null Orgulho do meu “TCC”: discentes da Unifor relatam inspirações para o Trabalho de Conclusão de Curso

Qui, 10 Dezembro 2020 16:11

Orgulho do meu “TCC”: discentes da Unifor relatam inspirações para o Trabalho de Conclusão de Curso

Alunos egressos e concludentes destacam a necessidade de organização e dedicação ao tema como aspectos principais para a produção do TCC


Trabalho de Conclusão de curso encerra jornada acadêmica dos estudantes (Foto: Getty images)
Trabalho de Conclusão de curso encerra jornada acadêmica dos estudantes (Foto: Getty images)

Em uma graduação, produzir o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma experiência que marca a etapa final desse período tão importante para a jornada acadêmica e profissional do estudante, exigindo comprometimento e organização por parte do aluno, bem como afinidade em relação ao tema escolhido para sua produção final. 

A decisão entre dedicar-se totalmente à pesquisa teórica ou de se desenvolver um produto, preocupações quanto ao tempo disponível, a definição do assunto que se deseja abordar e a elaboração da apresentação do trabalho são alguns dos percalços que regem esse período tão conturbado e, ao mesmo tempo, gratificante na trajetória dos alunos. 

Pensando nisso, o Unifor Notícias conversou com alunos egressos e concludentes da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz,  sobre os motivos que os levaram a escolher seus respectivos temas de pesquisa e sobre como funcionou este processo de conclusão de curso para cada um deles. Confira os depoimentos a seguir.

Jeff Rodrigues, graduado em Design de Moda. (Foto: Arquivo pessoal)

Graduado em Design de Moda pela Universidade de Fortaleza em 2020.1, Jeff Rodrigues relembra que sua pesquisa abordou o upcycling. “Trata-se de um tema relacionado à moda e que consiste em um reaproveitamento de materiais de outros produtos para fazer novas peças, novas roupas, com um toque mais elevado. Seria a elevação do aproveitamento de materiais. Além disso, meu TCC consistiu em uma pesquisa de caso sobre uma estilista europeia que conseguiu desenvolver coleção para uma marca sem utilizar matérias primas novas, e durante o cenário da pandemia. A estilista fez uma coleção inteira nesse conceito”, comenta ele.

Sua ideia inicial consistia em desenvolver uma coleção autoral upcycling; entretanto, devido à pandemia do novo coronavírus, Jeff se dedicou ao desenvolvimento de uma pesquisa. “Sempre admirei muito este tema. Mas, com o fechamento das lojas, não foi possível fazer a curadoria de materiais e nem procurar pessoas para me ajudar na confecção. Conversando com o meu orientador, decidimos falar sobre a situação atual e como os designers e pessoas relacionadas com a indústria da moda tiveram que se adaptar durante a pandemia. O upcycling funciona como uma alternativa”, explica.

O aluno egresso relata ter sido uma experiência desafiadora. “Foi um processo feito dentro de casa, devido ao momento de pandemia. Acho que nem todos que estão realizando o seu TCC conseguem se adaptar a este tipo de situação, pois estamos acostumados a sair de casa para fazer as coisas acontecerem. O TCC é um processo trabalhoso, senti ansiedade devido a essa pressão extra. Minha pesquisa aconteceu por meio de consultas de livros, conversas com meu orientador sobre sites, matérias, jornais. Aproveitamos o que já tínhamos em mão”, completa ele.

Para aqueles que ainda vão iniciar o TCC, Jeff enfatiza sobre a necessidade de desconstrução em busca de um trabalho rebuscado e inovador. “Você pode fazer uma boa pesquisa com assuntos simples e que podem ser bem trabalhados com o seu orientador. É sempre bom organizar o tempo e traçar metas, para que não fique tudo acumulado para última hora. É importante também não esperar apenas pelo seu orientador: é necessário ter iniciativa em perguntar e pedir informação constantemente”, destaca.

Sthefani Costa, graduada em Nutrição. (Foto: Arquivo pessoal)

Sthefani Costa conta que seu TCC abordou sobre fatores maternos de risco associados à prematuridade. “Esse tema foi escolhido junto com a minha professora orientadora e realizado com a minha dupla. A pesquisa já me acompanhava durante a graduação desde o quinto semestre. Ingressei na monitoria e, para registrar sua conclusão, precisei escrever um manuscrito. Após isso, publiquei ele, que virou um artigo científico”, completa ela.

