null Que tal viver uma experiência acadêmica internacional? Conheça as iniciativas da Unifor

Ter, 8 Março 2022 10:21

Que tal viver uma experiência acadêmica internacional? Conheça as iniciativas da Unifor

Entenda como a Universidade de Fortaleza incentiva a formação de profissionais globais por meio da internacionalização dos conhecimentos


Universidade de Fortaleza possui convênio mais de 100 instituições de ensino internacionais ao redor do mundo (Imagem: Getty Images)
Universidade de Fortaleza possui convênio mais de 100 instituições de ensino internacionais ao redor do mundo (Imagem: Getty Images)

O globalizado século XXI não cansa de repetir o mantra, em todas as línguas: é preciso formar cidadãos do mundo. Um desafio que caiu bem no colo da educação, dada a sua relevância para a compreensão e resolução de questões globais em suas dimensões sociais, políticas, culturais, econômicas e ambientais. Para estudantes cada vez mais interconectados, já não basta beber na fonte dos conhecimentos cognitivos e das habilidades técnicas ou tecnológicas necessárias às suas respectivas áreas de atuação profissional. A finalidade contemporânea vai além, exigindo competências socioemocionais e capacidades comportamentais alinhadas à construção interdependente e colaborativa de sociedades mais inclusivas, tolerantes, justas e pacíficas.

Na Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, a cooperação internacional para o fortalecimento desse repertório múltiplo associado a valores universais passa pelo Programa de Intercâmbio coordenado pela Assessoria para Assuntos Internacionais da Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária. É por meio dele que estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação da Unifor podem vislumbrar a possibilidade concreta de uma temporada de estudos em nada menos do que 122 instituições de ensino superior espalhadas entre 26 países

Com inscrições abertas, o chamado para carimbar o passaporte é especialmente para aqueles que tiverem cursado no mínimo 30% e no máximo 70% da graduação, tendo ainda que dominar o idioma oficial do país de destino, além de comprovar média global igual ou superior a 7,0, entre outros pré-requisitos. Com duração de um a dois semestres, o intercâmbio já não figura como mera viagem ou expansão dos horizontes e sim como aliado na construção do que se convencionou chamar de educação para a cidadania. 

“Essa política de cooperação internacional em um ambiente cosmopolita viabiliza não só a troca de conhecimentos como a interação com pessoas de diferentes culturas, o que amplia a percepção de mundo e fomenta em nossos docentes a capacidade de encontrar soluções globais para desafios globais, na perspectiva da transformação social e bem-estar comum. Tudo isso enriquece e valoriza a Ciência, além de fortalecer em cadeia toda uma comunidade acadêmica”, Lina Sena, coordenadora da Assessoria para Assuntos Internacionais da Unifor. 

Outras nacionalidades, outros olhares sobre a realidade. Conteúdos diversos em interface com as diferenças culturais. Segundo Lina, o estabelecimento de vínculos internacionais é uma via de mão dupla, já que a Unifor também recebe estudantes estrangeiros no campus. “O Buddy Program, criado pela Assessoria de Assuntos Internacionais, tem como principal objetivo capacitar o aluno Unifor para auxiliar os estudantes estrangeiros nas fases de transição e adaptação à rotina acadêmica durante todo o período de intercâmbio. Portanto, tanto lá como cá, é também uma chance para fazer novas amizades, ampliar o network, praticar uma língua estrangeira e desenvolver habilidades sociais, como a empatia e a comunicação, fortalecendo as competências para a vida tão necessárias aos profissionais do século 21”, sublinha.

Ir para voltar

Dica de intercambista: procurar reunir todas as disciplinas que irá cursar nos primeiros dias da semana e livrar o restante da semana para viagens pelo mundo, aproveitando o fato de estar na Europa e os voos serem bem mais acessíveis do que no Brasil. Estudante do curso de graduação em Direito da Unifor, Luíze Holanda, 24, já fez o vestibular pensando em intercâmbio. “Adoro estudar línguas e culturas diferentes e sempre achei que sala de aula não seria suficiente para mim quando ingressasse no ensino superior. Então assim que pisei na Unifor já fui em busca de informações sobre a possibilidade de estudar fora por um tempo. Escolhi a Universidade Internacional de Catalunha, em Barcelona, e foi incrível em todos os sentidos”, recorda.

