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Sex, 22 Março 2024 12:11

Conheça os vencedores do Prêmio de Literatura Unifor 2023

Cerimônia de premiação contou com anúncio dos vencedores, lançamento dos livros editados com os textos dos ganhadores e homenagem ao professor Batista de Lima, idealizador do prêmio


Vencedores do Prêmio de Literatura Unifor 2023 das categorias “Obra Inédita” e “Trabalhos Inéditos”, respectivamente (Foto: Ares Soares)
Vencedores do Prêmio de Literatura Unifor 2023 das categorias “Obra Inédita” e “Trabalhos Inéditos”, respectivamente (Foto: Ares Soares)

A noite desta quinta-feira, 21 de março, foi marcada pela emoção e celebração à literatura cearense. A Universidade de Fortaleza - instituição da Fundação Edson Queiroz - anunciou os vencedores do Prêmio de Literatura Unifor 2023 em cerimônia realizada no Auditório da Biblioteca. Em sua 10ª edição, a premiação fez parte das comemorações dos 50 anos da Unifor, celebração que chegou à sua culminância na solenidade, realizada na data em que a universidade completou 51 anos.

A cerimônia foi aberta pela vice-reitora de Extensão e Comunidade Universitária da Unifor, professora Adriana Helena. “Esta premiação é muito importante para a Universidade de Fortaleza, um relevante projeto de extensão universitária, pois amplia o espaço de formação humana, aproximando a Unifor, ainda mais, das artes e da cultura, no dia em que celebramos seu aniversário de 51 anos”, ressaltou. 

Na solenidade, a escritora Socorro Accioly, laureada com o Prêmio Jabuti em 2013, que é também professora e coordenadora da Especialização em Escrita e Criação da Unifor, celebrou a coragem dos autores de inscreverem seus trabalhos no concurso e os incentivou a continuar escrevendo. Em sua fala, ela destacou a história de um aluno da primeira turma da especialização. Como a maioria dos escritores iniciantes, ele tinha muito medo de mostrar os seus escritos, mas insistiu, publicou seu livro e conquistou, no ano passado, nos Estados Unidos, o National Book Award, um dos prêmios mais importantes da literatura no mundo.


A professora Socorro Accioly falou sobre a importância do estímulo à literatura e aos novos escritores na cerimônia de premiação (Foto: Ares Soares)

Socorro exaltou ainda a importância do Prêmio de Literatura Unifor e de ele ser promovido por uma universidade, onde acredita que é um dos locais em que a arte deve estar. "Prêmios como esse dão às pessoas que querem escrever, a possibilidade e a esperança de escrever. Então, na hora que um prêmio é aberto e mais de 700 pessoas se inscrevem, foram pessoas que pararam algum tempo da sua vida para pensar na literatura, para pensar na condição humana, para pensar no amor, para pensar em como a gente encara a vida, como a gente encara a morte, como a gente encara tudo o que o nosso espírito precisa atravessar ao longo do tempo. Refletir sobre a vida, é isso que a literatura faz”, sublinhou.

Uma vida dedicada à literatura cearense

Outro ponto alto da cerimônia foi a homenagem realizada ao idealizador do concurso, professor Batista de Lima, imortal da Academia Cearense de Letras, um eminente professor, crítico literário e escritor, que tem dedicado sua vida ao estudo e à promoção da literatura. A homenagem foi anunciada pela presidente da comissão julgadora do Prêmio de Literatura Unifor 2023, Doutora em Literatura Comparada, professora Aíla Sampaio, que fez questão de enfatizar a contribuição do professor Batista de Lima para a cena literária cearense. 

“Diz Santo Agostinho que ‘A gratidão é a memória do coração’. Essa frase traduz muito esse momento, em que a Universidade de Fortaleza, por meio da Vice-Reitoria de Extensão, presta homenagem ao professor Batista de Lima, justa e merecidamente. Conheço poucas pessoas que acreditem tanto no poder da literatura e que estimulem tanto a escrita literária”, disse Aíla, agradecendo ao professor Batista de Lima por tantos caminhos abertos a escritores iniciantes, pela mão sempre estendida àqueles que o procuram para um prefácio, uma apresentação, uma palavra; e por ter insistido na existência do prêmio de literatura.

