null Especialização em Saúde Mental contribui para capacitar profissionais em área cuja demanda cresceu durante a pandemia

Qua, 11 Agosto 2021 09:34

Especialização em Saúde Mental contribui para capacitar profissionais em área cuja demanda cresceu durante a pandemia

Formação é voltada para capacitar trabalhadores da saúde no atendimento, planejamento e gerenciamento na atenção em saúde mental e suas psicopatologias


A Pós-Unifor forma profissionais para atuar nos processos de transformação da assistência psiquiátrica brasileira por meio das políticas públicas (Foto: Getty Images)
A Pós-Unifor forma profissionais para atuar nos processos de transformação da assistência psiquiátrica brasileira por meio das políticas públicas (Foto: Getty Images)

“Mens sana in corpore sano”. A citação de origem latina é milenar e simboliza a importância do equilíbrio entre saúde mental e física para a humanidade ao longo de gerações. A procura por mente sã em corpo são ganha ainda mais significado desde março de 2020, quando foi declarada a pandemia de Covid-19. Nesse contexto de grandes desafios em âmbito mundial, a especialização em Saúde Mental, Psicopatologias e Políticas Públicas da Pós-Graduação Unifor, instituição da Fundação Edson Queiroz, se propõe a capacitar profissionais da saúde e áreas afins. A formação ofertada pela Pós-Unifor está focada no atendimento, planejamento e gerenciamento na atenção em saúde mental e suas psicopatologias, capacitando profissionais nos processos de transformação da assistência psiquiátrica brasileira por meio das políticas públicas. 

“Há um aumento da necessidade de inserir novas práticas de políticas de saúde pública e esse processo de inserir o indivíduo dentro de uma realidade assistencial coletiva constitui um grande desafio aos sistemas de saúde, principalmente pela falta de profissionais qualificados e instruídos para realizar funções importantes que possam atender melhor a comunidade e de maneira coletiva”, explica a coordenadora na Pós-Graduação da Unifor, Edileia Feitosa, que é psicóloga e pedagoga, com mestrado profissional em Administração e  especialização em Gestão Estratégica de Pessoas.

A professora Edileia Feitosa destaca ainda que “o intuito da especialização é qualificar esses profissionais, proporcionando recursos teóricos e práticos para o planejamento, implementação e avaliação da assistência à saúde mental do portador de sofrimento psíquico, pautados pelo respeito, responsabilidade e ética no cuidado à saúde, por meio de uma práxis humanizada, competente e de excelência”.

Contexto da pandemia

Para além dos profissionais que atendem na área clínica, o contexto atual requer também a atuação de profissionais voltados para planejar, implementar ou avaliar estratégias de saúde mental. Dados do estudo One Year of Covid-19, realizado pela Ipsos para o Fórum Econômico Mundial com 30 países, apontou que mais da metade (53%) dos entrevistados no Brasil relata piora na saúde mental desde o início da crise provocada pela pandemia. 

Desde o início da pandemia de Covid-19, as pessoas têm precisado se adaptar, por exemplo, a novos comportamentos em relação ao trabalho, isso inclui mudança de rotinas e de ambientes e demandas diversas. “Em um dia o nosso trabalho ocorre em um lugar, ao lado de colegas e amigos, e no outro estamos tentando nos adaptar a um modo novo de trabalho, com o nosso notebook em cima das pernas fazendo projetos, respondendo e-mails e planejando um espaço da mesa de jantar para um escritório improvisado. Tudo ocorrendo no mesmo ambiente as refeições, o lazer, o descanso e o trabalho”, destaca a professora. 


A coordenadora Edileia Feitosa destaca a necessidade de profissionais qualificados e instruídos para realizar funções que possam atender melhor à comunidade e de maneira coletiva (Foto: acervo pessoal)

A coordenadora da especialização em Saúde Mental, Psicopatologia e Políticas Públicas reforça que é preciso ter em mente que a saúde não pode se resumir ao contágio ou não de Covid-19, mas que o momento requer também autocuidado com a alimentação, saúde mental e física, responsabilidades essenciais para garantir uma boa qualidade de vida.

