null Estudantes compartilham as expectativas para o retorno às aulas presenciais

Seg, 2 Agosto 2021 10:47

Estudantes compartilham as expectativas para o retorno às aulas presenciais

Retomada traz um mix de sentimentos e sensações para os integrantes da comunidade acadêmica


É hora de matar as saudades: Unifor dá início ao período letivo 2021.2 com aulas em modalidade online e presencial (Foto: Ares Soares)
É hora de matar as saudades: Unifor dá início ao período letivo 2021.2 com aulas em modalidade online e presencial (Foto: Ares Soares)

Acordar, tomar café e ligar o computador. Essa é a rotina - resumida - de muitas pessoas após o início da pandemia. A realidade é que as aulas remotas já se tornaram parte do cotidiano da maioria dos alunos ao redor do Brasil. Há quem ame, pela praticidade e flexibilidade que elas trazem, e há quem sinta falta das possibilidades que o espaço físico das universidades oferece. 

Em junho, o Governo do Estado do Ceará autorizou a volta às aulas presenciais para o Ensino Superior. Dessa forma, universidades e instituições de ensino do estado passaram a traçar planos e a definir medidas para que um retorno seguro possa acontecer o quanto antes. E na Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, não será diferente.  
 
O retorno será gradual, e a Universidade colocará em prática todos os cuidados necessários dentro do Campus. Mas, enquanto isso, os alunos se preparam para encarar um novo desafio: aulas presenciais após mais de um ano vendo seus professores e colegas por meio de uma tela de computador. Um dia antes do semestre começar, o Unifor Notícias Mobile conversou com três alunos sobre as suas expectativas e seus anseios nessa volta às aulas presenciais. Confira: 

Outra dinâmica 

Patricia Hilbert, aluna do curso de Fonoaudiologia da Unifor, iniciou sua segunda graduação durante a pandemia. A estudante, formada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conta que, no início, sentiu um pouco de ansiedade, pois não sabia se iria conseguir se adaptar ao sistema online. Porém, o resultado foi uma adequação bem-sucedida ao novo sistema. 

Patricia Hilbert, estudante do curso de Fonouadiologia (Foto: Acervo pessoal)

Com o anúncio do retorno às aulas presenciais, os alunos podem sentir um mix de sentimentos. Preocupação, receio e felicidade. Afinal, já faz mais de um ano que todos estão tendo atividades online. Para a contadora, poder, finalmente, ter aulas presenciais em sua segunda graduação é motivo de entusiasmo: "fiquei muito animada, pois as aulas [presenciais] têm uma outra dinâmica", afirma.
 
Ao ser questionada sobre o que mais quer conhecer agora que poderá frequentar o Campus da Universidade, Patrícia, que irá começar o seu segundo semestre, diz que gostaria de experienciar melhor os laboratórios e as salas de práticas fonoaudiológicas. 

Expectativa nas alturas 

Em 2020, Luís Filgueiras estava saindo do ensino médio e se preparando para começar a sua jornada acadêmica. Mas, de um jeito totalmente diferente do que imaginou. Afinal, ninguém conceberia a idade de entrar em uma universidade no meio de uma pandemia. O aluno, que, em 2021.2, vai para o segundo semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifor, resume o início de sua experiência universitária em uma palavra: receio. 

Luís Filgueiras, estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo (Foto: Acervo pessoal)

"Receio de não dar certo, de não me adaptar, de não aproveitar. Enfim, eram muitas as dúvidas, e tinha uma nevoeiro à minha frente, porque era o início de uma nova fase da minha vida, de um jeito totalmente diferente do que eu imaginava", conta. Porém, apesar de todas as variáveis, o estudante conseguiu se encontrar, e afirma que a maioria de suas inseguranças desapareceram. 
 
Como forma de superar os desafios impostos pela pandemia, como comunicação interpessoal via internet e o foco nos estudos, Luís criou uma página no Instagram, para compartilhar seus trabalhos e, assim, se incentivar durante esse período de adaptação. Ainda que tenha conseguido se adequar às aulas online, o futuro arquiteto está ansioso para estar em sala de aula novamente. "Minhas expectativas estão nas alturas! Quero muito interagir pessoalmente com meus colegas e meus professores, e também finalmente me sentir um universitário", compartilha. 
 
Assim que puder frequentar o Campus da Unifor, Luís quer conhecer o Laboratório de Inovação e Prototipagem (LIP), assim como a Biblioteca Central, revisitar a exposição de arte e passear pelas áreas verdes da Universidade. Para o aluno, cada pessoa se adapta de um jeito diferente, "mas eu acho indiscutível o quanto a experiência presencial agrega na nossa aprendizagem e no nosso desenvolvimento acadêmico. Presencial estimula muito mais a formação, tanto nas cadeiras práticas quanto as teóricas", finaliza. 

Sentir segurança importa 

Ao se matricular no curso de Medicina da Unifor, a aluna Sarah Sales já sabia que, ao menos no início, tudo iria ser virtual. De começo, ela não se preocupou muito, porém, quando os módulos e os conteúdos começaram a chegar, a ficha caiu e a estudante passou a ficar incomodada, principalmente em relação às várias atividades práticas de sua futura profissão. "Essas coisas práticas a gente tinha que fazer virtual, e em muitos momentos eu sentia que era super ineficaz", relata.  
 
A aluna conta não sentir segurança ao realizar essas atividades em casa, pois não sabia se tinha aprendido as técnicas da maneira correta ou não. "Em vários aspectos, eu me sentia muito insegura do que eu estava aprendendo, do que eu não estava aprendendo, se aquilo estava valendo de alguma coisa ou se não estava valendo de nada", lembra. Para a futura médica, esse foi um dos principais desafios: ter certeza se estava aprendendo algo. 

Sarah Sales, estudante do curso de Medicina (Foto: Acervo pessoal)

No início, não conhecer os seus colegas também foi um obstáculo para Sarah. "Nós somos uma turma de cem, dividida em classes de vinte e cinco [alunos]. Então, a gente tinha algum contato com os vinte e cinco da minha classe. Também tem os pequenos grupos, grupos tutoriais, que são de dez [alunos], e eu tinha mais contato com esses dez. Mas, em geral, setenta e cinco pessoas da minha turma não, eu não sabia quem eram", explica.   
 
Para a discente, essa é uma de suas expectativas para o retorno às aulas presenciais: conhecer pessoalmente e estabelecer relações com os seus futuros companheiros de profissão, para que possa dividir as alegrias e as angústias durante sua jornada acadêmica. Sarah também espera que, com essa volta, o sentimento de insegurança diminua. "Em muitos momentos, a gente [os estudantes] se sentia como uma fraude. (...) Eu acho que, com essa volta das aulas presenciais, esse sentimento muda e a gente sente segurança no que a gente está aprendendo e fazendo", afirma.