Difícil até calcular quantos países conheceu ora “mochilando” com amigos da universidade, ora sozinha. Por baixo, 15, só na Europa Ocidental. Não esquece que estava em Londres no dia do casamento real que uniu o príncipe Harry a Meghan Markle, maravilhada com o clima de núpcias na cidade onde em cada esquina se viam lembrancinhas dos noivos à venda. No trem-bala espanhol chegou a Granada, onde pode esquiar pela primeira vez. E comprar uma passagem para mergulhar na ilha de Malta sem ter a menor noção de onde ficava e só porque os preços estavam convidativos foi o mais profundo aprendizado sobre a coragem de apostar no desconhecido e no acaso que poderia ter. Marrocos, na África, considera um divisor de águas, pelo “choque cultural”.

“Aprendi nas viagens que quanto mais você conhece uma cultura diferente da sua, mais mergulha na própria identidade cultural, porque fica fazendo associações diversas. O continente africano é marcado por tradições muito antigas e a religião é levada muito à sério, definindo o estilo de vida das pessoas. Mas na hospitalidade são iguais a nós, brasileiros, usam de qualquer artifício para se comunicar. Aprender com as diferenças foi o ponto alto do intercâmbio pra mim, assim como esse processo de me tornar cada vez mais independente, criar asas mesmo. Isso é conhecimento que não se aprende em sala de aula”, Luíze Holanda, estudante do curso de Direito da Unifor. 

Quanto ao ganho acadêmico em si, Luíze percebeu que as diferentes legislações entre Brasil e Espanha inviabilizaram o ingresso em qualquer disciplina voltada ao assunto. Foi quando resolveu cursar as optativas que não constavam na matriz curricular da Unifor ou lhe seriam úteis para pensar em projetos de pesquisa futuros. Assim é que aprofundou conhecimentos em Direito Internacional, Direito Romano e Direito Comunitário, cumprindo por antecipação a carga horária correspondente a que teria quando regressasse às aulas na Unifor. Voltou depois de um ano de intercâmbio ouvindo que as portas da universidade espanhola estariam abertas quando quisesse voltar para uma pós ou especialização.

“Quero primeiro me estabelecer financeiramente no Brasil, mas tenho planos sim de cursar um mestrado fora do país. O intercâmbio confirmou isso ao mesmo tempo em que me fez valorizar muito as minhas raízes e a qualidade do ensino que temos no curso de Direito da Unifor. Aqui tem ensino, pesquisa e extensão de excelência quando comparado às universidades europeias, ou seja, não deixa nada a dever. Então quero aprender ainda mais durante a graduação e aplicar o que aprendi lá fora aqui. Sempre quero viajar para estudar, mas volto para contribuir com o nosso crescimento”, promete Luíze. 

Bye, bye Brasil

Gratíssima surpresa. Logo que ingressou no curso de graduação em Comércio Exterior da Unifor, a estudante Beatriz Pontes, 23, descobriu o programa de Dupla Titulação. E a partir daí todo o seu currículo foi direcionado para que, já a partir do 3º semestre, estivesse apta a passar um ano estudando em uma universidade no exterior para retornar ao Brasil com um diploma internacional engatilhado, além do seu próprio. “Comecei a me preparar cursando diversas disciplinas em inglês na Unifor, que é um dos pré-requisitos exigidos na seleção para intercâmbio. Até a carta de motivação para a universidade pretendida foi em inglês, assim como a entrevista final com a banca examinadora. Fui passando em cada fase e finalmente consegui ser aprovada para estudar um ano em Deggendorf, na Alemanha”, conta, ainda em tom de comemoração.

Em sala de aula estrangeira, a então estudante de COMEX privilegiou as disciplinas ligadas à liderança, gestão e administração internacional que não constavam na matriz curricular da Unifor. E ao retornar, tão logo colocou a mão no diploma, decidiu emendar uma segunda graduação, dessa vez em Administração.

“Me formei no semestre passado e já fiz nova matrícula porque voltei da viagem apaixonada pela ideia de liderança. Lá as disciplinas todas eram muito práticas e uma delas me marcou bastante e tem tudo a ver com a minha decisão posterior: jogaram a gente no meio de uma floresta e só nos deram um mapa para que chegássemos ao acampamento. Essa experiência ensinou sobre trabalho em equipe, empatia, respeito às diferenças e limitações do outro e, claro, poder de liderança. Saí transformada”, Beatriz Pontes, egressa do curso de Comércio Exterior da Unifor. 

Conhecer pessoas das mais diversas procedências e culturas, estabelecendo com elas um convívio harmonioso, também ensinou sobre a própria capacidade de realizar projetos e fazer o que gosta longe da própria zona de conforto. “Criei laços afetivos bem fortes, que mantenho até hoje, e aprendi muito sobre empatia na prática, trabalhando em eventos e até em um restaurante brasileiro na Alemanha. Gostei especialmente da sensação de liberdade para fazer escolhas e criar autonomia, já que ali tinha que me virar sozinha e muito menos recursos do que estava habituada. Isso mudou a minha forma de pensar e perceber o mundo. E não quero parar de conhecê-lo. Morar ou trabalhar em outro país agora é prioridade”, diz a estudante de Administração que já vem se planejando para um MBA no exterior em breve. 