Formação e desenvolvimento de competências

O depoimento da egressa Joyce Silveira, médica graduada pela Unifor, revela os diferenciais que a formação pode representar  “Concomitantemente às disciplinas direcionadas especificamente à saúde mental, a Pós-Unifor nos oferece disciplinas direcionadas ao desenvolvimento de competências com foco em liderança, trabalho em equipe e empreendedorismo, habilidades cada vez mais importantes para atingirmos o sucesso no mercado de trabalho”, ressalta.


A médica Joyce acaba de concluir a especialização e destaca o desenvolvimento de competências com foco em liderança (Foto: acervo pessoal)

Para Joyce, que concluiu a especialização em Saúde Mental no primeiro semestre deste ano, o curso “proporciona uma vivência muito enriquecedora” diante das possibilidades de trocas de experiências entre os alunos das mais diversas áreas de atuação. Na turma dela, por exemplo, havia profissionais de áreas como Medicina, Psicologia, Serviço Social e Direito. Joyce concluiu graduação na Unifor em 2013, conta com especialização em Saúde da Família pela UFC e Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (Unasus) em 2015 e trabalha em um Unidade de Atenção Primária à Saúde de Fortaleza. 

“A Pós-Unifor conta com um corpo docente extremamente qualificado, extenso acervo bibliográfico e técnicas de ensino modernas, nos dando a oportunidade de tirar as melhores experiências do curso”, reforça. Além de dedicar tempo ao trabalho e aos estudos, a médica valoriza os cuidados com a própria saúde. Para Joyce, esse equilíbrio está associado também à prática de atividade física. Ela é atleta da seleção de vôlei da Unifor,  que é a atual campeã brasileira universitária (Jogos Universitários Brasileiros - Jubs 2019).

Novas práticas em saúde mental

Para a professora Edileia, há um aumento da necessidade de inserir novas práticas de políticas de saúde pública e esse processo de inserir o indivíduo em uma realidade assistencial coletiva é “um grande desafio aos sistemas de saúde, principalmente pela falta de profissionais qualificados e instruídos para realizar funções importantes que possam atender melhor a comunidade e de maneira coletiva”.

A Lei Nº 10.216, sancionada em 6 de abril de 2001, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. No artigo 1º a lei prevê que os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental “são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra”.

“O novo modelo de atenção em saúde mental, devido à reforma psiquiátrica, indica uma
mudança aos modelos de atenção e gestão das práticas de saúde, por isso, na Pós-graduação em Saúde Mental, Psicopatologia e Políticas Públicas da Unifor permite ao profissional conhecer novos métodos de intervenção. Nesse sentido é indispensável uma formação que traga um mínimo de recorte do campo da saúde pública e coletiva através de conhecimentos teóricos, práticos, mais consistentes e articulados no campo da Saúde Mental”, ressalta a coordenadora.

A professora destaca ainda que o profissional especializado na Pós-Unifor estará apto a uma ampla possibilidade de atividades. Entre elas estão o  estudo e avaliação do desenvolvimento emocional e dos processos mentais e sociais, grupos e instituições, diagnóstico e avaliação de distúrbios emocionais e mentais e de adaptação social em indivíduos. “Também permite a atuação com a coordenação de equipes e atividades da área e ainda poderá elevar o grau de estudos para a pesquisa dentro dessa área de Saúde Mental”, explica Edileia Feitosa.

Objetivos específicos da Especialização

- Possibilitar conhecimento teórico-prático aos profissionais da área de saúde a atuar em equipamentos de atenção à saúde mental;  
- Proporcionar aos profissionais de saúde compromissos éticos da ciência com as questões emergentes na realidade contemporânea da saúde mental nas políticas públicas; 
- Possibilitar uma reflexão crítica sobre o fenômeno do sofrimento psíquico em seus aspectos disruptivos, permitindo a construção de novos modelos de intervenções contrários às práticas manicomiais;  
- Estimular pesquisas na área de saúde mental e atenção psicossocial;  
- Problematizar e analisar práticas contemporâneas em saúde mental no contexto das políticas públicas, numa perspectiva não hospitalocêntrica, destacando as normatizações do Sistema Único de Saúde.