null Uma solenidade, mil sentimentos: entenda a simbologia da Cerimônia do Jaleco

Seg, 1 Novembro 2021 16:09

Uma solenidade, mil sentimentos: entenda a simbologia da Cerimônia do Jaleco

Estudantes do curso de Fonoaudiologia falam sobre a importância desse marco para a trajetória acadêmica


A Cerimônia do Jaleco representa um rito de passagem para os estudantes da área da Saúde (Foto: Getty Images)
A Cerimônia do Jaleco representa um rito de passagem para os estudantes da área da Saúde (Foto: Getty Images)

A área da saúde é muito ampla, e abrange diversas profissões. O Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, tem, ao total, 11 cursos, que variam entre tecnólogo e bacharelado. Uma característica que todas essas formações têm em comum, ainda que aconteça em períodos diferenciados, é a célebre Cerimônia do Jaleco. 

O jaleco é uma vestimenta típica dos profissionais da saúde. Ele é, a princípio, apenas um Equipamento de Proteção Individual (EPI), que visa proteger tanto quem o utiliza quanto os demais ao seu redor. Em sua grande maioria, os jalecos seguem a padronagem da cor branca, que representa limpeza, cuidado e tranquilidade. Porém, para os que o utilizam, o traje vai muito além disso, e carrega um significado e uma simbologia enorme.

No curso de Fonoaudiologia da Unifor, a Cerimônia do Jaleco representa um rito de passagem para os estudantes do quarto semestre. A solenidade marca o momento no qual os estudantes iniciam as práticas fonoaudiológicas na Clínica Escola do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), e passam, assim, a vivenciar o cotidiano da profissão e a ter contato direto com os pacientes. 

Em tempos pré-pandêmicos, os alunos recebiam, de forma simbólica, o jaleco da mão de seu padrinho ou madrinha, e faziam o juramento de honra, votos que firmam a responsabilidade para com seus futuros pacientes e sua futura profissão. A solenidade geralmente acontecia em auditórios, e era marcada pela presença de amigos e familiares dos estudantes, o que a tornava ainda mais emocionante e importante para o corpo discente e docente.

Devido à pandemia da Covid-19, o ato solene não pôde ser realizado em 2020, e muitos alunos do curso de Fonoaudiologia iniciaram os atendimentos clínicos sem passar por esse momento célebre. Porém, para que isso não se repetisse em 2021, a coordenação do curso realizou, no último dia 29 de setembro, a celebração de forma remota. 

A Cerimônia contou com uma palestra de tema "A importância ética nas práticas das vivências fonoaudiológicas", ministrada por Silvia Tavares, presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia. Nesta edição, puderam participar também os alunos de semestres anteriores que não puderam vivenciar o tão esperado rito de passagem antes de iniciarem as práticas clínicas. Assim, estiveram presentes estudantes do quarto, quinto e sexto período do curso de Fonoaudiologia. 

Para contarem um pouco mais sobre esse momento tão importante em suas jornadas universitárias, entrevistamos três alunos que participaram da última edição da solenidade. Os estudantes relembraram suas histórias com a profissão, e discorreram sobre a segunda metade do curso e suas metas para o futuro. Confira a seguir. 

Marco inicial 

A primeira graduação de Leide Laura Sousa foi dentro da área da Comunicação. A Analista de Marketing conta que, ao decidir mudar a sua carreira para a área da saúde, ela queria cursar algo que a desse prazer. "A fonoaudiologia me veio à mente, porque eu fiz terapia fonoaudiológica quando era criança, quando eu tinha por volta de cinco anos, e eu lembro da minha fono, lembro do consultório, do carinho e da paciência dela comigo. Então, quando eu fui escolher, eu tive essas lembranças que implicaram na minha decisão", recorda.

Hoje, Leide está no quarto semestre do curso de Fonoaudiologia da Unifor e, assim como seus colegas de turma, a discente também ansiava muito pela Cerimônia do Jaleco. 

"A cerimônia é o marco inicial para as nossas práticas clínicas. Ela representa muito o que a gente gosta de fazer, que é estar no NAMI, estar atendendo, estar em contato com o paciente, estar realmente praticando, que é o que a gente quer, o que a gente ansiava", Leide Laura Sousa, estudante do 4º semestre do curso de Fonoaudiologia. 

Ainda que a pandemia tenha impossibilitado a realização da solenidade de forma presencial, e impedido os alunos de vivenciarem esse momentos especial junto aos seus colegas, amigos e familiares, a futura fonoaudióloga reconhece que a coordenação do curso conseguiu proporcionar um momento muito bonito para os estudantes. "Eu tenho certeza que a cerimônia, mesmo online, ficou gravada no coração de cada um, porque a gente viu o esforço de todo mundo para fazer com que isso não passasse em branco", reforça. 

Agora que chegou na metade do curso e iniciou as práticas clínicas, a aluna diz que estar em contato direto com os pacientes, estar perto deles e ver o seu progresso era tudo o que ela mais queria. "Quando a gente vê as evoluções, é uma alegria para o nosso coração. Então, assim, eu sou muito grata à fonoaudiologia por me proporcionar esses momentos tão valiosos", declara. 

