null Programa de Inovação da Emerge Labs Eurofarma aprova projeto de pesquisadores da Unifor

Qua, 31 Julho 2019 16:17

Programa de Inovação da Emerge Labs Eurofarma aprova projeto de pesquisadores da Unifor

Pesquisa avaliou o potencial de uma proteína vegetal no tratamento da dor orofacial.


Marina Damasceno é formada em Farmácia pela Unifor, concluiu Mestrado em Ciências Médicas e atualmente faz doutorado em Biotecnologia pela Renorbio (Foto: Ares Soares)
Marina Damasceno é formada em Farmácia pela Unifor, concluiu Mestrado em Ciências Médicas e atualmente faz doutorado em Biotecnologia pela Renorbio (Foto: Ares Soares)

"Desenvolvimento de nanosistemas a base de biopolímeros para veiculação de proteínas" é o mais novo projeto científico aprovado no Programa EmergeLabs Eurofarma. O projeto é fruto do desenvolvimento de uma dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (PPGCM) da Unifor, feito pela ex-aluna do Mestrado e agora doutoranda, Marina Damasceno.

O projeto científico visou avaliar o potencial de uma proteína vegetal no tratamento da dor orofacial. "Neste trabalho a eficácia dessa proteína, administrada por via intraperitoneal, foi demonstrada. Como a referida via não é conveniente para a administração de um medicamento, foi elaborada uma proposta de pesquisa e desenvolvimento de um sistema de liberação oral nanoestruturado que protegesse a proteína da degradação  durante a passagem pelo trato digestório", explica a diretora do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex), professora Ana Cristina Moreira.

A proposta está sendo desenvolvida pela aluna citada, do Programa de Doutorado em Biotecnologia da Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO/Unifor), e os professores pesquisadores da Unifor Adriana Rolim, Ângelo Roncalli, Cristina Moreira e Renato Moreira.

“A comunicação da seleção do nosso projeto para participar do Programa Emerges Labs Euroframa foi recebida com muita alegria e satisfação. É muito gratificante, pois ter o projeto selecionado e considerado com alto potencial de transição acadêmica para o mercado, por empresa (Eurofarma, indústria farmacêutica multinacional), diretamente ligada ao escopo do projeto, mostra que estamos no caminho certo”, revela o coordenador da Divisão de Pesquisa, da Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (DPDI), professor Ângelo Roncalli.

A próxima etapa será no dia 6 de agosto de 2019, no Cubo Itaú, em São Paulo, onde haverá a apresentação dos resultados do projeto na forma de Pitch (curta e direta), para uma plateia de empresas, investidores e interessados durante o show case. "Sair dessa etapa com investimento para nossa proposta fecharia com chave de ouro todo o processo e atingiria o objetivo principal dos pesquisadores que trabalham com inovação no desenvolvimento de produtos", completa, professora Ana Cristina.

Pesquisa Científica

Marina de Barros Mamede Vidal Damasceno cursou Ciências Farmacêuticas na Unifor, concluiu Mestrado em Ciências Médicas e atualmente faz doutorado em Biotecnologia pela Renorbio, tendo como ponto focal a Unifor, onde desenvolveu grande parte dos experimentos (no Núcleo de Biologia Experimental/Nubex e nos laboratórios do bloco F). A pesquisa, desenvolvida pela discente sob orientação da professora Adriana Rolim, teve como principal objetivo compreender a atividade analgésica da substância em casos de dor orofacial aguda e crônica.

Todo o estudo foi realizado no Nubex, célula ligada ao Centro de Ciências da Saúde (CCS) que possui cinco subnúcleos (biotério de produção, experimentação, cirurgia experimental, biologia estrutural e biologia molecular) e conta com uma infraestrutura especializada para a elaboração de pesquisas nas áreas de transplante, nutrição, oncologia e clonagem de caprinos; além de incentivar as práticas acadêmicas.

O Mestrado se divide em áreas clínicas e experimentais, o estudo em questão foi pautado na área experimental e a pesquisa consistiu na continuação de um trabalho que estava sendo feito com outros professores. Foram alcançados resultados fantásticos e muito robustos, inclusive uma revista internacional publicou os resultados mostrando a qualidade da pesquisa.

