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Seg, 15 Abril 2024 14:06

Orgulho Unifor: Egressa cria empresa de produtos veganos idealizada durante a graduação

Ana Beatriz Velloso, formada em Nutrição pela Unifor, aliou um tema de interesse pessoal a uma necessidade do mercado para fundar a Soul Veg


O negócio de Ana Beatriz surgiu dentro da disciplina de Gestão e Empreendedorismo em Nutrição (Foto: Arquivo Pessoal)
O negócio de Ana Beatriz surgiu dentro da disciplina de Gestão e Empreendedorismo em Nutrição (Foto: Arquivo Pessoal)

Na Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, os estudantes sempre encontram possibilidades: cada ensinamento carrega o potencial de transformar carreiras e destinos. Prova disso é a trajetória de Ana Beatriz Velloso, egressa do curso de Nutrição, que criou um negócio a partir do conteúdo da disciplina de Gestão e Empreendedorismo em Nutrição.

Desafiada a desenvolver o lado empreendedor no decorrer do semestre letivo, a jovem identificou uma lacuna no setor de alimentação vegana. Com base nessa percepção, idealizou, junto com seu grupo de trabalho, um drive thru de comidas veganas. “Um dos pilares de justificativa da nossa ideia era a escassez de estabelecimentos com alimentação 100% vegetal e com local acessível na cidade”, relembra Ana Beatriz.

Após a conclusão da disciplina, o projeto amadureceu. A ideia original de um drive thru deu lugar a um quiosque totalmente vegano localizado no piso E2 do Shopping Riomar Fortaleza. Inaugurada em dezembro de 2023, a Soul Veg também faz entregas, visando ser ainda mais acessível a todos que tiverem interesse nesse tipo de alimentação, seja por restrições, alergias ou escolha pessoal.


“Virei vegetariana no meu primeiro semestre de curso e vegana no ano seguinte, desde então, sempre tive em mente que trabalharia nessa área. Comecei os atendimentos na clínica com nutrição vegetariana e via a dificuldade dos meus pacientes para acessarem alimentos práticos de origem vegetal, além de vários pacientes que tinham alergias e buscavam uma alimentação mais vegetal por isso”Ana Beatriz Velloso, egressa do curso de Nutrição da Unifor

Mesmo tendo abraçado o empreendedorismo, Ana Beatriz continua realizando atendimentos clínicos. Ela conta que o público-alvo no consultório é praticamente o mesmo do quiosque — vegetarianos ou pessoas com restrições alimentares — o que facilita bastante a conciliação das duas atividades. 

Para a nutricionista, a identificação pessoal com o cerne do negócio impacta diretamente na forma de administrar a empresa. “Busco sempre trazer marcas que eu, como consumidora, sentia falta na cidade. [...] O veganismo é um dos meus maiores propósitos na vida, poder transmitir ele de várias formas me realiza e me completa!”, celebra.

Gestão aliada à nutrição

Gleucia Silva Moura, docente do curso de Nutrição da Unifor, ministra a disciplina de Gestão e Empreendedorismo em Nutrição. Ela pontua que o módulo, ofertado aos discentes do 5º semestre, destaca a importância do assunto para todas as áreas de conhecimento. 

“Na realidade, todos os cursos deveriam ter uma disciplina voltada para gestão e empreendedorismo. Os alunos terminavam o curso com a expertise técnica, porém percebíamos que faltava um pouco da gestão, do processo de desenvolvimento de portfólios de serviços e/ou produtos”, ressalta a professora.

Entre os estímulos recebidos pelos alunos na disciplina estão os questionamentos: 

  • Que negócios podem surgir a partir das áreas de atuação do nutricionista?
  • Que negócios já existem, mas que podem ser melhorados ou adaptados?
  • De que o mercado sente falta?


“É desafiador mesmo! Os alunos precisam pensar em negócios inovadores. Eles são incentivados a desenvolverem seu potencial criativo, a pensar diferente para obter resultados diferentes. Procuramos tirá-los da zona de conforto, fazendo-os pensar também como consumidores, avaliando suas próprias necessidades. A inovação é incentivada a partir do primeiro dia de aula”
Gleucia Silva, docente do curso de Nutrição da Unifor

Segundo Gleucia, o mercado de alimentos e serviços está em crescimento, principalmente devido à busca por qualidade de vida. Em paralelo, a nutricionista observa também o aumento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e dislipidemias. Além de alergias alimentares e casos de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que costumam ter necessidades alimentares específicas.

“Não encontramos no mercado muitas empresas que ofereçam serviços e produtos que possam atender a esse público. Quantos nutricionistas vão para o mercado todo o semestre? Independentemente da área de atuação e desde que se respeite os protocolos de atendimento, ética profissional e bioética, é possível fazer diferente. É preciso ousar, se perguntar: Por que não? E se? A nutrição tem muito o que oferecer em termos de negócios. As oportunidades estão aí”, enfatiza.

Aprendizado além da sala de aula

O fato de ter conhecimentos tanto em nutrição quanto em gestão traz grandes vantagens para o dia a dia de Ana Beatriz. A empreendedora aproveita de forma eficiente todas as informações que adquiriu durante a graduação. 

“Consigo ter a percepção de quais produtos posso trazer para a loja que tenham valores nutricionais interessantes para o público vegano e/ou alérgico. Além disso, minha formação me permite conhecer todas as alergias e intolerâncias, deixando a loja mais segura para esse público”, destaca.

A egressa da Universidade de Fortaleza pontua também a afinidade com tabelas nutricionais e princípios ativos, o que a favorece na hora de dar explicações sobre os produtos a cada cliente.

Para quem deseja seguir o exemplo de Ana Beatriz, mergulhando no empreendedorismo desde a graduação, a Unifor oferece o suporte necessário por meio do Unifor Hub e do Escritório de Gestão, Empreendedorismo e Sustentabilidade (EGES). Ambos auxiliam a planejar negócios, solucionar problemas e criar produtos e serviços em empresas, de forma a consolidar e desenvolver a visão crítica dos alunos.

“É fato que a Unifor prepara seus estudantes para o mercado de trabalho. Está na missão da Universidade. Vejo no Hub e no EGES um grande incentivo aos discentes para o desenvolvimento da cultura empreendedora, por meio das incubadoras e programas de inovação aberta, onde o processo de transformação de ideias em negócios é algo constante”, frisa a professora Gleucia.