Qui, 15 Fevereiro 2024 10:20

Topa ser nosso atleta?

Alunos e egressos contam como projetos e ações da Universidade de Fortaleza mudaram suas vidas e redirecionaram caminhos por meio do esporte

Um lugar construído para unir conhecimento e aprendizagem ao esporte desemboca em suadas – e jubilosas – conquistas. A Universidade de Fortaleza, vinculada à Fundação Edson Queiroz, desenvolve uma série de projetos e ações que incentivam a prática esportiva como uma das bases para a vida pessoal e profissional de alunos e egressos.

Com essa visão e uma estrutura de ponta, que inclui oferecer um dos maiores parques desportivos universitários da América Latina, a instituição é também celeiro de histórias de transformação e superação.

Hoje, são cerca de 190 atletas em atividade na Universidade. Contudo, já passaram mais de 5.000 pelas quadras, campos, tatame, piscina e pista do campus, considerando que a primeira portaria que regulamenta o Programa de Apoio e Incentivo ao Esporte da Unifor é do ano 2000.

“Investir no esporte não é apenas uma questão de promover atividades físicas, mas também de investir no desenvolvimento integral do ser humano e na construção de uma sociedade mais saudável, coesa e produtiva”, salienta a Vice-Reitora de Extensão e Comunidade Universitária, Adriana Helena S. Moreira.

Ela lembra que, no ambiente acadêmico, especialmente na Unifor, o esporte serve como uma ferramenta valiosa para complementar a educação formal, ensinando lições que vão além das salas de aula e preparando os estudantes não apenas para enfrentar desafios acadêmicos, mas também para a vida.

E a seleção de novos atletas está com inscrições abertas até 29 de fevereiro na Divisão de Atividades Desportivas (DAD) para alunos de graduação e pós-graduação regularmente matriculados. São inúmeras modalidades esportivas disponíveis, incluindo atletismo, lutas, futsal, voleibol e basquete.

> Seletiva para novos atletas da Unifor vai até dia 29 de fevereiro

O incentivo ao esporte é marca registrada da Unifor e vem dando bons frutos. Segundo o chefe da DAD, professor Ralciney Barbosa, por meio do Programa de Apoio e Incentivo ao Esporte, há:

• bolsas de estudo (20% a 40%);
• alojamentos;
• planos de saúde;
• acompanhamento médico, odontológico e psicológico. 

Isso fez com que a Unifor se colocasse, nos últimos 10 anos, entre as quatro melhores instituições de ensino superior do Brasil no Ranking da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) dentre mais de 200 instituições participantes. É um dado que mostra a importância do esporte na Universidade, mas também o potencial de transformar vidas e realizar sonhos.

O sonho de correr mais que os grandes

Henrique Barreto sempre quis provar que poderia correr mais que os grandes, por isso começou a correr ainda na infância, em Jaguaretama, município do interior do Ceará. Primeiro ele correu por brincadeira, depois correu para se destacar. E seguiu correndo para melhorar a performance.

Correu também dos olhares tortos na cidade, de quem o achava maluco por querer correr mais do que nomes renomados. Mas foi nesta busca constante para realizar um sonho que virou atleta competidor e abriu um novo caminho: o de se formar em Educação Física.

“Lá as oportunidades eram bem difíceis. Sofri muito até chegar a alguma possibilidade. Era praticamente sozinho que eu treinava, estudava e trabalhava. Para muitos, era doido, não tinha futuro”, recorda.

Mas de tanto correr, Henrique venceu competições estaduais e se destacou. Mudou para Fortaleza, focou um tempo no trabalho para se sustentar e precisou deixar os estudos de lado. Até que seu desempenho no esporte o levou até a Unifor.

“Hoje a Universidade representa para mim um lugar de compromisso e confiança, onde eu posso evoluir tanto na minha carreira profissional como de atleta”, celebra ele, que está no terceiro semestre do curso de Educação Física graças a uma bolsa que conseguiu a partir dos projetos da Universidade, assim como incentivos para seguir treinando.

Foi também a oportunidade que ele precisava para continuar evoluindo no esporte. É que Henrique é esportista de atletismo e treina desde os 12 anos de idade, mas viu que na Unifor, enfim, teria a estrutura necessária para melhorar seu rendimento.

