha de três finalistas em cada uma das seis categorias: Academia, Imprensa, Empresa Privada, Poder Público, Terceiro Setor e Público Interno da ArcelorMittal. 

Inovação no tratamento 

O conceito de dor orofacial refere-se a qualquer tipo de dor que afeta regiões da boca, face e estruturas associadas. Isso pode incluir dor nos dentes, na mandíbula,  gengiva, nos músculos da face, articulações temporomandibulares (ATM), lábios e língua. A dor orofacial pode ser caracterizada como aguda ou crônica e pode ser causada por uma variedade de condições, como cáries dentárias, infecções, lesões e distúrbios musculares.

Nesse sentido, a pesquisa desenvolvida pela egressa foca no uso do citral, óleo essencial encontrado em plantas como capim-limão e erva-cidreira, conhecido por sua capacidade de aliviar esse tipo de dor. A inovação do trabalho está na utilização de nanocápsulas, que são sistemas de “veículos pequenos” capazes de direcionar o citral para locais específicos, melhorando assim o tratamento da dor orofacial. 

Desenvolvimento da pesquisa

A pesquisa envolveu a formulação de nanocápsulas em laboratório e o estudo da aparência desse sistema utilizando um tipo especial de microscópio. Também se mediu o tamanho dessas partículas e se analisou como essas tecnologias carregando citral se comportavam. Além disso, foram conduzidos uma série de testes em laboratório para testar a eficácia da pesquisa. O estudo contou com a co-autoria de Adriana Rolim, coordenadora de Pesquisa da Unifor.

Sacha destaca que a utilização desse tipo dessa tecnologia em escala nanométrica oferece a vantagem de proporcionar tratamento mais específico e eficaz, ao mesmo tempo que reduz a toxicidade contida em medicamentação manipulada.

“Por meio da nanotecnologia, é possível direcionar os medicamentos para os tecidos-alvo de forma controlada, aumentando sua eficácia. O projeto tem o potencial de impactar significativamente a população que sofre de dor orofacial, representando uma possível mudança de paradigma no tratamento dessa condição”, explica a pesquisadora. 

Os resultados do estudo renderam várias conquistas para Sacha, sendo uma delas o depósito da patente da nanotecnologia de citral no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Esse marco representa uma nova abordagem para a melhoria da dor orofacial de maneira viável. Os inventores da patente incluem Sacha, Adriana e Angelo Roncalli, também pesquisador do Nubex, juntamente com a Unifor.

A farmacêutica enfatiza que ser finalista do prêmio é de extrema importância para a sua trajetória acadêmica e pessoal. “Me senti honrada e grata pelo reconhecimento de ser uma das finalistas do Prêmio Mulher ArcelorMittal é uma emoção indescritível. Este momento não só me enche de orgulho, mas também me impulsiona a encorajar mais mulheres a ingressarem no mundo da ciência, tecnologia e inovação. Quero que todas saibam que têm o poder de realizar qualquer coisa que desejem”, finaliza Sacha. 

Sobre a premiação 

Durante a fase de classificação, foram escolhidas três finalistas em cada uma das seis categorias de premiação em todos os três estados participantes. Isso resultou na seleção de 21 projetos por estado, totalizando um conjunto de 63 finalistas.

Cada uma das selecionadas terá a chance de visitar a instalação do conglomerado industrial ArcelorMittal em seu estado e se envolver em treinamento personalizado, que incluirá atividades tanto presenciais quanto online, resultando em certificados para todas as participantes.

As pesquisas participantes passarão por análise realizada por uma Comissão Julgadora, composta por membros da sociedade com habilidades e experiência relevantes aos setores contemplados pelo Prêmio Mulher. Esta avaliação levará em conta critérios como criatividade, sustentabilidade, impacto, excelência, clareza e potencial de provocar transformações.

Na etapa final, agendada para maio, as vencedoras de cada categoria serão premiadas. A bonificação consiste em um cartão presente no valor de R$5 mil para ser utilizado em compras em estabelecimentos comerciais.