Em sua fala de agradecimento, o professor Batista de Lima não escondeu a emoção. “Para mim é uma alegria muito grande, uma emoção muito forte. Eu diria, como naquele livro, que a Aíla organizou e prefaciou, ‘eu não sei com que roupa vou vestir o meu dizer, porque palavras são panos poucos para cobrir tantos abismos’, nesse caso, tantas emoções”. O homenageado da noite também destacou que ele vê a Unifor como um importante centro de cultura.


“Eu tô aqui pra agradecer essa lembrança e dizer que nós precisamos da leitura, precisamos ler. O Prêmio de Literatura Unifor é um incentivo à leitura. Que esse prêmio não morra nunca!” - Batista de Lima, idealizador do Prêmio de Literatura Unifor

Premiados

Após as falas e homenagens, foram divulgados os nomes dos autores da melhor obra inédita e dos melhores trabalhos inéditos participantes do concurso que, nesta edição, escolheu como gênero literário o conto.  Além da professora Aíla, a comissão julgadora foi composta por outros dois docentes de Literatura em Língua Portuguesa, a professora Sarah Ipiranga e o professor Sávio Alencar. Na ocasião, foram lançados os livros “Entreguem a José” (obra literária vencedora da premiação), de autoria de Rejane Paschoal, e a Coletânea de Contos, reunião dos 30 melhores textos da categoria “Trabalhos Inéditos”.

Além de ser contemplada com a publicação da obra, com tiragem de 300 exemplares, Rejane foi premiada com passagens aéreas para visitar a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, em São Paulo (SP). A artista plástica e escritora de 74 anos, natural do Recife (PE), já foi premiada no seu estado outras duas vezes, mas celebrou muito a conquista do Prêmio de Literatura Unifor, especialmente pela publicação do livro. “Prêmio de publicação é a melhor coisa para um escritor, porque publicar é difícil. É uma oportunidade para você seguir nesse caminho, um estímulo para a nossa carreira. É muito difícil! Por isso, quando você tem um prêmio que é publicação, é tudo de bom, é a melhor coisa”, enfatizou.


“Eu estou muito alegre! Quero agradecer a leitura do meu livro por pessoas tão competentes, tão preparadas e sensíveis, porque é preciso ter um olhar sensível em determinados momentos. Me sinto muito honrada em ter um prêmio do estado do Ceará, porque sou nordestina. Estou muito contente com isso e quero dar parabéns também à Universidade pelo aniversário de hoje e a todos os colegas que competiram e criaram seus trabalhos. Todos nós estamos de parabéns” - Rejane Paschoal, vencedora da categoria “Obra Inédita”

Vencedor da categoria “Trabalho Inédito”, o jornalista paulistano Mauro Donato também fez questão de agradecer à Unifor e à organização do concurso, pois, segundo ele, toda atitude e iniciativa que estimule e fortaleça a literatura precisa ser enaltecida. “Seja em tempos sombrios ou em tempos iluminados, pois a literatura não é finita, não se esgota em si mesma. Há mais de um século, decretam a morte da literatura, é em vão. A literatura não morre, os livros não morrem”. Além de ter seu conto, “Como germinar pedras e jabutis”, publicado na Coletânea de Contos, o autor ganhou uma viagem (passagens aéreas) ao Rio de Janeiro para visitar a Biblioteca Nacional.

Apesar de escrever há alguns anos e já ter publicado um livro biográfico e um romance, essa foi a primeira vez que Mauro participou de um prêmio literário. Ele relata que havia escrito alguns contos, mas nunca os publicou por não terem uma unidade para estar todos em um livro, resolvendo então inscrever um deles no Prêmio de Literatura Unifor, que, segundo Mauro, é um concurso já bastante conceituado e conhecido. “Eu vi o prêmio em várias revistas de literatura e também sendo comentado em diversos perfis de autores e autoras nas redes sociais”, destacou.

Coletânea de trabalhos inéditos

Os 30 melhores textos da categoria “Trabalhos inéditos” foram publicados em forma de coletânea, com 15 cópias para cada autor, lançada na cerimônia de premiação. Conheça os autores e nomes dos contos selecionados.