“Eu já era conhecido por estar medalhando nas provas de 800 metros e 1.500 metros. Antes, na minha antiga equipe do interior, Jaguaretama, representei a mesma em inúmeros campeonatos. (...) Estar na Unifor como atleta sempre foi um sonho pelas condições e oportunidades”, afirma.

Quando a professora e treinadora Sônia Ficagna lhe apresentou essa chance, ele agarrou assim que pôde. “Não podemos falar de Unifor sem nos comover com as pessoas que nos cercam. Isso vai muito além de uma estrutura. Aqui vi uma forma de evoluir e ser visto”, diz.

Desde então, Henrique vem colecionando conquistas com muito suor e alegria. “Fui oito vezes campeão cearense, campeão Norte-Nordeste. Fui quarto colocado no troféu Brasil, principal competição nacional”, enumera. Também foi campeão dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e foi convocado para competir na China representando a seleção brasileira universitária, terminando em oitavo colocado na sua bateria.

“Nunca parei de treinar”, ele se orgulha. E diz que encontrou no esporte não apenas a conquista de medalhas e uma porta para a universidade, mas também disciplinas e boas lições para a vida pessoal.

“Foi nele que nos momentos difíceis não desisti de muita coisa. Atualmente tenho sonhos ambiciosos e, em períodos de treinos difíceis, levei para a vida que nada é de mão beijada e que temos que estar buscando melhorar sempre”, conta o aluno, que sonha em um dia disputar as Olimpíadas.

Da fisioterapia ao desejo de viver do atletismo

A história de Karine Colares com a Unifor vem de longa data. Há quase 10 anos, ela ingressou no curso de Fisioterapia e começou a treinar atletismo de forma mais profissional. “A estrutura esportiva, de ensino e os benefícios para quem é atleta foram os principais motivos para escolher a Unifor até hoje”, conta ela, que acaba de concluir uma especialização em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Movimento Humano.

Natural de Aratuba, no interior do Ceará, Karine começou a treinar atletismo em 2010 por meio de um projeto governamental. Ela participava das competições estaduais, quase sempre na pista de atletismo da Unifor, e se encantava com aquela estrutura. De tanto se destacar, recebeu o convite para participar das ações da Universidade e tentar uma bolsa. Conseguiu.

“Acredito muito que o esporte é um transformador de vidas. Comigo não foi diferente, e a principal [mudança], sem sombra de dúvidas, foi ingressar no ensino superior, pois imaginei que fosse algo impossível”, diz.

Para ela, foi graças ao esporte que conquistou um diploma de ensino superior e se tornou uma pessoa mais disciplinada na vida. “O foco no esporte é decorrente da necessidade de focar na universidade. As duas situações, graduação e esporte, estão interligadas. Focar em um é sinônimo de focar 100% no outro”, conta.

Atualmente, Karine atua como fisioterapeuta e segue participando de competições — como Jogos Universitários Brasileiros, Troféu Brasil de Atletismo, Norte-Nordeste de Atletismo — e corridas de rua. A rotina é puxada, mas o sonho dela ainda é conseguir viver do esporte profissionalmente.

Cruzar o país por uma oportunidade graças ao futsal

Carol Reis nasceu longe do Ceará. A goleira vivia no sul do país quando participou do Sul-Americano de Seleções Sub 20 e chamou a atenção. Recebeu dali um convite para compor o time universitário da Unifor.

“Quando pesquisei sobre a Universidade, vi como uma oportunidade única de ter minha formação em uma instituição de qualidade e, ao mesmo tempo, continuar atuando dentro do esporte. Pensando nisso, a escolha foi fácil em decidir sair da minha zona de conforto, próximo de minha casa, e vir pra cá”, conta.

Carol, que praticava futsal desde os 12 anos e participava de competições federadas, decidiu então cruzar o país. Ela já havia sido campeã com a Seleção Brasileira Sub 20 e nomeada entre as 10 melhores goleiras do mundo quando chegou na Unifor.

Lá, cursou Educação Física e Marketing Digital e agora está no segundo semestre da graduação em Gestão Financeira. Na melhor universidade do Norte e Nordeste, ela seguiu acumulando competições com os jogos universitários.

Carol conta que não teria condições de fazer uma graduação sem a oportunidade da bolsa na Unifor. “Foi o maior prêmio que o esporte me deu”, diz ela, destacando que sua formação pode ajudar a impactar vidas, levando seu conhecimento e experiência para outras alunas do projeto social que hoje é treinadora: o Futebol pela Igualdade, feito pelo instituto Esporte Mais e que tem um núcleo na Unifor.

