sex, 7 maio 2021 09:19
De Filha Para Mãe: O amor fortalecido de Beatriz Almeida por sua mãe, Dona Maria
Campanha para o Dia das Mães da Universidade de Fortaleza conta histórias sobre filhas que passaram a cuidar de suas mães durante a pandemia.
No próximo dia 9 de maio de 2021, comemora-se o Dia das Mães e a Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, celebra esse momento com a campanha “De Filha Para Mãe”.
Ao longo desta semana, a Unifor vem publicando uma série de entrevistas sobre filhas que estão se dedicando ao cuidado com suas mães neste período de pandemia. As histórias compartilham os desafios e tesouros encontrados pelo percurso de zelo construído em tal configuração familiar, além de mostrar o carinho necessário para fortalecer esse laço afetivo no cotidiano dentro de casa.
Na quarta história da sequência, conversamos com Beatriz Almeida, bailarina, professora de jazz e aluna do curso de Design de Moda. Ela conta sobre o processo de cuidados que passou a ter com sua mãe, dona Maria Cleocilda, mostrando como um momento difícil se tornou a oportunidade de aproximação entre ambas. Confira o relato.
Amor em forma de cuidado
Apesar de sempre ter encontrado em Cleocilda, 65 anos, um lugar de acolhimento, suporte e muito amor, Beatriz confessa que ainda existiam algumas barreiras que a impossibilitavam de se abrir com a mãe sobre inúmeras questões. No entanto, o isolamento social acabou trazendo a oportunidade de ambas terem mais tempo juntas em casa, de conversarem e se conhecerem melhor, o que estimulou a aproximação entre mãe e filha.
Aos 24 anos, Beatriz declara que foi difícil ter contraído Covid-19 justo no período do Dia das Mães em 2020, tendo assim que passar esse momento distante de dona Maria. Mas para a bailarina, “a maior dificuldade mesmo surgiu quando começamos a sair do lockdown e eu – que trabalho, estudo e começava a me expor – precisei estar cada vez mais distante dela [mãe]. Sem abraços e sem sequer sentar no sofá juntas a menos de um metro de distância”.
Meses após seu episódio de infecção, Beatriz viu os pais também contraírem a doença. A funcionária pública aposentada foi a mais afetada do casal, chegando a precisar ser internada. “Estive presente por todo o tempo que me permitiam estar [no hospital com Cleocilda], o que me ocasionou uma montanha russa de emoções. Tantas coisas pesadas para lidar emocionalmente enquanto eu precisava, a todo custo, me manter forte, proativa e em alerta para resolver os problemas que apareciam em avalanche”, reflete.
“Hoje, minha mãe aguarda ansiosa pela segunda dose da vacina que se aproxima, e a pressa por esse respiro de alívio e esperança é o sentimento predominante do momento!”, declara Beatriz Batista. Ao seu lado, dona Maria Cleocilda. (Foto: Acervo pessoal)
Mesmo considerando contraditório o fato de mãe e filha terem se aproximado mais em um momento no qual não podiam sequer se abraçar, a estudante de Design de Moda assume que sua relação com dona Maria Cleocilda mudou bastante: “Aprendemos a nos reinventar, a valorizar momentos simples que antes sequer dávamos a devida atenção, a nos conectar de uma forma única e deixar mais explícito do que nunca o amor que sentimos uma pela outra”.
Segundo Beatriz, a correria do dia-a-dia antes da pandemia fazia com que houvesse poucas oportunidades de convívio das duas em casa, mas o compartilhamento de conversas e rotina foram determinantes para o estreitamento desse laço. “Nesse ano em que a vida virou de ponta a cabeça, vivemos momentos difíceis e muito dolorosos, mas também experimentamos e nos certificamos da fortaleza que é nossa relação de mãe e filha!”, conclui, com leveza.