Ao ser questionada sobre os seus planos e metas para após a graduação, Leide Laura, que fala sobre a sua futura profissão com muita felicidade, diz ter um carinho muito grande pelas áreas de Linguagem e de Voz, e afirma que seu futuro objetivo profissional provavelmente está em um desses dois campos de atuação. 

Passo para o futuro 

Em 2014, Carlos Lopes participou de um curso técnico de Segurança do Trabalho, onde teve contato com médicos e profissionais da área. Foi a partir dessa formação que ele escolheu seguir a carreira de fonoaudiólogo. Atualmente, Carlos está no quinto semestre da graduação da Unifor e, assim como Leide, também participou da última Cerimônia do Jaleco. 

"A cerimônia do jaleco representou, para mim, um grande passo para minha futura jornada na minha formação", Carlos Lopes, estudante do 5º semestre de Fonoaudiologia. 

O aluno conta que compreendeu o fato da solenidade não ter acontecido no semestre anterior, quando iniciou o seu quarto período do curso, devido à piora da pandemia. Porém, ele afirma que se sentiu feliz ao participar da cerimônia esse semestre. Para Carlos, o importante foi o momento não ter passado em branco. 

O discente expõe que essa nova fase do curso, a dos atendimentos fonoaudiológicos na Clínica Escola do NAMI, está sendo maravilhosa. "De forma presencial consigo aprimorar mais ainda meus conhecimentos teóricos, assim como a prática, pois toda teoria se fundamenta na prática. Minhas expectativas foram superadas, pois não estava vendo a hora de começar a estagiar", afirma o futuro fonoaudiólogo.

Em relação ao restante do semestre, Carlos deseja finalizá-lo da melhor forma possível, para que, no próximo ano, possa iniciar mais um período com novas expectativas e conhecimentos. Após a graduação, o aluno pretende atuar na área de Audiologia Clínica e Ocupacional, mas afirma estar aberto para conhecer novos campos ainda durante a graduação. 

Um dia vai chegar a minha vez 

Rami Raquel Oliveira sempre quis cursar algo que fosse dentro da área da saúde. Hoje, aluna do sexto semestre do curso de Fonoaudiologia da Unifor, a discente conta como foi o seu primeiro contato com a profissão: "minha filha precisou ser acompanhada por um fonoaudiólogo, e eu não conhecia a profissão, pensava até que fosse só mais uma das várias especialidades da Medicina. Quando descobri que a Fonoaudiologia era uma profissão independente, comecei a pesquisar sobre e acabei me interessando". 

Assim, quando teve a oportunidade de concorrer a uma vaga no curso, Rami não perdeu tempo. Ela relata que entrou na Universidade conhecendo somente uma área da profissão, porém, quando viu as diversas possibilidades de atuação, se apaixonou ainda mais. Hoje, a aluna diz que não se vê mais cursando outra área. A Fonoaudiologia ocupou todo o seu coração.

Por já ter passado do quarto período, a discente já iniciou as práticas clínicas no NAMI. Normalmente, a esse passo, ela já teria tido a sua Cerimônia do Jaleco, mas, como dito anteriormente, isso não foi possível. "Me lembro como se fosse ontem a euforia da turma quando a coordenadora do curso mandou o convite, mas, infelizmente, não chegou a acontecer, pois a pandemia começou e tiveram que cancelar os eventos", compartilha.

"[A Cerimônia do Jaleco] nos faz lembrar o quanto a gente já caminhou e conquistou. Sonhava com esse momento desde a cerimônia do meu irmão, na qual eu estive presente, e pensava ‘um dia vai chegar a minha vez’ e chegou!",  Rami Raquel Oliveira, estudante do 6º semestre do curso de Fonoaudiologia da Unifor. 

De acordo com a futura fonoaudióloga, a cerimônia é um grande marco em sua caminhada acadêmica. Então, participar da última edição da solenidade, ainda que de forma remota, foi muito gratificante e emocionante. 

Para Rami, a fase dos atendimentos fonoaudiológicos proporciona ricas experiências. É nesse momento que os alunos podem colocar em prática o conhecimento adquirido desde os primeiros semestres. "Poder ter meus próprios pacientes, traçar objetivos e metas a serem trabalhadas com eles, não tem preço", afirma a estudante, cujas intenções e expectativas sempre foram voltadas para ajudar as pessoas, assim como os profissionais fizeram com a sua filha. 

Para essa última etapa do curso, a discente expõe que pretende expandir e aprimorar cada vez mais os conhecimentos adquiridos e espera poder exercer o seu papel de estudante com maestria e ética. Após a graduação, a futura fonoaudióloga ainda está bem dividida em relação a área que deseja seguir: "gosto da área da Linguagem, pois foi através dela que conheci a Fonoaudiologia. Gosto da Fonoaudiologia Educacional também, mas, atualmente, minha preferida está sendo Audiologia, e penso seriamente em seguir essa área", finaliza.

Fonoaudiologia na Unifor

O curso de Fonoaudiologia da Universidade de Fortaleza é avaliado com conceito 4 pelo MEC. Nele, o aluno estuda a partir de um currículo integrado baseado em competências, o que garante uma experiência teórico-prática focada em formar profissionais responsáveis e capazes de atuar em diversas áreas, como Comunicação e Deglutição Humana, Pesquisa, Promoção e Prevenção, Avaliação, Diagnóstico e demais áreas e funções dentro e fora de hospitais. Inscrições abertas AQUI!