“O esporte impacta vidas. Os atletas que aprendem por meio do esporte conseguem levar os ensinamentos para fora do seu centro esportivo. Além de utilizar dos benefícios, que é ser graduado na Unifor, só por esse fato, os alunos atletas já conseguem ingressar no mercado de trabalho de maneira muito mais rápida e fácil”, acredita.

Para ela, o esporte deu autonomia e independência, mas também ajudou na construção de princípios e caráter, além de proporcionar conhecer diversos estados e cidades do país durante as competições.

Atualmente, Carol está no meio de uma transição de atleta para comissão técnica. “Este é hoje o meu objetivo profissional. Minha carreira como atleta foi muito vitoriosa e hoje, para mim, faz mais sentido eu aprender ainda mais sobre o esporte e passar meus conhecimentos adiante”, celebra.

Uma estrutura para o melhor rendimento

A Universidade de Fortaleza tem, ano após ano, atuado para construir uma estrutura desportiva de ponta para garantir os melhores rendimentos. É por isso que detém um dos maiores e mais modernos parques desportivos da América Latina. São mais de 5.000m² com equipamentos esportivos seguindo especificações oficiais, de acordo com cada Confederação Esportiva.

Lá, você encontrará Campo Society, Piscina Semiolímpica, complexo com quatro quadras de tênis, Arena de Esportes de Areia com seis quadras, Estádio Olímpico com um campo de futebol, pista de atletismo e arquibancada para mil pessoas. 

“Além disso, possui uma academia totalmente climatizada e com equipamentos de última geração e laboratórios na área esportiva e de fisioterapia”, destaca o chefe da Divisão de Assuntos Desportivos (DAD), Ralciney Barbosa.

É esta a estrutura usada por meio da Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária (Virex) e da DAD para desenvolver inúmeros projetos voltados para o público interno da Unifor e a comunidade do entorno associados ao esporte.

É o caso, por exemplo, da Escola de Esporte, que atende mais de 300 crianças e adolescentes da comunidade do Dendê e adjacências, na faixa etária de 10 a 17 anos, em diversas modalidades esportivas. Tem ainda a Corrida Unifor, a mais tradicional de Fortaleza, que vai para a sua 30ª edição neste ano e envolve cerca de 4.700 participantes em diversas categorias.

Todo semestre, também são realizados os Jogos Internos envolvendo tanto alunos de todos os Centros de Ciência quanto funcionários dos diversos setores da Universidade, com disputas em diversas modalidades esportivas.

Ralciney diz que os principais diferenciais da Unifor para a prática esportiva estão relacionados aos recursos humanos, com corpo técnico formado por treinadores com vasta experiência e reconhecimento em nível nacional e internacional.

Sem esquecer, claro, dos equipamentos esportivos de ponta. Há quadras com piso flutuante que evitam lesões, pista de atletismo com piso emborrachado, salas apropriadas para as diversas modalidades de lutas e uma academia moderna.

Completam o combo as parcerias firmadas com o Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Unifor: os cursos de Fisioterapia, Nutrição e Medicina, além do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), auxiliam na recuperação dos atletas. Já o Programa de Atendimento Psicopedagógico (PAP) dá suporte psicológico aos atletas.

Incentivo que turbina a competição universitária

Adriana Helena destaca que as políticas de incentivo ao esporte desempenham um papel importante no estabelecimento da Universidade de Fortaleza como uma instituição de destaque no cenário esportivo nacional.

“Ao investir no esporte, a Universidade não apenas melhora seu desempenho atlético, mas também fortalece sua imagem, atrai talentos e cria oportunidades de colaboração que beneficiam tanto a comunidade acadêmica quanto a sociedade em geral”, declara.

Segundo ela, na Unifor, o impacto dessas políticas está integrado às missões gerais da instituição e da extensão universitária. É um encontro entre a universidade e a sociedade, em uma interação de saberes, que possibilita uma relação mutuamente transformadora, articulando ensino e pesquisa por meio do esporte, da cultura, da arte, da ciência, da tecnologia e da inovação. Tudo isso visa o desenvolvimento social e a contribuição para a formação dos alunos de forma proativa e empreendedora.

> Campeões no ensino e no esporte