Graduada em Nutrição em 2019.1, a aluna egressa conta que seu interesse pela iniciação científica também foi impulsionado por sua experiência ao cursar o módulo de Pesquisa em Nutrição. “Juntamente com a monitoria, cursei esse módulo, então conheci a pesquisa e os tipos de estudos mais voltados à saúde. Nesse período, também participei de um grupo de estudos  voltado para o público materno infantil. Todas as pesquisas e estudos eram relacionados a essa temática, a esse grupo. Desde o início da graduação eu tinha interesse pelo módulo e, por esse motivo, a maior parte dos meus trabalhos foram relacionados à temática materno infantil”, relata ela.

Atualmente, Sthefani cursa mestrado em Nutrição e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), é pesquisadora no Estudo de Saúde dos Nutricionistas e atua na área clínica de Nutrição Materno-Infantil. “Quando fiz meu TCC, eu já sabia a área em que eu queria pesquisar, então considero ideal identificar a área em que você tem maior interesse de pesquisar e descobrir coisas novas. Além disso, é sempre bom se aprofundar nas oportunidades que a Universidade apresenta”, ressalta a egressa.

Fernando Diderot, concludente do curso de Engenharia Civil(Foto: Arquivo pessoal)

Fernando Diderot, concludente em Engenharia Civil na Universidade de Fortaleza, explica que o seu TCC consistiu na criação de um programa para modelar estruturas de construção civil feitas de concreto e aço. “A ideia surgiu com um projeto antigo do meu orientador. Ele já tinha a ideia em mente e estava procurando algum aluno que topasse criar este projeto. Eu topei e, por envolver muita programação, gostei bastante, pois me identifico com a área”, conta ele.

Para o aluno, a experiência foi tranquila. “O trabalho envolveu um tema que gosto de trabalhar, que é a programação. Como consegui me programar bem e definir os meus tópicos, o que era necessário ser feito em cada etapa, não ficou corrido e a elaboração do projeto foi bem satisfatória. Não tive imprevistos e consegui realizar tudo do jeito como queria, no tempo certo que estava planejado”,  comenta o aluno.

Fernando destaca que a escolha de um tema em que o estudante tenha tenha interesse e aptidão é essencial para se produzir um bom TCC. “Falar de algo que você não gosta acaba tornando a pesquisa maçante. É importante procurar um tema que você realmente goste, planejar bem o tempo de elaboração do trabalho, definir etapas e metas para meses, semanas e dias, para não ficar nada corrido”, ressalta ele.

Isabel Macêdo, concludente do curso de Direito. (Foto: Arquivo pessoal)

Concludente em Direito, Isabel Macêdo optou por escolher o tema “O Direito à Educação Superior para Pessoas em Situação de Refúgio no Brasil”. Ela explica que, “ao longo dos seus capítulos, busquei analisar as legislações nacionais e internacionais de proteção ao refugiado, compreender como o Estado brasileiro assegura o ingresso e a integração da pessoa em situação de refúgio ao ensino nacional e a forma como as universidades atuam facilitando o ingresso de refugiados e superando a barreira do idioma. Como voltei o meu olhar para a Educação Superior, realizei um mapeamento de 28 universidades federais brasileiras, para saber se tais Instituições oferecem ingresso facilitado aos refugiados e como esse processo seletivo ocorre”.

A aluna explica que seu interesse pelo tema foi influenciado por Malala Yousafzai e sua proximidade à temática do refúgio. “Sou muito fã dela e, por coincidência, a ideia surgiu depois que li o seu último livro, ‘Longe de Casa’, onde ela e mais algumas mulheres refugiadas e deslocadas internas compartilham as suas experiências sobre refúgio e o direito à educação. A partir disso, pensei em me dedicar a esse tema e a voltar o meu olhar para a realidade educacional dos refugiados aqui no Brasil, em especial no Ensino Superior”, completa.

Para Isabel, os maiores desafio foram desenvolver capítulos que se comunicassem entre si e apresentar um mapeamento amplo, onde fosse possível demonstrar a realidade dos refugiados no Brasil. “Todo esse processo exigiu muito de mim, especialmente o levantamento de dados das universidades. Embora tenha sido um processo longo e atípico em virtude da pandemia, foi uma experiência muito enriquecedora, que me permitiu conversar com pessoas que possuem projetos incríveis nessa temática, e que só foi possível graças à parceria que eu e minha professora orientadora temos”, destaca ela.

A aluna enfatiza a importância em desenvolver uma boa comunicação e confiança com o(a) orientador(a). “O orientador será o nosso suporte, vai nos lapidar e se doar para esse momento tão importante que estamos vivendo. Além disso, é necessário ter um bom planejamento de prazos e escolher um tema que seja realmente do nosso interesse, que nos inspire e nos motive, já que vamos passar quase um ano escrevendo e pesquisando sobre ele”, ressalta.