Seleção

O Programa EmergeLabs Eurofarma anunciou os 16 projetos científicos selecionados para a sua primeira edição do programa de aceleração, que visa levar os projetos da bancada acadêmica para o mercado, com o compromisso de desenvolvimento do ecossistema de inovação e saúde. O ponto forte dos projetos escolhidos foi a relevância científica e o conhecimento técnico das equipes, que vão desde o desenvolvimento de um biossensor para diagnóstico de câncer a novos fármacos, novas terapias e processos.

Após avaliação de 70 projetos inscritos, considerando critérios como impacto, criatividade, audácia, atualidade e comunicação, os projetos escolhidos representam diversas universidades brasileiras. As equipes selecionadas são compostas por professores, estudantes e pesquisadores de mestrado, doutorado ou pós-doutorado. Entre os projetos selecionados, destacam-se pesquisas para novos fármacos, terapias e análises clínicas.

“Dos 16 participantes desta edição, 9 projetos são liderados por professores em conjunto com seus alunos, o que demonstra a alta qualificação, experiência e conhecimento técnico relacionado aos projetos de pesquisa. Estamos muito satisfeitos com os projetos selecionados, que têm alto potencial de fazer a transição da academia para o mercado com propriedade”, afirma Martha Penna, vice-presidente de Inovação da Eurofarma. “Buscamos oferecer os melhores mecanismos para ajudar estas equipes a desenvolverem seus projetos e, assim, se tornar realidade a chegada dos mesmos até o mercado”, completa Guilherme Rosso, presidente da Emerge.

Mestrado em Ciências Médicas 

Iniciado em 2014, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Unifor tem por objetivo a formação de futuros docentes e pesquisadores na área das Ciências Médicas, capacitados para o desenvolvimento de pesquisas inovadoras que invistam no conhecimento científico e formação de profissionais adequados para as necessidades de nossa sociedade. As linhas de pesquisa contempladas pelo curso são Estudos Clínicos, Estudos Experimentais e Biologia Molecular Aplicada.

Confira abaixo a lista dos projetos selecionados

  • ZebraAdvances – Plataforma de rastreio toxicológico fenotípico em larga escala com modelo Zebrafish
  • CannRef-Brasil – Produção de material de referência certificado de canabinóides;
  • Limace – Antiviral de baixo custo contra infecção por Zika vírus
  • Smart 4D Vet Bioglue – Desenvolvimento de um scaffold biológico constituído de fatores de crescimento de células tronco
  • Hyla Biotechnology – Biossensor para diagnóstico precoce do câncer;
  • BioLambda – Terapia fotodinâmica antimicrobiana para tratamento de feridas infectadas;
  • Asparaginase – BIOBREYER desenvolve fármaco antileucêmico: asparaginase baseada em design e nanotecnologia
  • ZikaLab – Diagnóstico diferencial de zika, dengue e chikungunya e co-infecções baseados em biomarcadores
  • Sistema Delivery – Sistema delivery de peptídeos baseado em encapsulamento específico baseado em domínios conservados
  • Curativos com novo triterpeno – Curativos com α,β-amirenona, novo produto cicatrizante e antiinflamatório para lesões cutâneas
  • Papaína incorporada em nanomateriais mesoporosos com potencial aplicação cicatrizante – Aumentar a atividade enzimática, e permitir a liberação controlada de uma enzima cicatrizante
  • Desenvolvimento de novos fármacos para a dor na era da genômica
  • Desenvolvimento de materiais poliméricos para uso em saúde (Biomateriais)
  • Desenvolvimento de nanosistemas a base de biopolímeros para veiculação de proteínas
  • Desenvolvimento de novo fármaco para prevenção e tratamento da CAQUEXIA (doença de perda de músculo)
  • Desenvolvimento de um imunolipossoma contendo fármacos para o tratamento do câncer

Os professores Ângelo Roncalli Alves e Ana Cristina de Oliveira Monteiro e Silva

Sobre o NUBEX

Todo o estudo foi realizado no Nubex, Centro de Pesquisa ligado à Divisão de Pequisa, Desenvolvimento e Inovação (DPDI), que possui cinco unidades estratégicas (biotério de produção, experimentação, cirurgia experimental, biologia estrutural e biologia molecular) e conta com uma infraestrutura especializada para a elaboração de pesquisas nas áreas de farmacologia, toxicologia, cirurgia minimamente invasiva, biologia molecular, nutrição, oncologia e clonagem de caprinos; além de incentivar as práticas acadêmicas.