  • 1º lugar: Mauro Donato, com “Como germinar pedras e jabutis”
  • 2º lugar: Carlos Fonseca, com “No Escuro”
  • 3º lugar: Luiz Fernando Lunardello, com “1932”
  • 4º lugar: Ana Paula Gurski Ferraz, com “A rua, o tempo, a memória” 
  • 5º lugar: Juvenal Arruda, com “Restos de Tudo”
  • 6º lugar: Lena Luiz, com “Fulano”
  • 7º lugar: Celso do Lago Paiva, com “Diálogo com a Ceifadora” 
  • 8º lugar: Jonattan Rodriguez Castelli, com “Peixe Voador”
  • 9º lugar: Maribel Cajete Vazquez, com “Zona abissal”
  • 10º lugar: Alex Alexandre da Rosa, com “Monte Pascoal”
  • 11º lugar: Damásio Marques, com “Gangrena”
  • 12º lugar: Fabio Shiva, com “O mundo onde a vida deu errado”
  • 13º lugar: Sandra Beatriz Koelling, com “Das Utopias”
  • 14º lugar: Marina Hadlich Uliano de Souza, com “A dor do filho é a dor da mãe”
  • 15º lugar: Gentil Claudino de Galiza Neto, com “Por um caminho torto” 
  • 16º lugar: Maria Ivone Araújo Dias Cristino, com “D de Desalento”
  • 17º lugar: Luiz Eduardo de Carvalho, com “Quartinho”
  • 18º lugar: Juliana Cachoeira Galvane, com “A música e a miséria”
  • 19º lugar: Raimundo Nonato Nogueira de Oliveira, com “O poeta e a louca da vitrine”
  • 20º lugar: Luiza Lobo, com “Minha avó esmeralda”
  • 21º lugar: Tiago Pereira de Almeida, com “Eu Sou Uma Mulher” 
  • 22º lugar: Marcos José Custódio Neto da Silva, “Palava Redentora”
  • 23º lugar: Oriana Trindade de Almeida, com “Dezoito, dezenove, vinte”
  • 24º lugar: Maria Heliana Querino da Silva, com “Não sei, só sei que foi assim” 
  • 25º lugar: Natália Xavier Coelho, com “Pé de tomate”
  • 26º lugar: Márcio Alessandro de Oliveira, com “O Pequeno Burguês e a Pedreira” 
  • 27º lugar: David Gonçalves Nordon, com “Mercador de Gente” 
  • 28º lugar: Gilda Maria de Oliveira Freitas, com “A Benzedeira de Buritizinho”
  • 29º lugar: Carolina Santos, com “Te quero diante dessa cidade crucificada” 
  • 30º lugar: Rhaina Ellery, com “A mancha”

Sobre o Prêmio de Literatura Unifor

Criado em 2006, o Prêmio de Literatura da Unifor, realizado pela Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária da Unifor, por meio de sua Divisão de Arte e Cultura, objetiva incentivar a criação literária como forma de promoção do hábito da leitura, além de divulgar novos escritores por meio da publicação de suas obras. Trata-se de um concurso bienal que, em cada edição, alterna entre conto, poesia e crônica. Essa premiação é fundamental para a Unifor, visto que amplia o espaço de formação humana, aproximando, cada vez mais, a instituição das artes e da cultura em geral.


“O Prêmio de Literatura existe desde 2006 com a missão de incentivar e promover a literatura no nosso Estado, mas vejo, com muita satisfação, que estamos indo além, pois recebemos uma quantidade expressiva de inscrições de pessoas de outros estados e até de outros países. Isso reforça a dimensão que o Prêmio de Literatura Unifor tem alcançado nas últimas edições” - Adriana Helena, vice-reitora de Extensão e Comunidade Universitária da Unifor

Nesta edição, o gênero literário escolhido foi o conto, um dos estilos narrativos mais comuns na tradição literária brasileira, caracterizado por uma narrativa curta que, geralmente, apresenta apenas um conflito. De certa forma, a escolha pelo conto também contribuiu para o Prêmio de Literatura Unifor atingir número recorde de inscritos: 891, sendo 98 obras inéditas e 793 trabalhos inéditos.

Quer ver tudo que rolou na premiação? O evento teve transmissão ao vivo no YouTube da TV Unifor e no canal @uniforcomunica, acesse e confira! 

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