Viagem cinematográfica

Estudar fora do Brasil sempre foi um sonho de adolescência. Por isso, logo no início da graduação em Cinema na Unifor, a estudante Greta Moreira, 22, tratou de buscar atalhos para correr mundo, fiel à intuição de que a vida seria mais e além do que a vista alcançava. E foi justo no meio da pandemia da Covid-19 que ela se deixou levar pelo ímpeto de vencer as fases de seleção e não deixar escapar a chance de um intercâmbio na sua área de conhecimento. Aterrissou em Porto, Portugal, quando por lá a vacinação já estava avançando e tudo aos poucos parecia voltar à normalidade. 

Na Escola Superior de Mídia, Arte e Design do Instituto Politécnico do Porto a suposta facilidade de poder falar a mesma língua-mãe caiu por terra. 

“Apesar de estar em Portugal estudava com pessoas de diferentes nacionalidades, então a língua franca adotada em sala de aula era o inglês, o que me agradou por um lado, porque queria mesmo praticar o idioma, mas foi desafiador por outro. Passei por uma prova de fogo quando tive que produzir um set de filmagem inteiro em outra língua, colocando todos os meus conhecimentos técnicos e capacidade de criação na berlinda. Mas no final foi extremamente enriquecedor e não teria como viver isso no Brasil”, Greta Moreira, estudante do curso de Cinema da Unifor. 

Outras disciplinas pagaram a viagem, como Direção de Atores e Análise Fílmica. “Adoro aulas teóricas de cinema e lá especialmente estas eram muito especiais, porque filosóficas. Então, nos quatro meses em que pude estar ali, não assisti a nenhuma aula só por assistir. Ao contrário, demonstrei curiosidade e interesse, tratei de fazer amizades e contatos com professoras, já visando a expansão acadêmica, que é o que realmente quero. É uma dica, aliás, que dou para quem vislumbra as pós-graduações: escolher cadeiras de semestres diferentes para ter contato com diferentes pessoas e expandir a rede de amizades, além de olhar minuciosamente para a matriz curricular, priorizando o que não verá quando retornar a sua universidade de origem”, elenca a estudante que também andou muito pelas ruas para fazer amizades com artistas – porque é importante “fazer comunidade” – e hoje conta as horas para se formar e voltar a morar em Porto, de preferência cursando um mestrado.

Viajar é preciso

Para o estudante do curso de graduação em Direito da Unifor, Saulo Moreira, 23, o ponto alto da viagem de intercâmbio para Paris não foi propriamente o que viu e ouviu em sala de aula, ora em francês, ora em inglês.

"Minha prioridade era mesmo entrar em contato com outras culturas e as realidades de outros países da Europa. No Direito, a gente lida com histórias de vida diferentes e ter noção do que é diversidade cultural, viajando pelo mundo, me ajuda a entender que o ser humano tem maneiras diferentes de ser e pensar, que só olhar para o que é igual ou semelhante não vai me ajudar a fazer uma interpretação crítica das sociedades. E isso é essencial na minha profissão”, Saulo Moreira, estudante do curso de Direito da Unifor. 

Antes de iniciar a graduação, Saulo havia passado um mês estudando em Vancouver, no Canadá, o que facilitou sua adaptação quando da chegada para uma temporada maior em Paris. “Assim como na Unifor é criado todo um suporte para apoiar os estudantes estrangeiros que chegam para estudar no campus, na universidade onde estudei também. Criam logo um grupo com os intercambistas e ali você já começa a conhecer hábitos e costumes de povos do mundo todo. E fazer muitas amizades também. Tantas que ao viajar para outros países, mochilando, já nem pagava hostel, porque os intercambistas se hospedavam entre si. Tudo isso faz com que essas viagens não sejam só turísticas, mas de ampliação dos horizontes e da rede de apoio para quem pretende, como eu, voltar a estudar e trabalhar fora do país”, conclui.    

Serviço

Programa de Intercâmbio da Unifor
Inscrições para 2022: até dia 31 de março
Local: Assessoria para Assuntos Internacionais (1° andar do prédio da Reitoria)
Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, de 8 às 12h e de 13h30h às 17h30
Mais informações: : (85) 3477-3127/ international@unifor.br